CHAPARRO, s.m.
1 O m.q. chaparrão (3). 2 Azinheira
nova ou sobreiro novo. Observação: já
assistimos a uma acesa discussão entre alentejanos sobre o significado de chaparro. A verdade é que não há
unanimidade sobre o tema. É uma azinheira nova ou um sobreiro novo? Para a
maioria – particularmente no Baixo Alentejo e parte do distrito de Évora - é uma azinheira nova, sem dúvida. Há até zonas
do Baixo Alentejo, como o concelho de Beja, que distinguem o chaparro (azinheira nova de média
dimensão) do carrasqueiro (azinheira
nova ainda muito pequena). No entanto, há pequenos nichos alentejanos que o
consideram um sobreiro. Os nossos amigos de Tolosa, no concelho de Nisa,
informaram-nos de que o chaparro
designa o sobreiro novo; mas, por vezes, o vocábulo é usado indistintamente – o
que confirma a opinião do elvense José da Silva Picão. Em Pé da Serra, também
no concelho de Nisa, segundo o nosso informador Francisco Louro, e em Castelo
de Vide e Fronteira, o chaparro
designa, em exclusivo, o sobreiro. Da mesma opinião é o emérito investigador
Leite de Vasconcelos que, no vol. II de Etnografia
Portuguesa, p. 61, nos diz o seguinte:
« (…) pelo menos no Alto Alentejo, (…) um sobreiro muito novo é um chaparro
(…)». Em suma: não nos podemos esquecer de que o Alentejo é muito vasto,
existindo grandes contrastes entre, por exemplo, os distritos de Beja e de
Portalegre; para além da existência de especificidades locais.
CHAPEIRÃO, s.m.
1 O sol do meio-dia. 2 Chapéu grande (Vidigueira).
CHAPÉU-DE-LOBO, s.m. Espécie de
cogumelo comestível (Mora).
CHAPIM, s.m. Pequeno pássaro;
cachapim (Beja).
CHAPORREIRÕES,
s.m.pl. Sapatos grandes e fortes (GAS).
CHAPORRO, s.m. Cacete (Elvas – TP).
CHAPOTA, s.f.
Lenha miúda; ramo das árvores (Alto Alentejo).
CHAQUETA, s.f. Jaqueta, colete
(Barrancos).
CHARABÃ, s.m.
(do francês char-à-bancs) Carro rural, com bancos laterais, coberto com toldo,
que servia de diligência.
CHARAIS, s.m.pl.
Campos incultos, caminhos (Évora – PJ).
CHARALDO, s.m.
Mato, charneca, descampado (Santiago do Cacém - MJS).
CHARAMBUTADA, s.f.
Repreensão, reprimenda (Santiago do Cacém - MJS).
CHARAVANCO, s.m. Carro velho
(Portalegre).
CHARAVASCAL, s.m. Campo inculto (Elvas
– TP).
CHARAVISCA, adj. Bisbilhoteiro
(Reguengos – MGF).
CHARAVISCAL, s.m. O m.q. malateca, pequena herdade (Elvas – JSP).
CHARAVISCADELA, s.f. Acto ou efeito
de charaviscar (Baixo Alentejo –
MJD).
CHARAVISCAR, v. tr. Rebuscar, remexer,
espiolhar (Portel – PJ).
CHARCO, adj. e s.m. 1 Desgraçado;
pessoa desprezível. 2 Prostituta (Marvão – TS).
CHAREFRE, s.m.
Pequeno lavrador (GAS).
CHARENGA, s.f.
1 Chatice. 2 Coisa vulgar e sem préstimo; algo mal organizado;
orquestra ou música muito desafinadas (Baixo Alentejo).
CHAREPE, s.m.
1 O m.q. charefre, pequeno
lavrador (Baixo Alentejo). 2 Pequeno seareiro (Elvas – TP). 3 Sujeito
desavergonhado, garoto (Portel – PJ).
CHARETA, s.f. 1 Mania,
capricho. O tipo tem charetas. 2 Órgão
sexual feminino (Serpa).
CHARIMBELHO, s.m. Garoto, criança
(Portalegre).
CHARINGÃO, s.m. O m.q. chorrilho e borra-vredas (Serpa – PJ).
CHARINGAR, v. tr. Tramar, encalacrar (Baixo Alentejo).
CHARINGO, s.m. Pastel de massa frita,
conhecido em todo o país por fartura (Safara - Moura).
CHARINGUEIRO, s.m. Indivíduo que
vende charingos, farturas (Safara -
Moura).
CHARNECO, s.m.
