sábado, 30 de março de 2013

Falar(es) do Zoio - Uma aldeia bragançana em meados do séc. XX



Edições Colibri
18,00 € 
Sinopse:
Quem hoje, em 2012, tenha menos de 50 anos, terá muita dificuldade em imaginar como era o Zoio: uma pequena aldeia na Serra de Nogueira, no concelho de Bragança, e como era viver no Zoio, na década de 50 do século passado! Não apenas a aldeia em si, mas a vida sofrida que se vivia, que era quase completamente condicionada pelos árduos trabalhos que uma agricultura de subsistência exigia e pelo atraso, isolamento e esquecimento a que Trás-os-Montes esteve (e ainda está) votado. Então, se fosse inverno, o esforço de imaginação teria que ser bem maior! Parece que chovia durante dias sem fim, caíam frequentes nevadas e grandes nevões, que transformavam as ruas em autênticos lodaçais durante meses, por onde, apesar disso, era preciso caminhar. Um cenário lúgubre, atrasado, medieval, proporcionando condições de vida diria quase desumanas, a exigirem uma resignação e um espírito de sacrifício que, hoje, dificilmente, somos capazes de conceber, quanto mais de suportar. A quase totalidade das casas de habitação não tinha condições mínimas de habitabilidade: quase todas cobertas apenas de telha vã (não eram forradas), com poucos cómodos e escassa mobília, sem electricidade (chegou no dia de Consoada de 1977), nem água canalizada, nem casas de banho, claro. Pode parecer por este preâmbulo que a vida era miserável. Não, longe disso. As condições de vida, comparadas com as de agora, é que eram miseráveis. Mas parece que a gente vivia, atrevo-me a dizer, feliz e contente: conversava-se muito, cantava-se muito, assobiava-se muito, ria-se muito, brincava-se muito (miúdos e graúdos), dançava-se muito, práticas que hoje também já se foram. E era-se muito solidário.

Índice:

Preâmbulo
As Minhas Razões
As Origens
O Aspecto da Aldeia nos Anos 50
As Casas de Habitação e Anexos
A Economia
A Alimentação
A Educação
A Religião
O Vestuário e o Calçado
A Higiene
Os Grandes Trabalhos
A Decrua
A Plantação das Batatas
Os Fenos
A Vima
A Segada
A Acarreja
A Malha
A Trilha
A Arreiga das Batatas
A Sementeira
A Apanha das Castanhas
Os Grandes Momentos
A Mata-Porca
A Consoada
Os Reis
A Serra-da-Velha
A Páscoa
A Senhora da Serra
Figuras Típicas
O Ferrador
O Capador
O Latoeiro / Caldeireiro
O sombreireiro
Ceguinhos
O Retratista
Adebertimentos
Jogos de Força
Atirar o Calhau
Atirar o Ferro
Atirar a Relha
O Pulo
Jógo do Fito
Jógo dos Paus
Jogos de Cartas
Sueca
Chincalhão
Estendrete
Bisca de Nove
Bisca de Pintas
Burro
Roubão
Jogos de Azar
Bugalhas
Batota
A Vermelhinha (Burmelhinha) 
Sete e meio
Raiola
Jogos de Garotos (e de Rapazes) 
Pirogalo
Palma
Alar
Tiroliro
Quem-te-monta
Bilharda
Chicha
Ringue
Jogos de roda
O Lencinho
Jogo da Macaca
O anelzinho
ELUCIDÁRIO
Breves notas sobre a Fonologia, Morfologia e Sintaxe
Elucidário
Uma história tradicional em “Zoiês” 
Posfácio

O AUTOR:

Nasceu a 4 de Outubro de 1942, em Lourenço Marques, Moçambique. Vem para o Zoio em 1944, onde fez a primária. Seminário de Vinhais, em 1952; Liceu de Bragança, em 1956; em 1960, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde frequentou Filologia Românica. Em Janeiro de 1964, cadete na Escola Prática de Infantaria, em Mafra. Em Julho de 1965 embarca para a Guiné, como alferes miliciano. Em Setembro de 1967, Paris. Em Julho de 1970, Lausanne, Suíça. Em 1973, Porto. Em 1974, Lisboa. Regressa ao Porto em 1978, onde vive. Fez toda a sua vida profissional, desde Novembro de 1967, ligado à informática de gestão. Casado com uma cidadã britânica desde Dezembro de 1973, tem cinco filhos e sete netos. O Zoio é, obviamente, a sua segunda casa.

