segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Audácia, de Damas da Silva

«Numa aldeia do Alto Douro, os jovens não encontravam meios de lá governar a vida. Partiam e não voltavam. Os habitantes viam que, na sua terra, estavam a ficar sós e velhos. Só o Verão trazia movimento, com os que regressavam de férias.»

“Cassiano Augusto e a mulher conversavam com pessoas sexagenárias, como eles, que se sentavam ao lado e em frente. Ficaram esclarecidos de que muita daquela gente, principalmente dos jovens. Ia mas não voltava. Alguma regressava de férias para os países onde estava emigrada. Outra não ia para férias, ia definitivamente para Lisboa, Porto, Aveiro ou para outra cidade do litoral, que lhe acenasse com algum emprego. Todos constatavam que nas suas terras, estavam a ficar só os velhos. Os jovens não encontravam meio de lá governar a vida. Largavam pelo mundo fora. Também eles tinham cinco filhos, mas todos viviam pelas terras da capital.”

O autor, Damas da Silva, é escritor e jornalista, e nasceu a vinte de Março de 1941, no lugar do Salgueiral, freguesia de Godim, concelho de Peso da Régua, distrito de Vila Real – em Trás-os-Montes e Alto Douro.

Editor: Garça
Ano de edição: 2007
Tipo de artigo: Livro

Número de páginas: 174

Preço: 12,10 €


                                                    Foto: “Audácia” de Damas da Silva

«Numa aldeia do Alto Douro, os jovens não encontravam meios de lá governar a vida. Partiam e não voltavam. Os habitantes viam que, na sua terra, estavam a ficar sós e velhos. Só o Verão trazia movimento, com os que regressavam de férias.»

“Cassiano Augusto e a mulher conversavam com pessoas sexagenárias, como eles, que se sentavam ao lado e em frente. Ficaram esclarecidos de que muita daquela gente, principalmente dos jovens. Ia mas não voltava. Alguma regressava de férias para os países onde estava emigrada. Outra não ia para férias, ia definitivamente para Lisboa, Porto, Aveiro ou para outra cidade do litoral, que lhe acenasse com algum emprego. Todos constatavam que nas suas terras, estavam a ficar só os velhos. Os jovens não encontravam meio de lá governar a vida. Largavam pelo mundo fora. Também eles tinham cinco filhos, mas todos viviam pelas terras da capital.”

O autor, Damas da Silva, é escritor e jornalista, e nasceu a vinte de Março de 1941, no lugar do Salgueiral, freguesia de Godim, concelho de Peso da Régua, distrito de Vila Real – em Trás-os-Montes e Alto Douro.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos “Conto de Natal”, “O brilho da esmeralda” e “Estórias do Dr. Mocho”]







sábado, 28 de setembro de 2013

Não Haverá Amanhã,de Magalhães Pinto

 «Lê-se este livro em descontraído convívio com as pessoas que o habitam. Ao livro e à aldeia. Este livro é uma realidade que a ficção não destrói. Tem o sabor do saber. Mistura a terra das suas raízes com a grande política. Grande no sentido global, porque a pequenez da intriga é igual em Lisboa, em Sanhoane, na Azenha, em Medrões, Santa Marta, Régua, Vila Real ou no Porto. Foi esta escala que Magalhães Pinto soube traçar e relativizar para demonstrar que o mimetismo paroquial é também global. E vice-versa. Mas a história não acontece num território qualquer. Os livros também têm cheiro. E este tem todos os sabores do Douro. Xistos, socalcos, estradas às curvas, vinhedos pendurados na paisagem e uma fantástica mistura de realidade imaterial com aquela fantasia verdadeira que só o imaginário popular consegue produzir. Porque este livro tem, sobretudo, pessoas vivas que saltam das páginas como personagens de ficção. Que nós reconhecemos automaticamente como figuras reais do pesadelo político nacional.» Carlos Magno, in Prefácio 

Com uma pequena freguesia, Sanhoane, como pano de fundo, este romance de Magalhães Pinto transporta os cheiros, as cores e as texturas do Douro.
É neste cenário aparentemente idílico que o leitor irá descobrir uma visão nada abonatória da política e dos políticos, percorrendo os bastidores a que o comum cidadão não tem acesso.
As personagens e os acontecimentos narrados pertencem ao domínio da ficção, mas o retrato do nosso país revela-se perturbadoramente real. Não Haverá Amanhã é um livro de cabeceira indispensável para os que governam e os que são governados.
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                                     Foto: “Não Haverá Amanhã” de Magalhães Pinto

«Lê-se este livro em descontraído convívio com as pessoas que o habitam. Ao livro e à aldeia. Este livro é uma realidade que a ficção não destrói. Tem o sabor do saber. Mistura a terra das suas raízes com a grande política. Grande no sentido global, porque a pequenez da intriga é igual em Lisboa, em Sanhoane, na Azenha, em Medrões, Santa Marta, Régua, Vila Real ou no Porto. Foi esta escala que Magalhães Pinto soube traçar e relativizar para demonstrar que o mimetismo paroquial é também global. E vice-versa. Mas a história não acontece num território qualquer. Os livros também têm cheiro. E este tem todos os sabores do Douro. Xistos, socalcos, estradas às curvas, vinhedos pendurados na paisagem e uma fantástica mistura de realidade imaterial com aquela fantasia verdadeira que só o imaginário popular consegue produzir. Porque este livro tem, sobretudo, pessoas vivas que saltam das páginas como personagens de ficção. Que nós reconhecemos automaticamente como figuras reais do pesadelo político nacional.» Carlos Magno, in Prefácio

Com uma pequena freguesia, Sanhoane, como pano de fundo, este romance de Magalhães Pinto transporta os cheiros, as cores e as texturas do Douro.
É neste cenário aparentemente idílico que o leitor irá descobrir uma visão nada abonatória da política e dos políticos, percorrendo os bastidores a que o comum cidadão não tem acesso.
As personagens e os acontecimentos narrados pertencem ao domínio da ficção, mas o retrato do nosso país revela-se perturbadoramente real. Não Haverá Amanhã é um livro de cabeceira indispensável para os que governam e os que são governados.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 280
Editor: Âncora Editora




sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Contos do Vale da Promissão


«Com efeito, o que o divino Miguel Torga apelidou amorosamente de Reino Maravilhoso, só o é porque o transmontano humílimo, determinado e trabalhador, não aceitou deixar-se suspender da cruz da vida com os cravos da ignorância e do atavismo.
Nem que fosse preciso moer pedra para comer pão! (...)
Dignidade com que hoje, disperso pelos quatro cantos do mundo, olha a vida, não lhe foi oferecida, antes conquistada a pulso. Nem ele poderia aceitar coisa que não merecesse! A honra sempre foi a única moeda com que o transmontano admitiu o pagamento do seu esforço.»