Pequena ave, mais conhecida por rabilongo
(Cabeça Gorda – Beja; Ourique).
CHARNECO, adj. Diz-se do homem sem
importância, mas que julga tê-la; impostor; bazófias (Cabeça Gorda – Beja).
CHAROCO, s.m. Frio acompanhado de
vento (Cuba).
CHAROLA, s.f.
1 Andor ou padiola onde se transportam pessoas ou santos. Lugar mais
elevado de um edifício. 2 Corda. 3 Enfeite floral que se coloca
no alto dos mastros dos santos populares (Almodôvar). 4 Vagina (Baixo
Alentejo).
CHAROLÁZIO, s.m. Vagina (Baixo
Alentejo).
CHAROLEIRO, adj. Diz-se do homem
mulherengo (Cuba).
CHARRAMOCHO, s.m.
Montão de pedras (Elvas - TP).
CHARRA, s.f. Cigarra (Portel).
CHARRETA, s.f. Carroça (Sta. Vitória
do Ameixial – Estremoz – LC).
CHARRINHO, s.f. Carapau pequeno
(Alcácer do Sal; Serpa).
CHARRO, s.m.
1 Chicharro (Gomes Aires - Almodôvar). 2 Carapau pequeno (Portel
- PJ).
CHARRO-DO-ALTO, s.m. Chicharro
(Portel – PJ, que grafa charro do alto).
CHARRUECO, s.m.
Charrua pequena e tosca (Cuba; Aljustrel).
CHARUMO, s.m.
Sumo.
CHARUTEAR, v. tr. Fumar charuto
(Elvas – TP).
CHASMENO, s.m. Soro do almece (Baixo
Alentejo - PJ).
CHAVAÇA, s.f. 1 Destruição,
estrago (Almodôvar). 2 Indivíduo desordeiro (Almodôvar; Ourique).
CHAVAÇAR, v. tr. Destruir, estragar,
partir (Almodôvar).
CHAVÃO, s.m. Sinete para marcar os
bolos da amassadura (Castelo de Vide – LV).
CHAVASCAL, s.m.
1 Chiqueiro, pocilga; atoleiro, lamaçal. 2 Algazarra, barulho
(Escusa – Marvão – MFS).
CHAVASQUEIRO, s.m.
O m.q. chavascal.
CHAVE, s.m.
1 Recanto ou cotovelo de uma belga ou de um terreno (Elvas – PJ). 2 Corno
de boi preparado para vasilha de azeite e outros líquidos (Évora; Beja).
CHAVECO, s.m. 1 Coisa sem
préstimo. 2 Corno (Mina de S. Domingos – Mértola).
CHAVELHA, s.f.
1 Espiga de pau, que se enfia nas extremidades dos cabeçalhos dos carros, junto da canga
(Baixo Alentejo). 2 Peça de ferro que prende a ponta do arado ao apeiro da canga (Elvas – JSP). 3 O m.q. corna (Pavia – Mora).
CHAVELHÃO, s.m.
Peça de ferro do arado (Baixo Alentejo).
CHAVELHO, s.m. Cavilha de ferro que
prende aos varais as correntes (tirantes) das bestas (Sta. Vitória do
Ameixial – Estremoz – LC).
CHEDA, s.f.
Prancha lateral do leito do carro rural (Baixo Alentejo).
CHEGADEIRA, s.f. Gancho de ferro para
juntar o lume da forja (Sta. Vitória do Ameixial – Estremoz – LC).
CHEGADINHO, s.m.
1 Gripe (Grândola). 2 Certa dança popular (Baixo Alentejo).
CHEGANÇO, s.m.
Censura, repreensão; sova, tareia.
CHEICHANO, s.m. Certa pequena ave
(Grândola).
CHEIRA-BUFAS, s.m. O m.q. cheira-cus (PJ).
CHEIRA-CUS, s.m. Sujeito metediço
(PJ).
CHEIRA-FRALDAS,
adj. Maricas (Portel; Évora - PJ).
CHEIRUM, s.m. Mau cheiro, fedor
(Baixo Alentejo).
CHELITRA, s.f. 1 Jogo que
decorre entre duas circunferências (rodas) cujo objectivo é colocar a chelitra na segunda circunferência,
usando um pau ou tábua que, batendo num dos seus bicos, provoca a elevação da
mesma e, uma vez no ar, se arremessa para a circunferência mais distante. 2 Pequeno
tronco de árvore com as pontas aguçadas, espécie de lápis mais grosso com dois
bicos, usado neste jogo (Reguengos de Monsaraz – AB).