![Foto: “A Última Estação do Império” de António Chaves
A obra contou com a colaboração do escritor Barroso da Fonte e conta a história e amizade dos dois combatentes barrosões em tempos de guerra colonial, quando em 1964 ambos cumpriram serviço militar no Continente e foram enviados para Angola.
«A 23 de Janeiro de 1964, um jovem com 20 anos de idade apanha, na estação de S. Bento, o último comboio da noite, com destino a Santa Apolónia.
Chama-se António Carneiro Chaves, é natural da aldeia de negrões, concelho de Montalegre, e esta será a primeira etapa de uma viagem que o conduzirá, juntamente com um grupo de outros recém-incorporados, tal como ele, no serviço militar, até ao quartel de Mafra, onde irão fazer recruta.
Desse grupo faz parte João Barroso da Fonte, também montalegrense. A data acima referida regista o início de uma sólida amizade entre estes dois transmontanos, marcada por partilha de experiências e de ideias, parte delas expostas sob a forma epistolar. Alguma da correspondência trocada entre ambos, publicada neste livro, cinge-se ao período em que prestam serviço militar, no Continente e em Angola.
Numa escrita por vezes poética na descrição de paisagens e emoções, António Chaves narra cerca de quatro anos que considera de interregno na sua vida; percurso em que, extasiado com o esplendor e a magia do mundo africano, tenta entender a natureza e cultura dessas gentes, tão diferentes das que até ali conheceu. Líder com um claro sentido de estratégia e comando, nunca perde, no mais fundo do coração, a memória e a saudade da sua terra e dos seus. Procura, à luz de documentação histórica, as razões que poderão explicar os caminhos que desembocaram na guerra em que participou. A amálgama de reflexões e vivências narradas, situando esta obra entre o romance autobiográfico e o ensaio, levanta questões comuns a todos que ali aportaram, justificando a sua edição e o interesse na sua leitura.»
«Quando soube que a Câmara de Montalegre tinha intenção de homenagear-me, ficou radiante e, esse júbilo, fez-lhe um desfio: escrever um livro onde reunisse a nossa correspondência dessa época, onde retratasse o drama da nossa geração e onde se deixasse um testemunho dessa guerra subversiva que, em boa verdade, ninguém entendia. Aquele que era para ser um livro de memórias, resultou num relato circunstanciado, com dois centros operacionais, que coincidiam com os relatores. Fomos dois repórteres da linha da frente. Duas visões diferentes de ver a mesma realidade, numa mesma época e num mesmo espaço. Não inventámos, não romanceámos, não forjámos. Ele que esteve mais para o sul e que já então tinha o fascínio pela historiografia dos povos africanos, apaixonou-se pelo drama da escravatura. Embrenhou-se na literatura que foi descobrindo - e foi muita. Penso que para além destes testemunhos de guerra, esta «Última Estação do Império» que a Âncora editou e distribui, será um livro de consulta obrigatória para quem fizer a História do Fim do Império Português.» Barroso da Fonte [NetBila]
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também disponíveis os títulos: “Angola – O Conflito na Frente Leste” de Benjamim Almeida, “Angola 1975 – Testemunho de uma tragédia” de José Manuel Coelho e “Ultrajes na Guerra Colonial” de Leonel Olhero]](https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-frc3/p480x480/542688_549240218441174_1762656760_n.jpg)
A obra contou com a colaboração do escritor
Barroso da Fonte e conta a história e amizade dos dois combatentes
barrosões em tempos de guerra colonial, quando em 1964 ambos cumpriram
serviço militar no Continente e foram enviados para Angola.
«A 23 de Janeiro de 1964, um jovem com 20 anos de idade apanha, na
estação de S. Bento, o último comboio da noite, com destino a Santa
Apolónia.
Chama-se António Carneiro Chaves, é natural da aldeia de
negrões, concelho de Montalegre, e esta será a primeira etapa de uma
viagem que o conduzirá, juntamente com um grupo de outros
recém-incorporados, tal como ele, no serviço militar, até ao quartel de
Mafra, onde irão fazer recruta.
Desse grupo faz parte João Barroso
da Fonte, também montalegrense. A data acima referida regista o início
de uma sólida amizade entre estes dois transmontanos, marcada por
partilha de experiências e de ideias, parte delas expostas sob a forma
epistolar. Alguma da correspondência trocada entre ambos, publicada
neste livro, cinge-se ao período em que prestam serviço militar, no
Continente e em Angola.
Numa escrita por vezes poética na descrição
de paisagens e emoções, António Chaves narra cerca de quatro anos que
considera de interregno na sua vida; percurso em que, extasiado com o
esplendor e a magia do mundo africano, tenta entender a natureza e
cultura dessas gentes, tão diferentes das que até ali conheceu. Líder
com um claro sentido de estratégia e comando, nunca perde, no mais fundo
do coração, a memória e a saudade da sua terra e dos seus. Procura, à
luz de documentação histórica, as razões que poderão explicar os
caminhos que desembocaram na guerra em que participou. A amálgama de
reflexões e vivências narradas, situando esta obra entre o romance
autobiográfico e o ensaio, levanta questões comuns a todos que ali
aportaram, justificando a sua edição e o interesse na sua leitura.»
«Quando soube que a Câmara de Montalegre tinha intenção de
homenagear-me, ficou radiante e, esse júbilo, fez-lhe um desfio:
escrever um livro onde reunisse a nossa correspondência dessa época,
onde retratasse o drama da nossa geração e onde se deixasse um
testemunho dessa guerra subversiva que, em boa verdade, ninguém
entendia. Aquele que era para ser um livro de memórias, resultou num
relato circunstanciado, com dois centros operacionais, que coincidiam
com os relatores. Fomos dois repórteres da linha da frente. Duas visões
diferentes de ver a mesma realidade, numa mesma época e num mesmo
espaço. Não inventámos, não romanceámos, não forjámos. Ele que esteve
mais para o sul e que já então tinha o fascínio pela historiografia dos
povos africanos, apaixonou-se pelo drama da escravatura. Embrenhou-se na
literatura que foi descobrindo - e foi muita. Penso que para além
destes testemunhos de guerra, esta «Última Estação do Império» que a
Âncora editou e distribui, será um livro de consulta obrigatória para
quem fizer a História do Fim do Império Português.» Barroso da Fonte
[NetBila]
Edição/reimpressão: 2011