domingo, 23 de fevereiro de 2014

                                   Foto: “Alguns Aspectos Etnográficos do Concelho de Vila Real de Trás-os-Montes” de Maria Emília Campos

- O traje rural até meados do século XX.
- O folclore musical (com a colaboração de Monsenhor Ângelo Minhava).
- O serão na aldeia.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também da autora o título: “Colégio Moderno de S. José (Vila Real) – Monografia”]

- O traje rural até meados do século XX.
- O folclore musical (com a colaboração de Monsenhor Ângelo Minhava).
- O serão na aldeia.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

                           Foto: CHAVES ROMANA

http://tempocaminhado.blogspot.pt/2014/02/chaves-romana-de-manuel-carvalho.html

Um novo livro do filólogo e historiador, Manuel José Carvalho Martins, com o título «Chaves Romana – A Via Romana XVII», para além de fazer luz sobre a primitiva «Aur» ou mais tarde «Aquas», depois «Aquas Flavias» e hoje Chaves. Livro editado pelo «Grupo Cultural Aquae Flaviae», aponta-nos onde fica (com grande certeza) a mítica «Ciada» (cidade) ou Caladunm (cidade fortificada) e provável capital dos Equésios e com os Bíbalos em Vilar de Perdizes, fazem parte dos 24 povos ou «civitates» do Convento Bracaraugustano.
Manuel José Carvalho Martins, que prefaciou o meu livro «Falares de Mirandela, com mais de 90 anos, editou a monografia «Por Aquas Flavias», sobre a cidade de Chaves e região e que tem complementado com melhorias sucessivas, tendo saído já a 4.ª edição.
O livro, Chaves Romana, veio fazer luz sobre a História de Chaves e tem dado a conhecer aspectos nunca tratados, com esteio nos seus grandes conhecimentos de Filologia, pondo-os ao serviço da «janela luminosa da toponímia», como refere.
Manuel Carvalho Martins
A localização de Caladunum tem aparecido nos locais mais bizarros, pelo que, Manuel Carvalho Martins, lhe dedica um documentado capítulo, começando pela evolução do topónimo «Gralhas» (Ciada/Calladunum). Cita uma carta de Távora e Abreu a D. Jerónimo Contador de Argote, de 14 de Maio de 1723: «Umas ruínas que se vêem por cima de Montalegre, caindo sobre Gralhas aonde está uma grande povoação arruinada que bem pode ser Caladunum». Esta tese aproxima-se da apontada por arqueólogos portugueses, espanhóis e franceses, situando a velha cidade ou Ciada entre as povoações de Solveira e Gralhas.
A Via de Antonino, de Bracara (Braga) a Asturica (Astorga), na zona de Chaves seguiria pela Vila de Monforte, Vale de Armeiro, Vinhais e Soeira, com ramal para a capital dos Zoelas, Castro de Avelãs (Bragança). Os Zoelas, nossos antepassados, ocupavam as terras até à margem esquerda do rio Tua na actual Mirandela. Os Flávios, com a capital em Aquas (Chaves) estendiam-se até à margem direita do rio Tua. De Chaves partia uma via pela Condeixa, Vilarandelo e Ponte de «Baltelhas».
Os romanos serviram-se das vias peninsulares existentes, melhorando-as e ligando-as com novas quando o interesse militar e comercial o reclamavam. Um mapa de Portugal Romano, deixa perceber quão importante eram os minérios, principalmente o ouro, e paralelo aos filões das minas de Jales, Três Minas (Vila Pouca de Aguiar), Valdanta (Chaves) e Poço das Freitas (Boticas), havia as minas de Macedinho (Vila Flor), Vila Verde e S. Salvador (Mirandela). Assim, Mirandela como lugar, ou lugares, no tempo dos romanos seria um local de passagem.
O livro de Manuel Carvalho Martins e que aconselho a sua leitura atenta pode ser pedido à Associação Cultural Aquae Flaviae (Chaves). Parabéns à Associação Aquae Flaviae por esta importante publicação e, principalmente, a Manuel Carvalho Martins por este arrojado e documentado estudo.

Jorge Lage – 09JAN2014

Alves Redol e o Douro – Correspondência para Francisco Tavares Teles

                                        Foto: “Alves Redol e o Douro – Correspondência para Francisco Tavares Teles” organização de Gaspar Martins Pereira, colaboração de António Mota Redol e António Tavares Teles