Detalhes:

Ano: 2013
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 324
Formato: 24x17

sexta-feira, 29 de março de 2013

ATALAIA - contribuição para o estudo linguístico-etnográfico de nove povoações do distrito da Guarda


DISSERTAÇÃO APRESENTADA À FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA PARA LICENCIATURA EM FILOLOGIA ROMÂNICA, 1952

Único exemplar disponível. Datilografado e encadernado pela própria autora, com data de capa de 1954.
Marcas de utilização no seu interior a caneta fluorescente e assinatura de posse do legítimo proprietário. Capa ligeiramente estraçalhada. Foi adqurido em 2008, na Livraria Académica (Porto), por 80 euros. Vendo-o por 60 euros (incluindo portes de correio) 


Memórias e Narrativas de Boaventura (Madeira, 1950-1960)


Edições Colibri
12,00 €
Sinopse:
Boaventura, terra longínqua, emoldurando com grandeza e majestade o norte da minha ilha da Madeira, ergue-se com frequência nos horizontes da minha memória, onde se desenham imagens, se desenrolam histórias e se explicam encontros e partilhas que o avançar dos tempos acabou por fortalecer. Há nomes, há locais, há referências, há histórias que, de tão indeléveis, repousam no mais profundo do nosso espírito, para, de vez em quando, surgirem do silêncio e do apagamento do passado, e nos dizerem, entre afectos e saudades, que fizeram, fazem parte da nossa vida. A evocação, embora datada (a década de 50 do século passado), que o autor faz da sua terra, em pouco ou nada altera o quadro territorial e humano em que as minhas recordações se focalizam: ele expressa ainda, naquela década, as mesmas marcas dum povo, capaz de ultrapassar a agressividade da natureza e o esquecimento social e político a que foi votada durante tantos anos. A impressionante realidade, que palpita em cada uma das páginas, não deixará nenhum dos seus leitores indiferentes. Este livro vale pelo que é, mas vale também pelo que revela do seu autor. (Agostinho Jardim Gonçalves)

Índice:

Dedicatória
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
Sinopse
Contexto histórico
A Comunicação pela oralidade

Capítulos:

I – Os Acontecimentos
1.1. A Levada da Achada Grande
1.2. Explosão no Cabo da Ribeira
1.3. As Chegadas e as Partidas dos Horários
1.4. A Venda do Peixe
1.5. O Mau tempo na Freguesia

II – Os locais da terra
2.1. A Mercearia
2.2. A Barbearia
2.3. O Açougue
2.4. O Fontanário da Achada no sítio da Igreja
2.5. A Escola Primária Oficial
2.6. O Moinho de Cima
2.7. A Laje Vermelha
III – As pessoas
3.1. O Engenhoso Pirotécnico
3.2. O Homem da lenha do Cabo da Ribeira
3.3. A Parteira e Curandeira
3.4. As Três Mulheres Polivalentes
3.5. Um Músico Boaventurense
3.6. O Júlio do Pomar
3.7. Cantor sem temor

IV – Os artesãos
4.1. A Vida de um artesão
4.2. Amigo da cultura e da vida
4.3. O Pintor de Igrejas
4.4. Os Cesteiros
4.5. O Tanoeiro

V – As tradições
5.1. Os Vendilhões
5.2. A Apanha e a descasca dos vimes

VI – Associados à religião
6.1. A Voz do chamamento
6.2. Procissão nocturna

VII – Mapeamento das Casas na Boaventura
7.1. Mapa memoralista das casas na Boaventura
Quadro Sociográfico dos Entrevistados
Análise sociográfica
Inferências
Conclusão
Lista de Entrevistados
Lista de jovens contactados
Bibliografia


O AUTOR:

José Manuel Vieira nasceu na freguesia da Boaventura, onde viveu a infância e uma parte da adolescência; frequentou o ensino liceal, emigrou para a Suíça onde trabalhou e estudou. Depois de regressar ao país, trabalhou em várias empresas das quais na multinacional Fiat Auto Portuguesa.

