domingo, 16 de fevereiro de 2014

                           Foto: CHAVES ROMANA

http://tempocaminhado.blogspot.pt/2014/02/chaves-romana-de-manuel-carvalho.html

Um novo livro do filólogo e historiador, Manuel José Carvalho Martins, com o título «Chaves Romana – A Via Romana XVII», para além de fazer luz sobre a primitiva «Aur» ou mais tarde «Aquas», depois «Aquas Flavias» e hoje Chaves. Livro editado pelo «Grupo Cultural Aquae Flaviae», aponta-nos onde fica (com grande certeza) a mítica «Ciada» (cidade) ou Caladunm (cidade fortificada) e provável capital dos Equésios e com os Bíbalos em Vilar de Perdizes, fazem parte dos 24 povos ou «civitates» do Convento Bracaraugustano.
Manuel José Carvalho Martins, que prefaciou o meu livro «Falares de Mirandela, com mais de 90 anos, editou a monografia «Por Aquas Flavias», sobre a cidade de Chaves e região e que tem complementado com melhorias sucessivas, tendo saído já a 4.ª edição.
O livro, Chaves Romana, veio fazer luz sobre a História de Chaves e tem dado a conhecer aspectos nunca tratados, com esteio nos seus grandes conhecimentos de Filologia, pondo-os ao serviço da «janela luminosa da toponímia», como refere.
Manuel Carvalho Martins
A localização de Caladunum tem aparecido nos locais mais bizarros, pelo que, Manuel Carvalho Martins, lhe dedica um documentado capítulo, começando pela evolução do topónimo «Gralhas» (Ciada/Calladunum). Cita uma carta de Távora e Abreu a D. Jerónimo Contador de Argote, de 14 de Maio de 1723: «Umas ruínas que se vêem por cima de Montalegre, caindo sobre Gralhas aonde está uma grande povoação arruinada que bem pode ser Caladunum». Esta tese aproxima-se da apontada por arqueólogos portugueses, espanhóis e franceses, situando a velha cidade ou Ciada entre as povoações de Solveira e Gralhas.
A Via de Antonino, de Bracara (Braga) a Asturica (Astorga), na zona de Chaves seguiria pela Vila de Monforte, Vale de Armeiro, Vinhais e Soeira, com ramal para a capital dos Zoelas, Castro de Avelãs (Bragança). Os Zoelas, nossos antepassados, ocupavam as terras até à margem esquerda do rio Tua na actual Mirandela. Os Flávios, com a capital em Aquas (Chaves) estendiam-se até à margem direita do rio Tua. De Chaves partia uma via pela Condeixa, Vilarandelo e Ponte de «Baltelhas».
Os romanos serviram-se das vias peninsulares existentes, melhorando-as e ligando-as com novas quando o interesse militar e comercial o reclamavam. Um mapa de Portugal Romano, deixa perceber quão importante eram os minérios, principalmente o ouro, e paralelo aos filões das minas de Jales, Três Minas (Vila Pouca de Aguiar), Valdanta (Chaves) e Poço das Freitas (Boticas), havia as minas de Macedinho (Vila Flor), Vila Verde e S. Salvador (Mirandela). Assim, Mirandela como lugar, ou lugares, no tempo dos romanos seria um local de passagem.
O livro de Manuel Carvalho Martins e que aconselho a sua leitura atenta pode ser pedido à Associação Cultural Aquae Flaviae (Chaves). Parabéns à Associação Aquae Flaviae por esta importante publicação e, principalmente, a Manuel Carvalho Martins por este arrojado e documentado estudo.