...uma sucessão de memórias...ou de contos...ou de lendas... Mas o que feriu a memória, o que modelou o conto, o que transformou a lenda, é autêntico. E foi para que o tempo dos homens não esquecesse e a poeira dos séculos não ocultasse que isto se escreveu. A eternidade é, também, isso...

Carlos Carvalheira nasceu em Trancoso. 
Possui a licenciatura em Direito (Coimbra), a Pós-graduação em Direito Europeu (Nancy – França) e o Diploma Superior de Estudos Franceses (Nancy – França). 
Fez estágios profissionais no Tribunal de Justiça da União Europeia (Luxemburgo), na Comissão da União Europeia (Bruxelas), no Parlamento Europeu (Estrasburgo). 
No MF e no MNE coordenou, durante vários anos, as posições sectoriais com vista à negociação, no quadro da União Europeia, de vários dossiers (transportes, mercado interno, Europa dos cidadãos, controlo nas fronteiras, reconhecimento de diplomas, protecção civil, serviços de informação, direito de estabelecimento, livre circulação...) e de diversos elementos de Direito Derivado (Regulamentos, Directivas, Decisões...). 
Integrou o Grupo Ad-Hoc Imigração, assim como as delegações portuguesas às reuniões dos Grupos do Conselho de Ministros. Coordenou todo o processo relativo à notificação do direito nacional adaptado. 
No Instituto da Juventude, chefiou a Divisão de Relações Internacionais e integrou e chefiou as delegações para negociação de programas com diversos países (Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca, França, Guiné Bissau, Cabo Verde...). Participou na Primeira Presidência Portuguesa da União Europeia (1992), onde prestou apoio ao Presidente do Grupo do sector. 
Exerceu, durante vários anos, as funções de Secretário do Governo Civil da Guarda. 
Foi conferencista e formador em colóquios, conferências, acções de formação e seminários essencialmente em matéria de Direito Comunitário e de integração de Portugal na União Europeia. 
Escreveu para jornais de âmbito nacional e local. Tem escrito trabalhos para inclusão na Colecção Fios da Memória. 
Leccionou, durante vários anos, a cadeira de Direito Europeu e Cidadania, na Universidade Sénior da Guarda.


                  Foto: “Contos do Vale da Promissão” de Carlos Carvalheira

«Com efeito, o que o divino Miguel Torga apelidou amorosamente de Reino Maravilhoso, só o é porque o transmontano humílimo, determinado e trabalhador, não aceitou deixar-se suspender da cruz da vida com os cravos da ignorância e do atavismo.
Nem que fosse preciso moer pedra para comer pão! (...)
Dignidade com que hoje, disperso pelos quatro cantos do mundo, olha a vida, não lhe foi oferecida, antes conquistada a pulso. Nem ele poderia aceitar coisa que não merecesse! A honra sempre foi a única moeda com que o transmontano admitiu o pagamento do seu esforço.»

 ...uma sucessão de memórias...ou de contos...ou de lendas... Mas o que feriu a memória, o que modelou o conto, o que transformou a lenda, é autêntico. E foi para que o tempo dos homens não esquecesse e a poeira dos séculos não ocultasse que isto se escreveu. A eternidade é, também, isso...

Carlos Carvalheira nasceu em Trancoso. 
Possui a licenciatura em Direito (Coimbra), a Pós-graduação em Direito Europeu (Nancy – França) e o Diploma Superior de Estudos Franceses (Nancy – França). 
Fez estágios profissionais no Tribunal de Justiça da União Europeia (Luxemburgo), na Comissão da União Europeia (Bruxelas), no Parlamento Europeu (Estrasburgo). 
No MF e no MNE coordenou, durante vários anos, as posições sectoriais com vista à negociação, no quadro da União Europeia, de vários dossiers (transportes, mercado interno, Europa dos cidadãos, controlo nas fronteiras, reconhecimento de diplomas, protecção civil, serviços de informação, direito de estabelecimento, livre circulação...) e de diversos elementos de Direito Derivado (Regulamentos, Directivas, Decisões...). 
Integrou o Grupo Ad-Hoc Imigração, assim como as delegações portuguesas às reuniões dos Grupos do Conselho de Ministros. Coordenou todo o processo relativo à notificação do direito nacional adaptado. 
No Instituto da Juventude, chefiou a Divisão de Relações Internacionais e integrou e chefiou as delegações para negociação de programas com diversos países (Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca, França, Guiné Bissau, Cabo Verde...). Participou na Primeira Presidência Portuguesa da União Europeia (1992), onde prestou apoio ao Presidente do Grupo do sector. 
Exerceu, durante vários anos, as funções de Secretário do Governo Civil da Guarda. 
Foi conferencista e formador em colóquios, conferências, acções de formação e seminários essencialmente em matéria de Direito Comunitário e de integração de Portugal na União Europeia. 
Escreveu para jornais de âmbito nacional e local. Tem escrito trabalhos para inclusão na Colecção Fios da Memória. 
Leccionou, durante vários anos, a cadeira de Direito Europeu e Cidadania, na Universidade Sénior da Guarda.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Mulher do Chapéu de Palha,de Graça de Morais


Quando a política estava na ordem do dia, uma mulher nem nova nem velha sai de casa para ir à praia. À luz clara da manhã, rememora a sua vida. «O que poderá ter para mim ainda um sentido?», interroga-se na viagem de eléctrico que a leva de Leça ao mercado de Matosinhos. Aí, um vendedor apregoa por um funil de lata um xarope para todos os males. No regresso, a nortada da tarde vai desagregando a seus olhos a limpidez que a manhã revelara no mar nas ruas e nas gentes. Outras impressões e devaneios infrutíferos a acompanham. Fantasia-se a viajar aos confins do universo correndo risco de vida para levar consigo esta pergunta: «por que motivo os seres humanos se brutalizam uns aos outros?» Conto de recorte autobiográfico ou alegoria sobre a acção humana no mundo A Mulher do Chapéu de Palha constrói uma perturbadora imagem da dilaceração do sujeito.
«Por entre livros novos, livros, densos, livros de novos autores portugueses, livros de autores originários de países imprevisíveis, por vezes, aparece um ou outro livro que chama a atenção por um ou outro motivo. Pela capa, pelo aspecto gráfico no seu conjunto, pela idoneidade da editora, até, pelo tamanho. (...) Pequenino, estava mesmo a calhar para leitura depois do jantar. Em boa hora.
“A mulher bateu a porta de casa e saiu para a avenida”. Assim começa a prosa que nos poderia levar a todo o lado. Desde manhã que uma pergunta a assalta: “O que poderá ter para mim ainda um sentido?”
Graça Pina de Morais leva-nos a percorrer as ruas da cidade com cheiro a maresia, acompanhamo-la de eléctrico de Leça ao mercado de Matosinhos numa escrita não imune à sensibilidade feminina.
Pelo caminho depara-se com um vendedor que apregoa por um funil de lata um xarope para todos os males.
A sua cabeça não pára. A imaginação leva-a a outros mundos. E uma pergunta não lhe sai da cabeça: “por que motivo os seres humanos se brutalizam uns aos outros?”
Sines, 16 de Junho de 2012, Joaquim Gonçalves [livraria A das Artes]