O compositor é licenciado em sociologia, pelo ISCTE, com tese sobre o papel dos católicos progressistas na transformação social, em Portugal, entre 1968-1974. Mestre em Cidadania Europeia, com tese sobre a análise de discurso no período marcelista.

É formador e tem um longo percurso de vida associativa, particularmente na área da animação sóciocultural.

Detalhes:

Ano: 2011
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 154
Formato: 23x16

quarta-feira, 27 de março de 2013

Canaviais


Memórias e Património de um Bairro Eborense



Edições Colibri
10,00 €
Sinopse:
O bairro dos Canaviais, inicialmente designado bairro do Espinheiro, localiza¬ se na zona norte da cidade de Évora. O topónimo que lhe deu nome deriva da grande abundância de canas e foi utilizado como designação de propriedades localizadas na área onde o bairro nasceu. O primeiro núcleo urbano cresceu, de forma espontânea, nas imediações da propriedade conhecida por Quartéis da Tapadinha, junto à azinhaga de Cinco Cepas, local onde foi construído o edifício sede da Sociedade Operária de Instrução e Recreio na Educação do Povo, instituição emblemática criada, oficialmente, por um grupo de trabalhadores rurais, em 1921. A comunidade desenvolveu se em estreita ligação com esta associação que se assumiu, desde logo, como o espaço de sociabilidade por excelência dos moradores das quintas desta zona da cidade, apesar de, em 1942, ter sido transformada em Casa do Povo de Évora.

Índice:

PREFÁCIO

INTRODUÇÃO

1. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO: O CRESCIMENTO DA CIDADE DE ÉVORA NO INÍCIO DO SÉCULO XX E O DESENVOLVIMENTO DE ZONAS URBANAS EXTRA-MUROS

2. O BAIRRO
2.1. Localização e primeiras referências
2.2. Caracterização dos espaços – urbano e rural
2.3. Caracterização da população – alguns dados
2.4. Caminhos e estradas principais
2.5. Espaços de sociabilidade
2.5.1. A Sociedade Operária de Instrução e Recreio «Educação do Povo» e a Casa do Povo
2.5.2. Escolas
2.5.3. Festas e romarias
2.5.4. Albergue Distrital de Mendicidade de Évora
2.6. Património Histórico
2.6.1. Monumentos megalíticos
2.6.2. Presença Romana
2.6.3. Cruzeiros
2.6.4. Ermida de N.ª S.ª da Piedade, Capela de N.ª S.ª
do Livramento e Capela de N.ª S.ª Mãe dos Homens
2.6.5. Convento do Espinheiro

3. APONTAMENTOS SOBRE A TOPONÍMIA

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA


A AUTORA:
Maria Joaquina Fernandes (Évora, 1962) é licenciada em História (1986) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos do Património (2008) pela Universidade Aberta. É professora de História e Geografia de Portugal na Escola Básica 2/3 de Santa Clara, Évora.
É co-autora da publicação Algumas experiências nas novas áreas curriculares (2001)

Detalhes:

Ano: 2010
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 162
Formato: 23x16

terça-feira, 26 de março de 2013

Êxodo Rural e Desertificação Humana


A morte de uma Freguesia do Alentejo Central: São Bento de Ana Loura



Colaboração com a entidade: Universidade Nova de Lisboa
Edições Colibri 
12,60 €


Sinopse:

O estudo sobre São Bento de Ana Loura, uma freguesia rural pertencente ao concelho de Estremoz, onde a desertificação humana e o envelhecimento da população são evidentes, derivou de um contacto frequente com esta realidade e da constatação empírica de que as consequências futuras da situação demográfica em que se encontra a freguesia são lamentavelmente previsíveis: tratar-se-á, a curto prazo, da sua extinção como freguesia.