Ao longo de um quarto de século, entre 1945 e 1969, Alves Redol trocou correspondência com Francisco Tavares Teles, comerciante do Pinhão, que acompanhou o escritor neo-realista na preparação dos seus romances e que se tornou um dos seus grandes amigos. Tavares Teles era, de resto, um oásis de cultura no microcosmos duriense dos anos quarenta a sessenta. Colaborador da imprensa local, era um leitor e divulgador compulsivo da literatura portuguesa, associando-se aos círculos intelectuais durienses e de Oposição à ditadura salazarista.
A organização deste livro, da responsabilidade de Gaspar Martins Pereira, contou com a preciosa colaboração de António Mota Redol, filho de Alves Redol, e de António Tavares Teles, filho mais velho de Francisco Tavares Teles, que não só autorizaram a publicação do acervo epistolar como escreveram textos introdutórios e forneceram muitas informações essenciais para a anotação das cartas. Este livro beneficiou ainda de outros contributos, que enriqueceram a sua versão final, a começar pelo de Manuel Tavares Teles, filho mais novo de Francisco Tavares Teles, e alargando-se a amigos de Redol, como Marta Cristina de Araújo, e a amigos ou familiares de algumas das pessoas mais referidas na sua correspondência para Tavares Teles, como Maria da Luz Magalhães, sobrinha de José Arnaldo Monteiro, o outro grande amigo duriense de Redol.

Gaspar Martins Pereira é professor catedrático do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi co-fundador e coordenador científico do GEHVID – Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto (1994-2001). Entre 2007 e 2011, dirigiu o CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço & Memória». Tem desenvolvido diversos projectos de investigação sobre história contemporânea portuguesa, em particular sobre a história da cidade do Porto no século XIX, a história da família e a história do vinho do Porto e da região do Alto Douro. Tem uma vasta obra publicada. Tem realizado, também, numerosas acções no domínio do património histórico-cultural, tendo participado, entre outros projectos, na preparação da candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial e na concepção e instalação do Museu do Douro, de que foi Director até 2007.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também do autor o título: “Porto Manso”]

Ao longo de um quarto de século, entre 1945 e 1969, Alves Redol trocou correspondência com Francisco Tavares Teles, comerciante do Pinhão, que acompanhou o escritor neo-realista na preparação dos seus romances e que se tornou um dos seus grandes amigos. Tavares Teles era, de resto, um oásis de cultura no microcosmos duriense dos anos quarenta a sessenta. Colaborador da imprensa local, era um leitor e divulgador compulsivo da literatura portuguesa, associando-se aos círculos intelectuais durienses e de Oposição à ditadura salazarista.
A organização deste livro, da responsabilidade de Gaspar Martins Pereira, contou com a preciosa colaboração de António Mota Redol, filho de Alves Redol, e de António Tavares Teles, filho mais velho de Francisco Tavares Teles, que não só autorizaram a publicação do acervo epistolar como escreveram textos introdutórios e forneceram muitas informações essenciais para a anotação das cartas. Este livro beneficiou ainda de outros contributos, que enriqueceram a sua versão final, a começar pelo de Manuel Tavares Teles, filho mais novo de Francisco Tavares Teles, e alargando-se a amigos de Redol, como Marta Cristina de Araújo, e a amigos ou familiares de algumas das pessoas mais referidas na sua correspondência para Tavares Teles, como Maria da Luz Magalhães, sobrinha de José Arnaldo Monteiro, o outro grande amigo duriense de Redol.

Gaspar Martins Pereira é professor catedrático do Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foi co-fundador e coordenador científico do GEHVID – Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto (1994-2001). Entre 2007 e 2011, dirigiu o CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço & Memória». Tem desenvolvido diversos projectos de investigação sobre história contemporânea portuguesa, em particular sobre a história da cidade do Porto no século XIX, a história da família e a história do vinho do Porto e da região do Alto Douro. Tem uma vasta obra publicada. Tem realizado, também, numerosas acções no domínio do património histórico-cultural, tendo participado, entre outros projectos, na preparação da candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial e na concepção e instalação do Museu do Douro, de que foi Director até 2007.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Câmara Municipal de Vila Real
Grémio Literário Vila-Realense
Notícias das Letras
A OITAVA COLINA, NOVO ROMANCE DE MODESTO NAVARRO
                António Modesto Navarro (Vila Flor, 1942) é um dos escritores mais fecundos da literatura trasmontana, com uma vasta obra no campo da ficção, a que acaba de acrescentar A oitava colina, 2013, romance publicado pela editora Página a Página, de Lisboa.
                Tal como em tantos dos seus romances, Modesto Navarro narra uma história de resistência ao fascismo. Lê-se na contracapa:
«Na década de 1960 principiaram a guerra colonial e a emigração para a Europa. A experiência da vida de então em Lisboa, a resistência, a formação dos soldados, a guerra em África e a construção do 25 de Abril na clandestinidade e no movimento democrático (CDE) estão nestas páginas, na vontade de viver e de lutar dos trabalhadores e dos intelectuais conscientes e interventivos, na prisão e na tortura, na Revolução e depois, até agora, numa nova resistência que se impõe para transformarmos a vida.
Este é um livro de amor, de libertação e afirmação humana no interior do país e em Lisboa.»
O romance distingue-se pela agilidade narrativa e por uma prosa amadurecida e envolvente.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

HÁ FOGO NA MONTANHA!