                                                  Foto: “A Mulher do Chapéu de Palha” de Graça Pina de Morais

Quando a política estava na ordem do dia, uma mulher nem nova nem velha sai de casa para ir à praia. À luz clara da manhã, rememora a sua vida. «O que poderá ter para mim ainda um sentido?», interroga-se na viagem de eléctrico que a leva de Leça ao mercado de Matosinhos. Aí, um vendedor apregoa por um funil de lata um xarope para todos os males. No regresso, a nortada da tarde vai desagregando a seus olhos a limpidez que a manhã revelara no mar nas ruas e nas gentes. Outras impressões e devaneios infrutíferos a acompanham. Fantasia-se a viajar aos confins do universo correndo risco de vida para levar consigo esta pergunta: «por que motivo os seres humanos se brutalizam uns aos outros?» Conto de recorte autobiográfico ou alegoria sobre a acção humana no mundo A Mulher do Chapéu de Palha constrói uma perturbadora imagem da dilaceração do sujeito.

«Por entre livros novos, livros, densos, livros de novos autores portugueses, livros de autores originários de países imprevisíveis, por vezes, aparece um ou outro livro que chama a atenção por um ou outro motivo. Pela capa, pelo aspecto gráfico no seu conjunto, pela idoneidade da editora, até, pelo tamanho. (...) Pequenino, estava mesmo a calhar para leitura depois do jantar. Em boa hora.
“A mulher bateu a porta de casa e saiu para a avenida”. Assim começa a prosa que nos poderia levar a todo o lado. Desde manhã que uma pergunta a assalta: “O que poderá ter para mim ainda um sentido?”
Graça Pina de Morais leva-nos a percorrer as ruas da cidade com cheiro a maresia, acompanhamo-la de eléctrico de Leça ao mercado de Matosinhos numa escrita não imune à sensibilidade feminina.
Pelo caminho depara-se com um vendedor que apregoa por um funil de lata um xarope para todos os males.
A sua cabeça não pára. A imaginação leva-a a outros mundos. E uma pergunta não lhe sai da cabeça: “por que motivo os seres humanos se brutalizam uns aos outros?”
Sines, 16 de Junho de 2012, Joaquim Gonçalves [livraria A das Artes]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também da autora os títulos “O Pobre de Santiago”, “A Origem” e “Jerónimo e Eulália”]

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Gramática da Língua Portuguesa




A 2.ª edição da nossa gramática já está impressa e, a partir de amanhã, estará disponível no mercado. Se não a encontrarem na livraria que frequentam podem encomendá-la aí, na Wook ou diretamente à Âncora Editora.



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Sendim. Planalto Mirandês. Valores em Mudança no Final do Século XX, de Ana Isabel Afonso

  • Este trabalho resulta duma abordagem antropológica da mudança social e das transformações sócio-culturais ocorridas em Sendim, vila transmontana do Planalto Mirandês, tomando como ponto de partida a evolução paradoxal de dois indicadores – o decréscimo populacional e o aumento do número de fogos, desde meados do séc. XX até ao início do séc. XXI. Esta pesquisa desenrolou-se em torno de uma realidade social, complexa e, até certo ponto, paradoxal – uma aldeia próspera, com uma população em decréscimo – que se procurou desmontar a partir de vários planos de observação, olhando-a a partir das suas pessoas, dos seus grupos domésticos, das suas casas e das suas festas. O contacto com o terreno, nas sucessivas fases do trabalho de campo, foi a pouco e pouco quebrando o mutismo da paisagem, das casas e dos rostos, cujas histórias iam dando voz à história da aldeia. Deste conhecimento próximo nasceu a preocupação central de fazer o registo da memória, que se procurou manter ao longo da pesquisa, conferindo-lhe, mesmo, um certo carácter de urgência – havia que registar um tempo de memória, relativamente abandonado pela generalidade dos cientistas sociais, demasiado longínquo para os sociólogos e demasiado recente para os historiadores.

    Índice:
    Agradecimentos

    Apresentação

    Introdução
    A experiência de um terreno familiar
    Interrogações da pesquisa
    A abordagem da mudança social – fontes e métodos
    Sobre o «Censo94»
    Sobre as observações
    Sobre as entrevistas
    Fontes locais
    Um primeiro olhar sobre Sendim

    I. Contexto Regional
    Sendim em Terras de Miranda
    As arribas do Douro e Espanha mesmo ao lado
    O espaço da freguesia
    Paisagem agrária
    Uma inovação controversa – vacas turinas
    Campos de cultivo e produção agrícola
    Evolução populacional – Terras de Cima / Terras de Baixo

    II. De Aldeia a Vila (Anos 40 / Anos 90)
    Casas e habitantes
    A presença na vila – residentes permanentes e episódicos
    Actividades e profissões (anos 40 / anos 90)
    Instrução e mobilidade social (anos 40 / anos 90)
    Estrutura etária da população (anos 40 / anos 90)

    III. Partir ou Ficar – Factores e Protagonistas da Mudança
    A construção das barragens e o seu impacto na aldeia
    A grande evasão e o retorno
    Estrutura ocupacional e hierarquia social
    A aldeia de camponeses dos anos 40
    Proprietários, lavradores e jornaleiros
    Domésticas e filhos de família

    IV. Vidas Cruzadas na História da Aldeia
    A terra e o trabalho: uma família de lavradores abastados
    Dinheiro e instrução – o grupo emergente dos comerciantes
    Mudança social e novas configurações familiares
    Trajectórias familiares dos filhos de família
    O infortúnio da irmã mais velha
    Agricultores plenos e pluriactividade

    V. A Vila que se Urbaniza: da Terra à Casa
    Declínio da agricultura e novos ofícios
    Emigração e construção civil – o apogeu dos anos 80
    Casas e grupos sociais na vila dos anos 90
    Os «filhos da terra» ausentes
    Os «doutores»
    Os «regressados»
    Os «aldeãos»
    «Os das vacas»
    Os «ciganos»
    Tradição e modernidade: uma vila a dois tempos