Jorge Lage – 09JAN2014

Alves Redol e o Douro – Correspondência para Francisco Tavares Teles

                                        Foto: “Alves Redol e o Douro – Correspondência para Francisco Tavares Teles” organização de Gaspar Martins Pereira, colaboração de António Mota Redol e António Tavares Teles

Ao longo de um quarto de século, entre 1945 e 1969, Alves Redol trocou correspondência com Francisco Tavares Teles, comerciante do Pinhão, que acompanhou o escritor neo-realista na preparação dos seus romances e que se tornou um dos seus grandes amigos. Tavares Teles era, de resto, um oásis de cultura no microcosmos duriense dos anos quarenta a sessenta. Colaborador da imprensa local, era um leitor e divulgador compulsivo da literatura portuguesa, associando-se aos círculos intelectuais durienses e de Oposição à ditadura salazarista.
A organização deste livro, da responsabilidade de Gaspar Martins Pereira, contou com a preciosa colaboração de António Mota Redol, filho de Alves Redol, e de António Tavares Teles, filho mais velho de Francisco Tavares Teles, que não só autorizaram a publicação do acervo epistolar como escreveram textos introdutórios e forneceram muitas informações essenciais para a anotação das cartas. Este livro beneficiou ainda de outros contributos, que enriqueceram a sua versão final, a começar pelo de Manuel Tavares Teles, filho mais novo de Francisco Tavares Teles, e alargando-se a amigos de Redol, como Marta Cristina de Araújo, e a amigos ou familiares de algumas das pessoas mais referidas na sua correspondência para Tavares Teles, como Maria da Luz Magalhães, sobrinha de José Arnaldo Monteiro, o outro grande amigo duriense de Redol.

Gaspar Martins Pereira é professor catedrático do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi co-fundador e coordenador científico do GEHVID – Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto (1994-2001). Entre 2007 e 2011, dirigiu o CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço & Memória». Tem desenvolvido diversos projectos de investigação sobre história contemporânea portuguesa, em particular sobre a história da cidade do Porto no século XIX, a história da família e a história do vinho do Porto e da região do Alto Douro. Tem uma vasta obra publicada. Tem realizado, também, numerosas acções no domínio do património histórico-cultural, tendo participado, entre outros projectos, na preparação da candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial e na concepção e instalação do Museu do Douro, de que foi Director até 2007.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também do autor o título: “Porto Manso”]

Ao longo de um quarto de século, entre 1945 e 1969, Alves Redol trocou correspondência com Francisco Tavares Teles, comerciante do Pinhão, que acompanhou o escritor neo-realista na preparação dos seus romances e que se tornou um dos seus grandes amigos. Tavares Teles era, de resto, um oásis de cultura no microcosmos duriense dos anos quarenta a sessenta. Colaborador da imprensa local, era um leitor e divulgador compulsivo da literatura portuguesa, associando-se aos círculos intelectuais durienses e de Oposição à ditadura salazarista.
A organização deste livro, da responsabilidade de Gaspar Martins Pereira, contou com a preciosa colaboração de António Mota Redol, filho de Alves Redol, e de António Tavares Teles, filho mais velho de Francisco Tavares Teles, que não só autorizaram a publicação do acervo epistolar como escreveram textos introdutórios e forneceram muitas informações essenciais para a anotação das cartas. Este livro beneficiou ainda de outros contributos, que enriqueceram a sua versão final, a começar pelo de Manuel Tavares Teles, filho mais novo de Francisco Tavares Teles, e alargando-se a amigos de Redol, como Marta Cristina de Araújo, e a amigos ou familiares de algumas das pessoas mais referidas na sua correspondência para Tavares Teles, como Maria da Luz Magalhães, sobrinha de José Arnaldo Monteiro, o outro grande amigo duriense de Redol.

Gaspar Martins Pereira é professor catedrático do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi co-fundador e coordenador científico do GEHVID – Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto (1994-2001). Entre 2007 e 2011, dirigiu o CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço & Memória». Tem desenvolvido diversos projectos de investigação sobre história contemporânea portuguesa, em particular sobre a história da cidade do Porto no século XIX, a história da família e a história do vinho do Porto e da região do Alto Douro. Tem uma vasta obra publicada. Tem realizado, também, numerosas acções no domínio do património histórico-cultural, tendo participado, entre outros projectos, na preparação da candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial e na concepção e instalação do Museu do Douro, de que foi Director até 2007.