Detalhes:

Ano: 2005
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 194
Formato: 23x16

segunda-feira, 25 de março de 2013

HISTÓRIA DO FADO

                                            

Sinopse
Um texto que se oferece veloz e divertido e que permanentemente surpreende pelo inesperado desenlace de acontecimentos circunstanciais, pelo pormenor extremo que parece aproximar-nos dos hábitos de qualquer personagem obscura, pela anedota temperada de adjectivos sonoros e cortantes de que apenas se adivinha o significado. Nesse sentido, trata-se de um livro que transmite ao leitor o profundo prazer do autor ao escrevê-lo e se lê de um fôlego como um livro de aventuras que também é.

Edição/reimpressão: 2003
Páginas: 296
Editor: Dom Quixote
Preço: 4,90€

domingo, 24 de março de 2013

Alcácer do Sal na Idade Média


Alcácer do Sal na Idade Média



Colaboração com a entidade: Câmara Municipal de Alcácer do Sal
Edições Colibri
15,70 €
 Sinopse:
Procurou-se, num olhar atento sobre Alcácer do Sal na Idade Média, com base em fontes documentais de diversa natureza, mas sobretudo dos fundos da Ordem Militar de Santiago, apreender a paisagem urbana dessa vila ribeirinha, acompanhando as sucessivas alterações que, como um ser vivo, foi sofrendo ao longo dos séculos. Espera-se, com este livro, contribuir para um conhecimento mais profundo da Alcácer medieval, que possa reforçar, nos habitantes da cidade do presente, a consciência da sua própria identidade.

Detalhes:

Ano: 2000
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 304
Formato: 23x16

O Alto Douro Entre o Livre-Cambismo e o Protecionismo



O Alto Douro Entre o Livre-Cambismo e o Protecionismo


Sinopse
Partindo dos debates entre proteccionistas e livre-cambistas em torno da questão vinhateira, o livro O Alto Douro entre o livre-cambismo e o proteccionismo centra-se na análise do jogo de interesses entre produção e o comércio e entre o Douro e as outras regiões vitícolas portuguesas, buscando perceber a evolução das políticas de regulação e intervenção do Estado no sector do vinho do Porto entre 1852 e 1932, ou seja, entre as primeiras medidas de liberalização do fontismo e a estruturação do modelo corporativo. Presta-se especial atenção às consequências da legislação liberal de 1865 emergência de reivindicações pelo regresso a um regime proteccionista para a Região Duriense e à acção do Estado face à crise comercial do sector, a partir da década de 1880. Embora a literatura histórica sobre o Douro e o Vinho do Porto estabeleça, consensualmente, um período de liberdade de comércio entre 1865 e 1907, procura demonstrar aqui que o Estado nunca seguiu uma política totalmente livre-cambista, não só pelo intenso debate sectorial e regional, mas também pelo peso que o sector vitivinícola detinha na balança comercial portuguesa. Neste contexto, pretende-se ainda conhecer o grau de influência das elites durienses no regresso às modalidades proteccionistas de intervenção do Estado na economia duriense.

O Alto Douro Entre o Livre-Cambismo e o Protecionismo
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 384
Editor: Edições Afrontamento
Coleção: Monografia
preço de capa: 18,00 
preço wook: 16.20










sexta-feira, 22 de março de 2013

História do Surf em Portugal - As Origens

Porto Iluminado

Lisboa Iluminada

quinta-feira, 21 de março de 2013

O ALENTEJO AGRÍCOLA

                                                          O Alentejo agrícola: um pouco de história.
O autor ao longo do livro evidencia as marcas do passado, nomeadamente os termos das cidades do Al-Ândalus e a matriz milenar dos montes alentejanos, que ainda hoje perduram e que “coincidem, grosso modo, com os concelhos actuais”. É igualmente destacado o modo como a diferenciação orográfica e produtiva do território marcou a história social do Alentejo. Cláudio Torres, através deste livro, torna perceptível a herança agrícola do Alentejo, território que acolheu agricultores guardiões de saberes e de práticas que lhes permitiram viver em harmonia com a natureza e que, para o autor, deveria ser retomada.
Editora: Afrontamento
pp. 50
 Preço: 10

