Saiu recentemente, com a chancela da Averno, mais um livro de poesia de Vítor Nogueira. Tem por título
Segunda voz, e está dividido em duas partes, “A casa por sob o
sótão” e “O sótão por sobre a casa”, cada uma delas contendo dezoito
poemas. Tem apresentação cuidada, com capa da
designer vila-realense Daniela Gomes.
Todo o livro se desenvolve numa
espécie de diálogo do Autor com um tu que não é outro senão ele próprio.
Poesia do concreto e do quotidiano ― concreto e quotidiano que servem
de trampolim para a amarga reflexão sobre o sentido
da existência.
O belíssimo poema “Formol”, com
que encerra o volume, é por assim dizer uma síntese-recapitulação do
resto: «A casa por sob o sótão. O sótão por sobre / a casa. A casa por
sobre a rua. A rua por sobre / o mundo. [...] Eras
demasiado novo / para todos aqueles livros, / todos aqueles ossos /
arrumados nas estantes. Livros como este, / que se fecha sobre si e só
dói a quem o escreve.»
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