    VI. Tempos de Festa
    Trabalho e sociabilidades
    Do ajuste de contas ao piquenique familiar – a festa da Trindade
    Santa Bárbara, protectora do cereal e as novas colheitas
    Juntar todos os sendineses – Santa Bárbara em Agosto
    A entrega da festa
    Organização da festa – antigas e novas mordomias
    Ir para ver – a festa “espectáculo”
    Vila de Verão / vila de Inverno

    VII. Conclusões

    Posfácio – A Vila Revisitada

    Bibliografia

    Anexo


    A AUTORA:
    Ana Isabel Afonso é antropóloga, doutorada em Antropologia Social e Cultural pela FCSH – Universidade Nova de Lisboa, leccionando no departamento de Antropologia desde 1985. É também membro integrado do CesNova, tendo como principais interesses de pesquisa a Mudança Social, a Antropologia Aplicada, os Estudos de Impacto Social, a Antropologia do Ambiente. Participou recentemente num projecto internacional sobre políticas energéticas e políticas ambientais relacionado com a implantação de Parques Eólicos no país. Bolseira Fulbright-Schuman, como Professora Visitante na Universidade de Massachusetts-Amherst, no semestre sabático 2013/14. Tem colaborado em conferências e colóquios nacionais e internacionais e publicado livros e artigos em revistas da especialidade, com base na pesquisa aprofundada realizada em Trás-os-Montes, de onde se destaca Working Images, editado na Routledge, em 2004.

                                          Foto: “Sendim. Planalto Mirandês. Valores em Mudança no Final do Século XX” de Ana Isabel Afonso
“Sendin – Praino Mirandés Balores an Mudança an Finales de l sieclo XX” de Ana Isabel Fonso.

Este trabalho resulta duma abordagem antropológica da mudança social e das transformações sócio-culturais ocorridas em Sendim, vila transmontana do Planalto Mirandês, tomando como ponto de partida a evolução paradoxal de dois indicadores – o decréscimo populacional e o aumento do número de fogos, desde meados do séc. XX até ao início do séc. XXI. Esta pesquisa desenrolou-se em torno de uma realidade social, complexa e, até certo ponto, paradoxal – uma aldeia próspera, com uma população em decréscimo – que se procurou desmontar a partir de vários planos de observação, olhando-a a partir das suas pessoas, dos seus grupos domésticos, das suas casas e das suas festas. O contacto com o terreno, nas sucessivas fases do trabalho de campo, foi a pouco e pouco quebrando o mutismo da paisagem, das casas e dos rostos, cujas histórias iam dando voz à história da aldeia. Deste conhecimento próximo nasceu a preocupação central de fazer o registo da memória, que se procurou manter ao longo da pesquisa, conferindo-lhe, mesmo, um certo carácter de urgência – havia que registar um tempo de memória, relativamente abandonado pela generalidade dos cientistas sociais, demasiado longínquo para os sociólogos e demasiado recente para os historiadores.

Índice:
Agradecimentos

Apresentação

Introdução
A experiência de um terreno familiar
Interrogações da pesquisa
A abordagem da mudança social – fontes e métodos
Sobre o «Censo94»
Sobre as observações
Sobre as entrevistas
Fontes locais
Um primeiro olhar sobre Sendim

I. Contexto Regional
Sendim em Terras de Miranda
As arribas do Douro e Espanha mesmo ao lado
O espaço da freguesia
Paisagem agrária
Uma inovação controversa – vacas turinas
Campos de cultivo e produção agrícola
Evolução populacional – Terras de Cima / Terras de Baixo

II. De Aldeia a Vila (Anos 40 / Anos 90)
Casas e habitantes
A presença na vila – residentes permanentes e episódicos
Actividades e profissões (anos 40 / anos 90)
Instrução e mobilidade social (anos 40 / anos 90)
Estrutura etária da população (anos 40 / anos 90)

III. Partir ou Ficar – Factores e Protagonistas da Mudança
A construção das barragens e o seu impacto na aldeia
A grande evasão e o retorno
Estrutura ocupacional e hierarquia social
A aldeia de camponeses dos anos 40
Proprietários, lavradores e jornaleiros
Domésticas e filhos de família

IV. Vidas Cruzadas na História da Aldeia
A terra e o trabalho: uma família de lavradores abastados
Dinheiro e instrução – o grupo emergente dos comerciantes
Mudança social e novas configurações familiares
Trajectórias familiares dos filhos de família
O infortúnio da irmã mais velha
Agricultores plenos e pluriactividade

V. A Vila que se Urbaniza: da Terra à Casa
Declínio da agricultura e novos ofícios
Emigração e construção civil – o apogeu dos anos 80
Casas e grupos sociais na vila dos anos 90
Os «filhos da terra» ausentes
Os «doutores»
Os «regressados»
Os «aldeãos»
«Os das vacas»
Os «ciganos»
Tradição e modernidade: uma vila a dois tempos

VI. Tempos de Festa
Trabalho e sociabilidades
Do ajuste de contas ao piquenique familiar – a festa da Trindade
Santa Bárbara, protectora do cereal e as novas colheitas
Juntar todos os sendineses – Santa Bárbara em Agosto
A entrega da festa
Organização da festa – antigas e novas mordomias
Ir para ver – a festa “espectáculo”
Vila de Verão / vila de Inverno

VII. Conclusões

Posfácio – A Vila Revisitada

Bibliografia

Anexo


A AUTORA:
Ana Isabel Afonso é antropóloga, doutorada em Antropologia Social e Cultural pela FCSH – Universidade Nova de Lisboa, leccionando no departamento de Antropologia desde 1985. É também membro integrado do CesNova, tendo como principais interesses de pesquisa a Mudança Social, a Antropologia Aplicada, os Estudos de Impacto Social, a Antropologia do Ambiente. Participou recentemente num projecto internacional sobre políticas energéticas e políticas ambientais relacionado com a implantação de Parques Eólicos no país. Bolseira Fulbright-Schuman, como Professora Visitante na Universidade de Massachusetts-Amherst, no semestre sabático 2013/14. Tem colaborado em conferências e colóquios nacionais e internacionais e publicado livros e artigos em revistas da especialidade, com base na pesquisa aprofundada realizada em Trás-os-Montes, de onde se destaca Working Images, editado na Routledge, em 2004.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
  • domingo, 22 de setembro de 2013

