Mouette Barboff | |||
Preço de capa€28,00 (com IVA) Número de páginas198
Formato240 x 240 mm Edição1.ª ed. Dezembro de 2005
Âncora Editora
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Foi graças aos cereais, principal fonte de calorias e proteínas, que as primeiras comunidades humanas puderam subsistir e desenvolver-se.
Desde a Antiguidade que, na Europa, a cultura do trigo, cereal panificável por excelência, mas também, embora menos importante, a do centeio, propiciam a confecção do pão. Outros cereais, como a cevada, a aveia, os milhos miúdos ou o trigo-sarraceno, são consumidos, essencialmente, sob a forma de papas. Como sublinha A. Maurizio: «na Europa pré-industrial, pão e papa são sinónimos de subsistência».
Hoje em dia, a nossa alimentação é mais rica e diversificada, no entanto, o cheiro do pão quente ainda nos abre o apetite, e, quando temos um “buraco no estômago”, qual de entre nós não teve vontade de trincar num bocado de pão para acalmar a fome?
Pelo facto de ser um alimento com grande valor nutritivo, o pão desempenha um papel fundamental nos planos socioeconómico, tecnológico, político, cultural e religioso.
A vida em comunidade gera entreajuda, principalmente, durante os períodos cruciais das ceifas, das malhadas e desfolhadas, assim como na utilização do forno comunitário. Cada um participa na confecção do pão segundo a sua arte: o ferreiro, o carpinteiro, o oleiro, o pedreiro, o moleiro, o tecelão, o forneiro; e são as mulheres que trabalham a massa.
Última fase de uma sucessão de esforços e de uma cadeia de solidariedade, o «pão legítimo», como dizem as mulheres, é o símbolo das identidades familiar e regional, sendo também símbolo de hospitalidade.
Alimento do corpo e do espírito, o pão e os cereais ou «plantas de civilização», como lhes chama Fernand Braudel, possibilitaram que as populações se estruturassem, material e espiritualmente.
BIOGRAFIA DA AUTORA
Mouette Barboff, filha de pais gregos, vive em Paris, cidade onde nasceu. Apaixonada por Portugal, dedicou grande parte das suas investigações às vivências tradicionais portuguesas, em especial à temática do artesanato - Os bordadores de colheres no Alentejo -, mas, principalmente, ao ciclo dos cereais e do pão caseiro - Le pain des femmes, o pão legítimo é o título da sua tese de doutoramento. Entre 1991 e 1992 foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.
Autora de diversas obras e artigos, tem impulsionado a concretização de diversas exposições, tendo participado na realização de filmes documentários sobre os pães regionais franceses.
Foi comissária da exposição «Terra Mãe Terra Pão» no Seixal (1995/96) e responsável científica do grupo de investigadores europeus reunidos em torno do tema «Pão e Fecundidade na Europa» integrado no Programa Caleidoscópio. Em 2002, foi a principal impulsionadora e organizadora do primeiro colóquio internacional sobre as mós de moinhos tradicionais, realizado em La Ferté sous Jouarre (França).
Mouette Barboff é doutorada em Etnologia e Antropologia Social na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e é presidente da associação «Europa, Civilização do Pão» na Casa das Ciências do Homem de Paris.
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Terra Mãe Terra Pão
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