![Foto: “Sendin – Tierra de Miranda – Geografia e toponímia” de Carlos Ferreira
Este é um trabalho de geografia regional que tem como objectivo principal analisar a evolução da paisagem na freguesia de Sendin – Tierrade Miranda. Paralelamente consideramos dois outros que são colaterais: ensaiar um método de abordagem geotoponímica sobre um espaço relativamente restrito, tendo em conta a sua aplicação futura a uma área regional mais vasta; mostrar como uma abordagem geográfica de perspectiva complexa é imperativa para encarar problemas de compreensão e consequente desenvolvimento de regiões com uma carga histórica e de intervenção humana muito fortes, mas economicamente deprimidas por falta de um modelo adequado de desenvolvimento.
Cada topónimo guarda na sua designação o tipo de actividades agrícolas, industriais, de povoamento, de conquistas e reconquistas e outras desenvolvidas pelo homem e pela natureza dentro desse espaço e, quando não temos registos históricos escritos, podemos utilizar as designações de topónimos como verdadeiros documentos, como verdadeiras fontes históricas, que nos podem fornecer informações riquíssimas e da mais variada natureza, e por isso a tese incorpora um anexo sobre a toponímia maior e menor da freguesia.
Carlos do Nascimento Ferreira nasceu em Sendim, em 1961. Licenciou-se em Geografia e Planeamento Regional na Universidade Nova de Lisboa, em 1986. Concluiu o Programa de Doutoramento da Universidade de Salamanca, “El médio ambiente natural y humano en las ciências sociales”, cuja tese de Grado defendida em 2003 agora se publica. Desde 2009 que é Administrador-Delegado do produto turístico Natureza na Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.
«Na sequência de abordagens geográficas genéricas, como a de Virgílio Taborda, esta é a primeira visão geográfica de pormenor que conhecemos quanto ao Planalto Mirandês e, em especial, relativamente a Sendim e ao seu termo.
A abordagem feita por Carlos Ferreira reveste-se de grande novidade, pois não se limita aos aspectos tradicionalmente abordados pela Geografia física ou humana, mas incorpora e estuda à luz do método geográfico e de outras ciências relevantes, elementos que entre nós têm sido ignorados pelos estudiosos, com particular relevo para a toponímia. Com efeito, esta assume um papel central na economia deste trabalho que, também por isso, se reveste de um pioneirismo que, embora não lhe conheçamos continuadores até agora, se reveste de grande importância para a compreensão dos micro espaços físicos e das micro sociedades humanas a que, desde a Idade Média, damos o nome de aldeias. (...)
Na sua investigação, Carlos Ferreira palmilhou todo o terreno de estudo munido de um instrumento que já Orlando Ribeiro considerava essencial, a saber, ele calçou as botas e foi a todo o lado, correndo o território em análise até aos seus capilares, nenhum recanto lhe sendo estranho. Através deste método conseguiu reunir uma imensa informação, muita dela com carácter de novidade, aspecto essencial para que o conhecimento possa avançar. A toponímia também o ajudou nesse primeiro e necessário conhecimento, nomeadamente devido à descrição de cada uma das pequeníssimas parcelas que mereceram ser designadas por um topónimo, algo que até agora nunca tinha sido feito, pelo menos em relação ao Planalto Mirandês. Penso que este método não pode ser abandonado, apesar dos modernos e sofisticados meios de abordagem virtual da realidade, devendo o geógrafo e o interessado em conhecer aprofundadamente a realidade sujar e gastar as suas botas, sentir o cheiro da terra e encher os olhos de horizonte onde se recorte a orografia, a flora, sinta o cantar das águas na primavera e os cortantes ventos de inverno, avalie o mudar sazonal das cores das culturas e nelas adivinhe o fluir da vida e da sobrevivência em sociedade ao longo de muitos séculos. Devido à minúcia e ao rigor da sua descrição, fruto do método seguido, estou certo que este trabalho se transformará num clássico a que será necessário recorrer para conhecer uma realidade que está em transformação tal que, dentro de pouco tempo, ninguém conhecerá em profundidade, em consequência do abandono dos campos e das transformações nos métodos de cultivo, da alteração dos meios de transporte ou das mudanças na apropriação dos solos.» Amadeu Ferreira, do Prefácio
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos: “Sendim – Planalto Mirandês – Valores em Mudança no Final do Século XX” de Ana Isabel Afonso, “Falar(es) do Zoio – Uma aldeia bragançana em meados do séc. XX” de António Afonso Evangelista]](https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-prn2/1382799_658303784201483_467254870_n.jpg)
Este é um trabalho de geografia regional que
tem como objectivo principal analisar a evolução da paisagem na
freguesia de Sendin – Tierrade Miranda. Paralelamente consideramos dois
outros que são colaterais: ensaiar um método de abordagem geotoponímica
sobre um espaço relativamente restrito, tendo em conta a sua aplicação
futura a uma área regional mais vasta; mostrar como uma abordagem
geográfica de perspectiva complexa é
imperativa para encarar problemas de compreensão e consequente
desenvolvimento de regiões com uma carga histórica e de intervenção
humana muito fortes, mas economicamente deprimidas por falta de um
modelo adequado de desenvolvimento.