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Trapeira


e outras peças de teatro




Autor: Gabriel Frada
Temas: TeatroAntropologia
Edições Colibri
14,70 €


Sinopse:

Trapeira era, em Seixo de Mira, terra da naturalidade do autor, uma pequena abertura no tecto das casas pobres, único sítio por onde entrava a luz e o ar, dado que naquelas habitações não existiam janelas. A Trapeira é um drama em 3 actos que versa o tema da «guerra fria», da angústia e do eterno medo de um conflito atómico. O livro encerra ainda mais duas peças: Amor à Prova, peça em 3 actos que aborda a questão do amor humano; Festa é Festa, o outro texto, é uma revista à portuguesa que incide sobre a cultura gandaresa e tira partido do «coro falado».

Detalhes:

Ano: 2000
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 262
Formato: 16x23

terça-feira, 19 de março de 2013

Um certo Porto

                                                      
Um certo Porto quer dizer um Porto especial, ao meu gosto e medida. Conforme o entendo e, sobretudo, conforme gosto dele. Porque as cidades são assim: ou se gosta ou não se gosta delas. Ou, dizendo como deve ser dito: ou se amam ou não se amam. E eu gosto deste Porto. Com todos os riscos que isso comporta nos tempos que correm, gosto de um Porto rebelde, inconformado. Ainda Patuleia (embora já ninguém saiba ou se lembre do que isso significa) e autêntico na sua humanidade ao nível do rés-do-chão. Um Porto especial, mantido à custa de expectativas e anseios e, por isso, se calhar constantemente adiado. Um Porto de contradições, especialmente a maior de quantas há, que é perseguir a lua e ter dificuldade em contentar-se, como diria Jorge de Sena, com o simples lampião que nos ilumine a todos.

  • Editora: Edições Afrontamento
  • Data de Publicação: 12-2012
  • Encadernação: Capa mole - 320 páginas
  • Dimensões do livro: 166 x 230 mm
  • Preço de capa: 38€ 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Murmúrios do Vento

                                             

Valdemar Aveiro, conhecido pela sua arte no manuseio do leme e da pena, conta-nos aventuras inacreditáveis, numa linguagem simples e autêntica, de homens corajosos pela força das circunstâncias da vida.

domingo, 17 de março de 2013

Greves e Conflitos Sociais em Portugal no Século XX



Colaboração com a entidade: Instituto de História Contemporânea (FCSH-UNL)
Colecção: Colóquios
Edições Colibri

Sinopse:
“(…) a presente crise do capitalismo e as políticas de destruição económica e de regressão social com que os poderes estabelecidos a tentam fazer pagar por parte do mundo assalariado recolocam dramaticamente no centro dos debates dos dias de hoje as questões da condição actual do trabalho assalariado e dos caminhos das suas lutas de resistência e emancipação. O capitalismo triunfante e arauto do esplendor da tecnologia, afinal, mostra-se mais parasitário, especulativo e predador do que nunca, tentando conjugar a digitalização do século XXI com a regressão a formas de arbítrio e exploração do trabalho dignos do século XIX. O proletariado afinal não desapareceu, mas provavelmente multiplicou-se e complexificou-se por um vasto mundo de novos trabalhos assalariados marcados pela precariedade e pela negação de direitos fundamentais tão duramente conquistados. Um proletariado que, seguramente na acção, tem de articular-se centralmente com o oceano do precariado. (…) (…) regressa em força a actualidade dos estudos do trabalho, da sua condição, da sua luta passada e actual. É urgente, aliás, convocar essas memórias e esses saberes. É muito mais fácil impor hoje aos trabalhadores da indústria automóvel europeia as 10 ou 12 horas de trabalho diário, se eles não souberem, se lhes roubarem a memória dos rios de sangue que tiveram de correr para, batalha a batalha, se conquistar a jornada das 8 horas de trabalho”. Fernando Rosas

Índice:

Agradecimentos

Discurso do Professor Fernando Rosas na Conferência de Abertura do Congresso Internacional Greves e Conflitos Sociais no Século XX.