    Proprietários, Lavradores e Jornaleiras


                                                         Proprietários, Lavradores e Jornaleiras
    Proprietários, Lavradores e Jornaleiras
    Desigualdade Social numa Aldeia Transmontana (1870-1978)
    de Brian Juan O’Neill
    Edição/reimpressão: 2011
    Páginas: 482
    Editor: Edições Afrontamento


    Com base no trabalho de campo levado a efeito ao longo de dois anos e meio (1976-78) numa pequena povoação de Trás-os-Montes (e que incluiu nomeadamente a consulta de registos paroquiais, róis de confessados e outras fontes históricas locais), o antropólogo norte-americano Brian Juan O’Neill apresenta-nos neste seu livro uma imagem completamente nova das estruturas sociais existentes nas aldeias do Nordeste. O chamado «comunitarismo» - que se julga caracterizar grande parte das comunidades rurais no Norte do País - é questionado e sujeito a uma reanálise crítica. Através de três aspectos fundamentais - a posse da terra, as trocas de trabalho, as práticas de casamento e herança - evidenciam-se formas de desigualdade institucionalizada que obrigam a pôr definitivamente em causa a visão tradicional destes aglomerados montanhosos como conjuntos homogéneos não-estratificados. Esta monografia representa uma nova tentativa no sentido de conjugar métodos específicos de pesquisa da Antropologia e da História Social.
    Brian Juan O'Neill, antropólogo, formou-se nos EUA e no Reino Unido, estando radicado em Portugal desde 1982. Os seus projetos de investigação têm incidido prioritariamente sobre os domínios da antropologia da Europa e do Mediterrâneo (Galiza e Trás-os-Montes), contemplando temas como as estruturas familiares do campesinato, o casamento e os sistemas de herança e sucessão. Também tem elaborado pesquisa sobre as comunidades ciganas e timorenses em Portugal, o método biográfico e as práticas mortuárias. Mais recentemente, dedica-se ao estudo da comunidade crioula portuguesa residente no chamado Bairro Português de Malaca, perspetivando as múltiplas identidades sociais desta minoria de euro-asiáticos numa dimensão processual e histórica. Situa este caso específico dentro do contexto mais alargado de outros enclaves de euro-asiáticos no Sudeste Asiático, bem como no âmbito comparativo da Eurásia, um novo campo de estudo localizado na confluência da antropologia com a "história global".

    sábado, 21 de setembro de 2013

    “O Gerês: de Bouro a Barroso – Singularidades patrimoniais e dinâmicas territoriais” de Rosa Fernanda Moreira da Silva



    Na Serra do Gerês o viandante é cativado de forma arrebatadora pelo relevo de austera beleza e pela deslumbrante policromia sazonal que, artisticamente, pincela os prados e as vertentes graníticas em telas únicas e esplendentes. Simultaneamente ela oferece-nos uma luminosidade própria e desafia-nos a recordar os costumes comunitários de uma sociabilidade familiar, criando nesse povo uma estreita convivência entre sentimento e trabalho. Na actualidade permanece essa irrefutável sazonalidade paisagística, mas a vida destes povos raianos mudou ao ritmo da expansão urbana e industrial e de conjunturas políticoeconómicas à escala nacional e internacional. Para contrariar o despovoamento deve urgentemente optar-se por um modelo de organização territorial que incentive a produção de produtos de qualidade, o Termalismo de implantação secular, o Turismo Cultural e de Natureza, e concretamente o desenvolvimento polifacetado das singulares potencialidades destes espaços rurais periféricos.


    .
    Editor  Edições Afrontamento
    Ano Publicação   2011    
                   Foto: “O Gerês: de Bouro a Barroso – Singularidades patrimoniais e dinâmicas territoriais” de Rosa Fernanda Moreira da Silva

Na Serra do Gerês o viandante é cativado de forma arrebatadora pelo relevo de austera beleza e pela deslumbrante policromia sazonal que, artisticamente, pincela os prados e as vertentes graníticas em telas únicas e esplendentes. Simultaneamente ela oferece-nos uma luminosidade própria e desafia-nos a recordar os costumes comunitários de uma sociabilidade familiar, criando nesse povo uma estreita convivência entre sentimento e trabalho. Na actualidade permanece essa irrefutável sazonalidade paisagística, mas a vida destes povos raianos mudou ao ritmo da expansão urbana e industrial e de conjunturas políticoeconómicas à escala nacional e internacional. Para contrariar o despovoamento deve urgentemente optar-se por um modelo de organização territorial que incentive a produção de produtos de qualidade, o Termalismo de implantação secular, o Turismo Cultural e de Natureza, e concretamente o desenvolvimento polifacetado das singulares potencialidades destes espaços rurais periféricos.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

    sexta-feira, 20 de setembro de 2013

    Foto de Âncora Editora.

    Pairavam abutres nas arribas



    Novela histórica cuja acção decorre em tempos da Guerra Civil de Espanha, vivida na aldeia raiana de Freixiosa (concelho de Miranda do Douro) e baseada em factos verídicos relatados por alguns dos seus habitantes, recolhidos pelo autor entre os anos de 1997 e 2012.

                                                   Foto: “Pairavam Abutres nas Arribas” de Mário Correia

«E quando no cimo da Rua da Igreja lhes saiu ao caminho o compadre regedor, Germán García – o Germano, como sempre lhe chamavam na aldeia da Freixiosa – não correspondeu à sua saudação e, olhando-o com desprezo, exclamou:
- Seu merdas! Seu merdas!
O compadre regedor nunca tinha visto tamanho ódio e desprezo na cara do Germán García e afastou-se sem nada mais dizer, acelerando o passo. Ninguém reparou mas sob as arribas pairavam abutres.»

Novela histórica cuja acção decorre em tempos da Guerra Civil de Espanha, vivida na aldeia raiana de Freixiosa (concelho de Miranda do Douro) e baseada em factos verídicos relatados por alguns dos seus habitantes, recolhidos pelo autor entre os anos de 1997 e 2012.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponíveis os seguintes títulos do autor: “Toques de Sinos na Terra de Miranda” – contém CD-ROM, “Histórias de Vida dos Gaiteiros do Planalto Mirandês ...Que de Fol’gaita Tocavam” e “Tamborileiros & Fraiteiros da Terra de Miranda”]
    Ano de edição: 2013

