domingo, 6 de dezembro de 2015

“A Noite Em Que A Noite Ardeu” de A.M. Pires Cabral

                             
Epígrafe

Se algum dia alguém chegar a ler
este dia agreste,
provavelmente pensará: que pálida lanterna;
não é deste metal que a luz é feita.

Calma. Pois não.

Mas quem assiduamente
visita os desvãos onde a noite se acoita
não precisa de mais que o clarão desta treva,
desta cegueira sem cão e sem bengala,
para no escuro rasgar o seu caminho
e nela ir progredindo às arrecuas.

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