Discurso do Professor Serge Wolikow na Conferência de Abertura do Congresso Internacional Greves e Conflitos Sociais no Século XX.

Greves
Marcel van der Linden

Setúbal republicana – quando as fábricas transbordavam de greves
Albérico Afonso

As comunidades industriais no alvorecer do associativismo
operário português
Joana Dias Pereira

Sindicalismo livre e I República. Percursos paralelos, convergências efémeras (1908-1931)
Luis Farinha

O 18 de Janeiro na história das ideias
Ângelo Novo

“Temos Fome, Temos Fome”: resistência operária feminina em Almada durante o Estado Novo
Sónia Sofia Ferreira

As greves no Litoral Norte português no agitado Verão de 1958
Ana Sofia Ferreira

A militância possível. Sociologia das condições sociais de possibilidade do militantismo operário no Porto (1940-1974)
Bruno Monteiro

Lutas operárias no Porto na segunda metade do século XX
Teresa Medina, Natércia Pacheco, João Caramelo

Terra e liberdade. Experiências de reforma agrária em Portugal no século XX
Dulce Freire

O declínio das greves rurais e a evolução do PCP nos campos do Sul
João Madeira

Conflitos sociais na base da eclosão das guerras coloniais
Dalila Cabrita Mateus

Greves e conflitos sociais na Lisnave
Jorge Fontes

A greve que mudou a revolução: luta laboral e ocupação da Rádio Renascença, 1974-1975
Paula Borges Santos

Greves na Revolução dos Cravos (1974-1975)
Raquel Varela

Lutas sociais e nacionalizações (1974-75): “A banca ao serviço do povo”
Ricardo Noronha

Biografias dos autores

Detalhes:

Ano: 2012
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 242
Formato: 23x16
Preço de capa: 15,00 € 

sábado, 16 de março de 2013

Pare, Escute, Olhe


  Livros
Pare, Escute, Olhe é uma obra total, a síntese perfeita entre estética e ética
Pare, Escute, Olhe é uma obra total, a síntese perfeita entre estética e ética. No campo da fotografia, Leonel de Castro celebra, no golpe de luz que preside à alquimia do grão, nas angulações próprias de um olhar que ama o objecto da sua atenção, a fundura desse vale por onde corre o Tua, as arestas vivas das fragas que o conformam e o corpo das oliveiras que nele irrompem.

Mas também o perfil da gente transmontana que convive com essa garganta, de terrível formosura, talhada contra um céu de lousa riscado pelo milhafre livre. E mesmo o funesto nos parece belo nestas impressões, tingidas por uma devoção que não renega as raízes, antes as cultiva com o fervor e a paixão dos filhos pródigos.

Para lá da sucessão de quadros que, folheando o livro, obriga a reparar no indizível, há essa outra arte, que tanto acrescenta às letras, de Jorge Laiginhas. Pois que ele, escritor da mais fina cantaria, traduz e transforma os calhaus da natureza bruta em rutilâncias de cristal e poesia pura, recuperando localismos, burilando regionalismos, cunhando neologismos que, juntos, compõem um hino exaltante ao povo e à terra que o viram nascer.

Infelizmente, por esta obra notável perpassa o lamento de uma morte anunciada, a da linha do Tua, em função de uma barragem (da meia dúzia que se projecta para a região) que nada trará, em boa verdade, ao vale que vai destruir nem às pessoas que - ainda - o habitam. Assim, mais do que o seu aspecto utilitário, a via-férrea que o livro projecta e evoca é um símbolo da miopia nacional, e outra vítima do centralismo que ignora, e despreza, a magia desse país que lhe escapa do horizonte imediato.