    Número de páginas: 119
    Edição: 1
    Local edição: Lisboa

    Encadernação: Brochado

    Preço: 12,00 €

    segunda-feira, 16 de setembro de 2013

    MÁ DESPESA PÚBLICA NAS AUTARQUIAS

    «Já lá vai um ano desde que foi editado o primeiro livro Má Despesa Pública. Desta vez, o nosso trabalho é mais específico. A escolha não foi inocente. Estamos em ano de eleições autárquicas e será tempo de olhar para trás, fazer uma avaliação e escolher os autarcas que se seguem.
    Este livro não pretende ajudar o leitor a fazer a avaliação dos autarcas do seu município. Não apresentamos um modelo de gestão e muito menos qualquer chave secreta para solucionar os graves problemas da gestão financeira do poder local.
    Reunimos episódios que, somados, servem de reflexão e ajudam a formar um olhar crítico sobre a forma como as autarquias são governadas. Retratamos inúmeras situações de má-gestão, nepotismo e desleixo com os dinheiros públicos. Reflectimos sobre custo/benefício de vários projectos e tentamos encontrar pistas que ajudem a perceber o que levou muitas autarquias ao descalabro financeiro.» Este é um excerto do novo livro “Má Despesa Pública nas Autarquias” onde os autores explicam o que os levou a publicar um novo livro, em véspera de eleições. O livro está já à venda e será apresentado esta quarta-feira, às 18h30 no ISCTE (Lisboa).localização aqui

    domingo, 15 de setembro de 2013



    “Os Idiotas” de Rui Ângelo Araújo
    Eis uma antevisão do que será o livrinho:

    Sendo o primeiro a ir ao prelo, 'Os Idiotas' não é o meu primeiro romance. É o terceiro. Avançou em vez dos outros porque houve uma editora catalã que se deixou enganar e porque diz-se que uma parte da obra a torna particularmente adequada à saison.


    A editora descreve-o assim:

    «O Lúcio, o Luís, o Óscar, o Avelino, o Sérgio e o Vasco foram em tempos pessoas quase normais, projectos individuais de cidadania como outros quaisquer. O que hoje são e aquilo a que se dedicam não se resume tão facilmente, embora possamos tentar encontrar uma tímida explicação na trágica convergência de certos eus e de determinadas circunstâncias. Aos idiotas, ainda por cima, calhou-lhes B
    Đào Nha como país, um pedaço de terra que lhes impõe uma visão do mundo apocalíptica e irada, a de um presente desértico a cavalgar para um futuro impossível, estilhaçado pela corrupção e por uma montanha compacta de sobreposições non sense. Os idiotas poderiam ter permanecido assim, em desequilíbrio perfeito, para sempre, mas a chegada de Helen, uma mulher misteriosa e dorida, vem catalisar o inevitável.
    Romance futurista? Não... Os idiotas acontece hoje, aqui e agora. Os idiotas acontece-nos. ‘O que quer que sejamos, somo-lo por oposição aos cretinos, que são o resto das pessoas' diz, algures, o Lúcio. E, se calhar, diz bem.»
    O AUTOR

    Um ex-baixista que depois de ter enterrado duas revistas resolveu pôr-se a escrever romances — e com isso provavelmente cavou a sua própria sepultura.


    Rui Ângelo Araújo (Pedras Salgadas, 1968)

    Fundou e dirigiu o 'Eito Fora – Jornal de Vilarelho' (1998-2002), uma publicação cultural da região de Trás-os-Montes, mas que não cabia nela. Posteriormente, fundou e dirigiu a revista literária, artística e crítica 'Periférica' (2002-2006), a 'new yorker portuguesa', com distribuição nacional e hipérboles ibéricas (‘la mejor revista cultural lusa se 'cuece' en una aldea remota’, jurava o ‘El Mundo’). Escreveu algumas dezenas de contos e três romances, todos afinal indignos de ‘imprimatur’. Mantém o blogue 'Os Canhões de Navarone', onde verbera o país ou se senta a observar a vida selvagem em volta. Numa era remota tocou viola-baixo. Hoje… Hoje vacila no seu desempenho do Quixote, mas a culpa é da realidade.

    NÃO HAVERÁ BORLAS
    Agora que o livrito está a sair da tipografia, impõe-se o aviso: atendendo ao meu compromisso com a editora (o de enriquecermos ambos rapidamente), não haverá borlas na distribuição de 'Os Idiotas'. Sendo em parte catalogável como um divertimento, o livro é para ser levado tão a sério quanto os divertimentos de Mozart (embora o leitor possa tossir e, sobretudo, bater palmas a meio dos capítulos). Ninguém precisa de smoking para assistir a 'Os Idiotas' — mas precisa de comprar bilhete.

    Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...

    sexta-feira, 13 de setembro de 2013

    Os Sentidos do Trabalho – Ensaio sobre a Afirmação e a Negação do Trabalh


    Editora: Almedina  Ano: 2013
    Livro de capa mole




    Os Sentidos do Trabalho – Ensaio sobre a Afirmação e a Negação do Trabalho


    €19.90 | €17.91

    Resumo de Os Sentidos do Trabalho, Almedina, 2013
    Contrariamente às teses que advogavam a perda do significado do trabalho na sociedade contemporânea, Os Sentidos do Trabalho apresenta uma nova morfologia do trabalho, cujo elemento mais visível é seu desenho multifacetado, onde convivem precarização e qualificação, instabilidade e desemprego, labor intelectual e esforço manual. São os/as terceirizados, subcontratados, temporários, part time, imigrantes etc, homens e mulheres que se ampliam segundo a lógica da "empresa flexível", especialmente nos serviços, nas tecnologias de informação e comunicação, de que são exemplos as trabalhadoras de telemarketing e call center, dentre tantos outros. O livro oferece uma conceção ampliada de trabalho, explorando a hipótese de que uma nova morfologia do trabalho significa também uma nova morfologia das lutas sociais globais.


    Lançamento de livro e debate com o autor: "Os Sentidos do Trabalho: Ensaio sobre a Afirmação e a Negação do Trabalho" de Ricardo Antunes (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas).
    Local e data: 16 de setembro de 2013, 18h00, Auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza, Rua do Viriato)

    quinta-feira, 12 de setembro de 2013

    Torre de Moncorvo na Idade Média: contributo para a história da vila e termo,- Tânia Amaral


     O tema de Torre de Moncorvo, por nós escolhido surgiu da vontade de conhecer e aprofundar conhecimentos sobre a área onde residimos e estudámos. Este livro surge na sequência da nossa tese de mestrado em História Medieval e do Renascimento. Após ter estagiado no Arquivo Histórico de Torre de Moncorvo, encontramo-nos, presentemente, a trabalhar na região de Moncorvo, no dito arquivo, no âmbito das medidas de minimização de impacto sobre o património cultural derivadas da construção da Barragem do Baixo Sabor(AHBS).

    Este trabalho encontra-se dividida em duas partes: a I Parte sobre A Região de Moncorvo, que contém 5 capítulos. A II Parte sobre A Vila de Torre de Moncorvo que tem 4 capítulos.