Robert Manners Moura iniciou tardiamente uma carreira de escritor, mas parece apostado em recuperar o tempo perdido. É assim que, depois de Douro e Duríades, volta à temática do Douro (desta vez do Douro-Serra, isto é, do conjunto montanhoso Marão-Alvão) com um livro intitulado Há fogo na montanha! (Bubok Publishing, 2013). O subtítulo, Memórias, do Real e do Extraordinário, de uma Serra e das suas Gentes, dá desde logo a entender que a obra tem muito de autobiográfica mas é também temperada com alguma ficção.
Na primeira parte, Manners Moura conta a sua cruzada pela classificação do Parque Natural do Alvão, contra ventos e marés – o menor dos quais não será decerto a resistência de certos autarcas à ideia. Na capa parece-nos ver aliás, sob um céu de fogo, a silhueta dura da chamada Catedral de Arnal.
Numa segunda parte, narra-se a história algo pungente da apropriação dos baldios pelo estado em tempos de ditadura. Tema que, mutatis mutandis, tinha já dado o excelente romanceQuando os lobos uivam, de Aquilino Ribeiro.
                                          Há Fogo na Montanha! 
Autor: Robert Manners Moura

Nº de páginas: 286 
Tamanho: 150x210 
Miolo: Preto e branco
Encadernação: Colado Preço: 13,48€

domingo, 2 de fevereiro de 2014

                                   Foto: “Mentiras & Diamantes” de J. Rentes de Carvalho

«Mentiras & Diamantes tem os ingredientes do thriller, com o escritor a manusear com mestria as técnicas do suspense numa teia cuidadosamente tecida e à prova do leitor mais treinado em encontra pontas soltas. Mas seria limitador reduzi-lo a um género. É uma interrogação sobre um tempo da história recente de Portugal ainda camuflado no silêncio, com uma crítica dura aos protagonistas da cena política nacional. E isto já não é novo em Rentes de Carvalho. É conhecido o desprezo do escritor pelos políticos e pelo rumo de um país que não conseguiu suportar pela claustrofobia dos costumes e do qual fugiu. É também conhecida a sua atracção pela possibilidade literária desse Portugal que, apesar de apontar o dedo ao ditador, nunca terá sido capaz de resolver uma mesquinhez e um provincianismo enraizados.» (5 estrelas)
Isabel Lucas, Público

«A obra de J. Rentes de Carvalho (n. 1930) tem estado a ser reeditada pela Quetzal, que acaba de publicar um seu romance inédito -  “Mentiras & Diamantes”. Trata-se de um thriller bem esgalhado, cruzando reminiscências do processo revolucionário que se seguiu ao 25 de Abril de 1974 com redes de crime organizado. Rentes de Carvalho pertence a uma geração em que os escritores dominam bem o vocabulário, por oposição à “dieta Twitter” que vai moldando vária prosa publicada. O desembaraço não dispensa o uso de vernáculo, sempre adequado às circunstâncias, pontuando a narrativa de observações pícaras: “Grande cu! Alcatra de primeira!”»
Eduardo Pitta, Sábado

«Rentes de Carvalho escreve com a elegância e a destreza “de quem maneja o florete”. O leitor vai sabendo das aventuras (as do presente e as do passado) pela voz de um narrador que parece divertir-se na maneira elíptica e muito hábil de contar a história, que tanto pode alternar entre uma aldeia algarvia onde uns estrangeiros organizaram “umas orgiazitas ao ar livre, outras na capela da casa”, para logo a seguir um corpo ser entregue no deserto da Mauritânia. Pelo meio vão surgindo diamantes traficados nos saltos de Blahniks, um nigeriano em Albufeira, uma conta de dinheiro sujo em chipre, um receptador em Amesterdão que fala quimbundo, português, inglês e russo, e que vive com uma antiga bailarina do Kirov…enfim, toda uma fauna que faz de Mentiras & Diamantes um dos mais interessantes livros de Rentes de Carvalho.»
José Riço Direitinho, Revista Ler

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Ernestina”, “O Rebate”, “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, “Mazagran”, “La Coca”, “A Amante Holandesa”, “Com os Holandeses”, “Tempo Contado”]

 «Mentiras & Diamantes tem os ingredientes do thriller, com o escritor a manusear com mestria as técnicas do suspense numa teia cuidadosamente tecida e à prova do leitor mais treinado em encontra pontas soltas. Mas seria limitador reduzi-lo a um género. É uma interrogação sobre um tempo da história recente de Portugal ainda camuflado no silêncio, com uma crítica dura aos protagonistas da cena política nacional. E isto já não é novo em Rentes de Carvalho. É conhecido o desprezo do escritor pelos políticos e pelo rumo de um país que não conseguiu suportar pela claustrofobia dos costumes e do qual fugiu. É também conhecida a sua atracção pela possibilidade literária desse Portugal que, apesar de apontar o dedo ao ditador, nunca terá sido capaz de resolver uma mesquinhez e um provincianismo enraizados.» (5 estrelas)
Isabel Lucas, Público