É por isso, por se afirmar como protesto contra o famigerado destino a que a lógica tecnocrata condenou tal vale, que este livro se afigura, também, atitude ética de vasto alcance. Pare, Escute, Olhe é um manifesto contra a perspectiva obtusa dos decisores que, distraídos na contemplação ignara do próprio umbigo, nele concentram o universo sem cuidarem de que há mais mundo. Sem perceberem que Portugal, este torrão vivo que se espraia muito para lá do Terreiro do Paço, só o será por inteiro se nele incluir Trás-os-Montes e o vale que insistem, com zelo assassino, em converter no abismo do esquecimento.

É por isso, enfim, que ler, e ver, e folhear, e parar, e escutar e olhar esse património único é, mais do que um exercício de diletância que se esgota no prazer do texto e da imagem, uma exigência cívica. in Diário de Trás-os-Montes

TÍTULO: Pare, Escute, Olhe
AUTOR: Jorge Laiginhas e Leonel de Castro
EDITORA: Civilização
PREÇO: 40,00 €

sexta-feira, 15 de março de 2013

Ernestina, de José Rentes de Carvalho


                                                              
Um Romance que nos soca o estômago
  Livros
Ernestina, a melhor obra de J. Rentes de Carvalho
«Ernestina conta que nessa altura eram ambos ainda tão castos que nunca tinham trocado um beijo, nem um abraço, e como nenhum deles gostava de dança não sabiam sequer que impressão dava o rodopiar num baile apertados um contra o outro.» Parto deste parágrafo inserido na página 96 deste livro para afirmar que o romance Ernestina é casto, rude, sanguíneo, por vezes febril, mas inquestionavelmente belo.

Numa entrevista conduzida por Rui Ângelo Araújo e Carlos Chaves para o extinto «Eito Fora», José Rentes de Carvalho disse:
«Certo é que a qualidade de transmontano a ressinto eu de uma maneira que sensivelmente difere da das gerações mais novas. Porque venho de muito longe. De um Nordeste que nos anos 30 e 40 não tinha luz nem estrada, e tremia ao ver passar o comboio. Onde no modo de vida, na rudeza dos costumes, nas técnicas, nas alfaias da lavoura, pouca mudança tinha havido desde a dominação romana.

Nesse ambiente e nessa maneira de ser enterram-se o que agora se chamam as «raízes.» As minhas. Juntamente com isso, o passado, as vivências, a memória e a sensibilidade impuseram-me uma certa maneira de observar, tornando-me agente passivo, mero espectador. De modo que tenho a impressão de que não sou eu que «lido», antes diria que sou «lidado» pelas circunstâncias da minha origem.»

Por razões várias eu tinha uma necessidade interior de contar essas histórias. Uma dessas razões, talvez a menor, era a de deixar aos meus netos um relato da sua ascendência. Mas com Ernestina o motivo premente foi o de dar voz aos meus antepassados, sobretudo aos meus dois avós, e de deixar um retrato o mais fiel possível de uma época e de um mundo que se perdeu.

Em obra assim a nudez e a crueza são inevitáveis, porque se em parte nenhuma a vida é uma festa, no Trás-os-Montes desse tempo ela era tragédia permanente. Nessa tragédia participei eu, logo desde a tomada de consciência. Mas nenhuma necessidade de catarse me leva a isso, sim o respeito que me merecem os que sofrem sem se poderem defender, os humildes e os humilhados. Está longe de ser fácil mostrar-me a mim e aos meus numa realidade tão crua, mas essa foi a que testemunhei e a que eles sofreram para que eu sofresse menos e me pudesse libertar.»

Muito autobiográfico, sente-se que a estória corre quase sempre no fio da verdade, escrito com uma elegância que só os mestres conseguem, Ernestina é um livro capaz de socar o estômago, fazer rir, e chorar qualquer transmontano com mais de quarenta anos. Atrevam-se a lê-lo e depois digam-me qualquer coisa.