    I Parte – A Região de Moncorvo

    O primeiro capítulo, inserido na primeira parte, refere-se ao Concelho e à Região.
    Começámos por localizar geograficamente a vila de Torre de Moncorvo e apontar as freguesias que hoje fazem parte do concelho. A riqueza mineira e a caracterização dos solos foram referidas já que delas dependia, em parte, a economia da região.
    Não existe um consenso relativamente à origem da vila de Moncorvo, em parte devido à inexistência de documentos históricos que comprovem a veracidade dos factos.
    Segundo o Abade de Baçal e outros autores, o capitão Mem Corvo teria sido governador de uma das províncias em que se enquadrava Moncorvo, tendo-lhe sido entregue Carta Foralenga em 1062, que D. Afonso Henriques posteriormente confirmou. Mais tarde o seu castelo teria sido arrasado pelos Árabes ou pelos Leoneses, o que levou à mudança dos seus habitantes para as proximidades do Rio Sabor (local compreendido entre este rio e a Ribeira da Vilariça), originando o povoado de Santa Cruz da Vilariça. Posteriormente, os habitantes de Santa Cruz da Vilariça terão abandonado este local e regressado ao inicial (sopé da Serra do Reboredo) devido a uma melhor localização deste e maior abundância de água potável.

    O segundo capítulo refere-se aos conflitos do concelho com os outros concelhos. Com os concelhos e particulares.
    O concelho de Moncorvo teve alguns litígios com a população dos concelhos limítrofes, tendo sido por vezes o rei obrigado a intervir nessas questões. Também particulares se viram envolvidos em questões que afectavam alguns direitos que estes consideravam como legitimamente seus.
                          
    Já o terceiro capítulo refere-se à Cooperação. As ligações com a população e concelhos limítrofes nem sempre foram feitas de contendas. Houve também cooperação em muitos casos, que podia ocorrer nos dois sentidos, ou seja, Moncorvo ajudava os vizinhos ou estes cooperavam com o concelho. De qualquer forma, será de salientar que a cooperação era por vezes forçada pelos próprios monarcas, a quem uns e outros recorriam para defender os seus direitos.

    O quatro capítulo foca Relação com o poder Central , nomeadamente Intervenção régia nos concelhos, presença régia, forais e privilégios. A intervenção régia era visível quando os monarcas tinham que dar resposta às queixas que os procuradores moncorvenses apresentavam em Cortes. Mas ela também se consubstanciava em diversas situações, que iam desde a outorga de forais e criação de novas vilas, à concessão de privilégios, passando pela promulgação de sentenças, entre outros. No que respeita estritamente ao concelho de Moncorvo, merecem realce as presenças régias na região, nomeadamente as de D. Dinis e de D. João I.
    A outorga de forais na região transmontana, ao longo de menos de um século, não terá ocorrido de forma casual. Os monarcas estruturavam assim a ocupação do espaço em torno de povoações estrategicamente colocadas, tendo por último objectivo uma linha de defesa, contra os invasores. É neste sentido que se entendem os forais dados a Torre de Moncorvo, a Sta. Cruz da Vilariça, Mós e Urros.
    O monarca também intervinha nos concelhos outorgando privilégios, como agradecimento por serviços prestados, e, em alguns casos, como forma de fixação da população em lugares menos propícios.

    Por fim, o quinto capítulo está relacionado com os Elementos de ligação régia no concelho.
    Os monarcas encontraram forma de controlar os municípios mais distantes utilizando, como intermediários, o corregedor, o juiz de fora, o almoxarife, o meirinho e o alcaide, entre outros. Da actuação de todos temos conhecimento no Concelho de Torre de Moncorvo.

    II Parte - A Vila de Torre de Moncorvo

    Como foi referido anteriormente a segunda parte retrata a vila de Torre de Moncorvo, em que o primeiro capítulo da-nos uma visão sobre a Organização administrativa.
    Tendo analisado as relações da população de Moncorvo com os seus vizinhos e com o rei, tornou-se imperioso conhecer o modo como o concelho moncorvense se organizava do ponto de vista administrativo. Apesar de não ter chegado até nós qualquer acta de vereação ou qualquer outro documento relacionado com gestão camarária, como acontece, por exemplo, para o concelho de Mós, a documentação analisada deu-nos a conhecer a existência de juízes, vereadores e procuradores, assim como de escrivães e tabeliães que exerciam a sua actividade em ligação estreita com o concelho.
    Na documentação por nós analisada verificamos que existiam outros procuradores (procuradores na Corteprocuradores das Cortes) que sabemos não se tratarem do Procurador da vila. Dado que podem eventualmente terem sido oficiais do Concelho, optámos por os incluir no trabalho.

    O segundo capítulo refere-se aos Aspectos económicos.
    Situado no interior transmontano, o concelho de Moncorvo, como qualquer outro, teria de ter os seus próprios meios de sobrevivência. Contudo, os moradores encontraram na agricultura um dos meios para sobreviver, sendo o cereal um bem essencial para produção de pão, assim como a produção de vinho e de linho. Todos estes bens se tornaram uma forma de sustentabilidade dos cofres do concelho, ou seja, constituíam uma base de cobrança de impostos.
    A localização do concelho junto aos rios Douro e Sabor foi igualmente determinante na sua organização económica. Se o sustento do(s) barqueiro(s) que assegurava(m)  a passagem de pessoas e bens essenciais provinha do dinheiro cobrado por essa passagem, o transporte fluvial na região, e tudo que com ele se relacionasse, provocava inúmeras querelas entre o concelho de Moncorvo e o de Vila Nova de Foz Côa.
    Apesar de todos os esforços que certamente os oficiais camarários faziam, nem sempre as finanças do concelho tinham saldo positivo, o que motivou o recurso a empréstimos a particulares. Moncorvo foi um dos concelhos que emprestou dinheiro aos monarcas portugueses, quando estes recorreram a pedidos e empréstimos. Deve, por isso, salientar-se o facto de este tipo de situações nos mostrar claramente que havia moncorvenses monetariamente abastados.

    O terceiro capítulo descreve os Aspectos do quotidiano.
    O concelho de Moncorvo situa-se numa zona de fronteira, o que se tornava numa preocupação para os habitantes dado o risco de invasão eminente por parte de Castela. Por esta razão, o quotidiano dos moradores era dedicado, entre muitas outras coisas, à construção e manutenção dos muros e fortalezas.
    Para além da importância dada a estas obras, era necessário haver preocupação com o abastecimento de água da população, o que competiria à vereação.
    O quotidiano dos moncorvenses era repleto de várias actividades, sendo uma delas a agricultura, nomeadamente dos cereais, da vinha e da cultura do linho cânhamo. Também ocupavam os seus dias com a produção de gado, nomeadamente de bois, e com a pesca no rio Sabor e na ribeira da Vilariça.
    A região de Moncorvo é rica em ferro, motivo que terá levado desde cedo os habitantes a aproveitar este recurso natural além da sua extracção, o metal era vendido na feira, fomentando as trocas comerciais.
    O quotidiano dos habitantes de Torre de Moncorvo também era feito de outras actividades importantes, constituindo a feira, mercado e açougue algumas delas.

