«A luz de um objeto que avistamos no espaço,
luz essa que se libertou há milhões de anos, no momento em que chega até
nós estamos a observar o passado, a partir do presente.
É assim
este livro: o autor observa «o-seu-tempo» a partir do presente. E não é
um tempo absoluto, estático, newtoniano, apesar de o contabilizar. É um
tempo pluridimensional, um tempo espacial, um tempo emocional, um
«espaço-tempo» que o unifica e que nos unifica. Com ele percebemos a natureza das coisas e de onde provieram, com ele percebemos porque somos como somos.» António Sá Gué
Francisco
Manuel Rodrigues Alves, nasceu em 1950, na aldeia de Varge, Bragança, é
deficiente visual desde a juventude e estudou os primeiros anos nos
Seminários de Vinhais e de Bragança, concluindo o ensino secundário no
Liceu Camões em Lisboa. Estudou Filosofia na Faculdade de Letras de
Lisboa, onde concluiu a Licenciatura em 1981 e o Mestrado em 2003, e foi
professor de Filosofia e de Psicologia na Escola Secundária Pedro
Alexandrino da Póvoa de St.º Adrião.
Participou ativamente na fusão
das Associações de Cegos que levou à criação da ACAPO (Associação dos
Cegos e Amblíopes de Portugal) em 1989, tendo sido o Presidente da
Comissão Instaladora e o Presidente dos dois primeiros mandatos da
Direção Nacional desta Associação.
Foi um dos responsáveis pela
organização do desporto para cegos em Portugal e em 1988 foi eleito
Presidente da Federação de Desporto para Deficientes, Federação que
integra todas as áreas da Deficiência, (Motora, Mental, Paralisia
Cerebral, Auditiva e Visual) e na qualidade de Presidente desta
Federação integrou as Delegações de Portugal aos Jogos Paraolímpicos de
Atlanta de 1996 e de Sidney em 2000.
Em 1995 organizou o I Congresso
da ACAPO e o Seminário de Formação Associativa dos Cegos dos Países de
Expressão Portuguesa, e fez conferências sobre a temática do
associativismo e do desporto para deficientes em Portugal, Macau, Angola
e Espanha.
Foi fundador e diretor da revista da ACAPO, "Luís
Braille", revista que reflete o associativismo dos cegos e onde criou,
entre outras, a rubrica “Humor Cego”, protagonizada pela personagem
Jeremias Bengaladas.
Em 1989 ganhou o prémio Branco Rodrigues com o
trabalho "Depoimento dum Professor Cego: O meu itinerário intelectual e
vivencial e a alegria de viver", publicado na revista “Diálogo” do
Ministério da Educação, tendo ainda conquistado o primeiro prémio de um
concurso organizado pela Associação de Cegos Luís Braille com o conto
“Viagem no Tempo”, publicado em “Poliedro”, revista editada em braille.