Nota Biográfica

J. Rentes de Carvalho (1930) nasceu em Vila Nova de Gaia, mas os seus ascendentes eram transmontanos de Estevais, Mogadouro. Frequentou os liceus de Viana do Castelo e Vila Real e os cursos de Românicas e Direito em Lisboa, mas viria a abandonar Portugal por razões políticas. Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque e Paris, cidades onde trabalhou para jornais e revistas brasileiros, foram os seus portos de abrigo. Amsterdão seguir-se-ia, em 1956, para onde foi como assessor do adido comercial da embaixada do Brasil e onde se licenciou, na Universidade de Amesterdão. Ali foi professor de Literatura Portuguesa desde 1964 até à reforma, em 1988. in Diário de Trás-os-Montes
Jorge Laiginhas, 2009-02-04
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 320
Editor: Quetzal
Coleção: Língua Comum

quinta-feira, 14 de março de 2013

A MINISTRA

 
  Livros
Trata-se de um romance que aborda o ensino em Portugal
Miguel Real escreveu libros sobre Eça de Queiroz, Eduardo Lourenço, Agostinho da Silva e o Padre António Vieira e escreveu também alguns romances históricos.
«A Ministra» é um livro bastante diferente. Trata-se de um romance que aborda o ensino em Portugal. 

Numa carta de 1902 Trindade Coelho diz o seguinte: «Os Governos não querem que o povo aprenda, e procuram, por todas as formas, impedir o desenvolvimento da instrução.»

Esta é mais ou menos a situação actual na qual se tem procurado manter alunos e professores tão ignorantes quanto possível. Por isso se constata que o abandono escolar é tão grande. As longas horas passadas na escola por alunos e professores são na sua grande parte inúteis. Assim os jovens logo que tenham uma oportunidade procuram outros ares.

«A Ministra» aborda este assunto através de uma professora ambiciosa que além de querer chegar longe na vida é o protótipo exemplar das políticas educativas actuais. Os políticos actuais gostariam talvez de encher as nossas escolas com professores e professoras como a personagem deste romance.

Outra citação de Trindade Coelho: «um país perdido à espera de morrer».
Pode dizer-se que já temos em execução o tipo de ensino para um país perdido. In Diário de Trás-os-Montes
Editorial Quidnovi €12,95

quarta-feira, 13 de março de 2013

França condecora Dulce Maria Cardoso

Escritora transmontana
 
A edição dos livros «Campo de Sangue» (2002), «Os Meus Sentimentos» (2005) e «Até Nós» (2008), já traduzidos em França e noutras línguas, valeu à escritora Dulce Maria Cardoso (n. 1964) a condecoração francesa de Cavaleira da Ordem das Artes e Letras.

O Ministério da Cultura francês justifica a distinção - a entregar em Lisboa, em data ainda a designar - pelo papel que a obra da escritora tem na “irradiação da cultura em França e no mundo”.

Criada em 1957, a condecoração da Ordem das Artes e das Letras corresponde a uma das mais altas distinções honoríficas da República Francesa e homenageia personalidades que se destacaram pela sua contribuição na difusão da cultura em França.

Entre os portugueses que já receberam esta condecoração estão os escritores Lídia Jorge e António Lobo Antunes, a fadista Mariza, o comendador Joe Berardo, o ensaísta Eduardo Lourenço, o editor Manuel Alberto Valente, o coreógrafo e bailarino Rui Horta, a atriz Leonor Silveira, o jornalista Carlos Pinto Coelho e o encenador Joaquim Benite.

Dulce Maria Cardoso, que em 2009 recebeu o Prémio Europeu de Literatura pelo romance “Os Meus Sentimentos”, é autora do livro de contos “Até Nós” e do romance “O Chão dos Pardais” publicado em Portugal em 2009. Em 2011 publicou “O retorno”, sobre a experiência dos retornados, da descolonização de Angola (de onde saiu na infância, via Ponte Aérea), do fim do Império e das suas consequências no Portugal contemporâneo. O romance foi considerado pela crítica como o melhor do ano e venceu ainda o prémio especial da crítica nos Prémios LER/Booktailors 2011.

A escritora nasceu em Trás-os-Montes em 1964, passou a infância em Angola e vive agora em Lisboa. Formou-se na Faculdade de Direito de Lisboa e o seu primeiro romance «Campo de Sangue» recebeu o Grande Prémio Acontece de Romance.