Cada topónimo guarda na sua
designação o tipo de actividades agrícolas, industriais, de povoamento,
de conquistas e reconquistas e outras desenvolvidas pelo homem e pela
natureza dentro desse espaço e, quando não temos registos históricos
escritos, podemos utilizar as designações de topónimos como verdadeiros
documentos, como verdadeiras fontes históricas, que nos podem fornecer
informações riquíssimas e da mais variada natureza, e por isso a tese
incorpora um anexo sobre a toponímia maior e menor da freguesia.
Carlos do Nascimento Ferreira nasceu em Sendim, em 1961. Licenciou-se
em Geografia e Planeamento Regional na Universidade Nova de Lisboa, em
1986. Concluiu o Programa de Doutoramento da Universidade de Salamanca,
“El médio ambiente natural y humano en las ciências sociales”, cuja tese
de Grado defendida em 2003 agora se publica. Desde 2009 que é
Administrador-Delegado do produto turístico Natureza na Entidade
Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.
«Na sequência
de abordagens geográficas genéricas, como a de Virgílio Taborda, esta é
a primeira visão geográfica de pormenor que conhecemos quanto ao
Planalto Mirandês e, em especial, relativamente a Sendim e ao seu termo.
A abordagem feita por Carlos Ferreira reveste-se de grande novidade,
pois não se limita aos aspectos tradicionalmente abordados pela
Geografia física ou humana, mas incorpora e estuda à luz do método
geográfico e de outras ciências relevantes, elementos que entre nós têm
sido ignorados pelos estudiosos, com particular relevo para a toponímia.
Com efeito, esta assume um papel central na economia deste trabalho
que, também por isso, se reveste de um pioneirismo que, embora não lhe
conheçamos continuadores até agora, se reveste de grande importância
para a compreensão dos micro espaços físicos e das micro sociedades
humanas a que, desde a Idade Média, damos o nome de aldeias. (...)
Na sua investigação, Carlos Ferreira palmilhou todo o terreno de estudo
munido de um instrumento que já Orlando Ribeiro considerava essencial, a
saber, ele calçou as botas e foi a todo o lado, correndo o território
em análise até aos seus capilares, nenhum recanto lhe sendo estranho.
Através deste método conseguiu reunir uma imensa informação, muita dela
com carácter de novidade, aspecto essencial para que o conhecimento
possa avançar. A toponímia também o ajudou nesse primeiro e necessário
conhecimento, nomeadamente devido à descrição de cada uma das
pequeníssimas parcelas que mereceram ser designadas por um topónimo,
algo que até agora nunca tinha sido feito, pelo menos em relação ao
Planalto Mirandês. Penso que este método não pode ser abandonado, apesar
dos modernos e sofisticados meios de abordagem virtual da realidade,
devendo o geógrafo e o interessado em conhecer aprofundadamente a
realidade sujar e gastar as suas botas, sentir o cheiro da terra e
encher os olhos de horizonte onde se recorte a orografia, a flora, sinta
o cantar das águas na primavera e os cortantes ventos de inverno,
avalie o mudar sazonal das cores das culturas e nelas adivinhe o fluir
da vida e da sobrevivência em sociedade ao longo de muitos séculos.
Devido à minúcia e ao rigor da sua descrição, fruto do método seguido,
estou certo que este trabalho se transformará num clássico a que será
necessário recorrer para conhecer uma realidade que está em
transformação tal que, dentro de pouco tempo, ninguém conhecerá em
profundidade, em consequência do abandono dos campos e das
transformações nos métodos de cultivo, da alteração dos meios de
transporte ou das mudanças na apropriação dos solos.» Amadeu Ferreira,
do Prefácio
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 584
Editor: Âncora Editora