    O quatro e último capítulo foca a Organização eclesiástica.
    Durante a época medieval, a região raiana de Trás-os-Montes estava dividida, em termos de organização diocesana, em três «terras» da Arquidiocese de Braga: Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Vilariça, sendo esta última a de maior dimensão territorial.
    A partir da segunda metade de quinhentos os territórios foram partilhados entre a Diocese de Braga e a recente Diocese de Miranda do Douro, o que motivou alteração da geografia eclesiástica. Torre de Moncorvo, que até 1545 pertence à Diocese de Braga, passa a pertencer a partir dessa data à nova diocese.
    A vida religiosa integrava-se obviamente no quotidiano dos moncorvenses. Esta vila enquanto lugar habitado e organizado, já tinha uma igreja anterior ao reinado de D. Sancho II. Nos séculos seguintes temos referência a duas igrejas existentes em Moncorvo. Uma delas era dedicada ao apóstolo São Tiago e a outra, que tinha como orago Santa Maria, provavelmente ficava situada extra-muros.
    Na pesquisa realizada encontrámos algumas (poucas) referências à nomeação dos clérigos para ambas as Igrejas.

    A título de conclusão e após a elaboração deste trabalho, existem aspectos que nos parece importante realçar.
    Verificamos que nos conflitos com outros concelhos, como por exemplo Vila Nova de Foz Côa e Urros, Moncorvo ganha com frequência as causas, o que provavelmente demonstra a importância que esta vila teria para os monarcas. Tal facto estará relacionado com a sua proximidade com a fronteira com Castela. Já nos conflitos com particulares, esta situação não se nota, pois em alguns casos Moncorvo perde as causas.
    No que respeita à cooperação inter-concelhia verifica-se que ela existia, umas vezes espontaneamente, mas na maior parte dos casos forçada pelo rei ou pelos seus oficiais. Nos documentos por nós analisados encontramos os dois tipos de situação.
    intervenção do monarca manifestava-se, antes de mais com a presença régia nos concelhos, os forais e os privilégios. Da primeira temos notícias relativas a D. Dinis e a D. João I. Para além dos forais, os reis outorgavam outros privilégios à população de Moncorvo, como agradecimento por serviços prestados, e tendo em conta a sua relevância estratégica e a importância do porto do rio Douro e Sabor. Esta política de favorecimento régio não impediu, contudo, que o concelho de Moncorvo tivesse apresentado vários agravos nas Cortes contra os corregedores, que nem sempre tiveram a resposta desejada.
    Debruçámo-nos sobre a actividade específica de cada um dos oficiais concelhios. Também nos mereceram todo o interesse as referências que pudemos coligir relativas a aspectos económicos relacionados com os habitantes da vila ou do concelho. Contudo, foram as informações que nos chegaram sobre o quotidiano dos moncorvenses que nos chamaram uma atenção especial. A preocupação com a segurança da vila, o abastecimento de água e as diversas actividades a que se dedicavam os habitantes de Moncorvo – agricultura, criação de gado, pesca fluvial, extracção de ferro -, intimamente relacionadas com a realização da feira e/ou do mercado reflectem-se um pouco por todo o trabalho.
    No que respeita à organização eclesiástica, apesar de termos reunido as informações relativas às duas Igrejas de Moncorvo, Santiago e Santa Maria, não nos foi possível aferir da real importância destas instituições.
    Terminada a investigação, resta-nos a esperança de, de algum modo, ter contribuído para um melhor conhecimento desta vila transmontana no período medieval. Estamos conscientes de que há ainda muito para trabalhar.
    Tânia Amaral

    Editora: LEMA D'ORIGEM
    Autor: Tânia Marlene Ramalho Amaral
    Preço: 15,00€                

    quarta-feira, 11 de setembro de 2013

    O Homem das Violetas Roxas





    recomendar livro a um amigo


    12,00 €
    detalhes do preço

    Stock: disponível


    Sinopse:

    O Homem das Violetas Roxas é um romance que nos confronta com três personagens de alma límpida mas cuja vida foi entupida, de uma forma ou de outra, pela tristeza: um curador de almas, uma mulher em busca da sua identidade e uma velha enlouquecida por segredos e mistérios esquivos, próprios das mulheres que não foram amadas. * * * * "Ao sentir-se envelhecer, ele perdera a vontade de ir na procissão e refugiou-se naquele local perto do mar. Ali sentia-se a presença de Deus, não havendo espaço para medo ou culpa. Mas a procissão passou a visitá-lo… Todos os dias chegava alguém com um andor às costas, carregado com o peso da sua alma" "O velho Abel era sensível aos valores das almas dos homens que o procuravam e penetrava os espíritos com profundidade. Eram homens e mulheres em busca de um pedaço de céu. Para aqueles que o procuravam, ele interpretava magicamente as suas vidas e mudava-as para melhor, diziam. Quer fosse através das violetas e dos seus poderes medicinais, quer fosse através da força das palavras modeladas pela voz do coração, a quinta tornara-se o oráculo das gentes do sul." "Ali, tudo era colocado no seu devido lugar e as coisas, exceptuando os laços que mantemos com quem amamos, tinham a importância que tinham. E, na maioria das vezes, era pouca…"

    Índice:

    Prefácio
    Prólogo
    Lua
    Marte
    Mercúrio
    Júpiter
    Vénus
    Shabat
    Sol
    Epílogo
    Agradecimentos


    A AUTORA:
    Carmo Miranda Machado nasceu no Alentejo profundo, numa aldeia da margem esquerda do Guadiana e vive em Lisboa onde é professora de Português e formadora da área comportamental em várias empresas. Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Católica Portuguesa, mantem o interesse pela investigação frequentando o Doutoramento em Supervisão da Prática Profissional. Colabora com a Revista Mais Alentejo e o Jornal Notícias do Parque. Publicou Entre Dois Mundos, Entre Duas Línguas em 2007 e Eu Mulher de Mim – em Lisboa, Além Tejo e Todo o Mundo em 2009, ambos nas Edições Colibri.

    Detalhes:

    Edições Colibri
    Ano: 2011
    Capa: capa mole
    Tipo: Livro
    N. páginas: 126
    Formato: 23x16