sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

“Guerra Junqueiro: A Musa Dual” (antologia) introdução, selecção de textos e organização de A.M. Pires Cabral

                  Foto de Traga-Mundos - livros e vinhos, coisas e loisas do Douro.
«Com introdução, selecção de textos e organização de A.M. Pires Cabral, Guerra Junqueiro: A musa dual procura revelar o poeta Guerra Junqueiro na plenitude das suas escolhas literárias e ideológicas. Incluindo textos em verso e em prosa, esta antologia divide-se em duas partes: Horas de luta e Vibrações líricas. Na primeira, mostra-se o poeta engagé, reunindo-se nela textos combativos e indignados sobre a monarquia, a igreja e a dissolução moral. Na segunda parte, de teor predominantemente lírico, bucólico e místico, estão presentes as evocações da infância, a exaltação da natureza e dos humildes, as formulações cósmicas e panteístas, a reconciliação religiosa.»

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

               

«A obra tem por tema central as marcas arquitetónicas judaicas no concelho de Mogadouro. Cremos que este é o primeiro trabalho sobre esta temática na região transmontana. A segunda parte aborda as vítimas da Inquisição do mesmo concelho e a terceira é dedicada à biografia de D. Luís de Carvajal y de la Cueva, o Velho, um dos grandes vultos da nossa história, praticamente desconhecido entre nós.»
Foto de Âncora Editora.

sábado, 17 de dezembro de 2016

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

      Mañana día 7 de diciembre (Miércoles) a las 20:00, presentación del libro "Dicionário do Falar Raiano de Marvão" de la autora Teresa Simão.
Presentación por Jorge de Oliveira en la Biblioteca Municipal de Valencia de Alcántara, España.
             

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

                
                
         


O livro "Vilarinho dos Galegos e os seus mascarados" divide-se em duas partes distintas. Na primeira, aborda diversos aspectos que se prendem com a evolução cronológica da localidade de Vilarinho dos Galegos ao longo da sua história, focando temas que vão desde a tentativa de explicação do topónimo, algumas breves notas sobre o "castro", passando pelas Memórias Paroquiais de 1758, pela dissecação de alguns processos judiciais respeitantes à prática do contrabando no séc. XIX, finalizando com um capítulo dedicado à comunidade e tradições judaicas da terra.
Na segunda parte, a obra debruça-se sobre a temática dos rituais com máscara do concelho de Mogadouro e sobre a festa do "Mascarão e da Mascarinha", que deu o mote ao livro. Nos capítulos finais abordam-se igualmente outras festividades de raiz pagã que pontuaram o ciclo festivo da aldeia de Vilarinho dos Galegos.


sábado, 26 de novembro de 2016

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A Guerra nos Balcãs

Jihadismo, Geopolítica e Desinformação. Vivências de um Oficial do Exército Português ao Serviço da ONU




recomendar livro a um amigo
Autoria: Carlos Branco

Sinopse:

Mas volto ao desencanto. O livro que o leitor tem perante si é, visivelmente, fruto de um trauma e dos estados de alma dele resultante. E isso torna-o num livro muito autêntico, nada “tático” com a revelação da realidade dos factos, tal como o autor os observou ou pressentiu. Se me é permitida uma simplificação, diria que este texto é a expressão do choque de alguém que partiu com imensa boa vontade e entusiasmo para uma tarefa, a que se entregou com sinceridade e abertura, e que se deparou, para além das insuficiências do próprio país que o enviava, com um mundo concreto feito de agendas diferenciadas, algumas conflituais entre si, construídas de cinismo e de “realpolitik”, se é que um termo não é necessariamente sinónimo de outro. Não que isso não fosse em absoluto expectável, mas o grau e a natureza dessa realidade induziram claramente no autor algumas surpresas, na maioria dos casos menos agradáveis. Este trabalho é a imersão nesse mundo de sombras, de sinais cruzados e deliberadamente equívocos, de cumplicidades e conluios, onde a miséria da guerra vem sempre ao de cima, tudo sobredetermina, com uma crueldade que às vezes a redondeza do discurso político procura iludir. [Francisco Seixas da Costa]. ¶¶ A experiência na antiga Jugoslávia despertou-me intelectualmente para as questões das operações de paz e da resolução de conflitos. Se não tivesse tido a oportunidade de observar este conflito em primeira mão, teria seguramente formado uma opinião sobre o comportamento dos seus atores, tanto internos como externos, muito diferente daquela que formei, provavelmente até diametralmente oposta. Foi uma oportunidade para me aperceber das subtilezas da verdade. Verifiquei que muito daquilo que eu julgava saber estava errado, ou pior, eram meias verdades. ¶ […] ¶ Este livro é um testemunho pessoal, tanto de acontecimentos vividos em primeira mão, como de ocorrências em que estive indiretamente envolvido. É uma compilação de estórias que vivi e por que passei organizadas cronologicamente (tanto quanto possível). Nenhum dos factos relatados é ficção. A descrição daqueles em que não participei diretamente baseia-se, na maior parte dos casos, em relatórios ou em entrevistas com as pessoas que estiveram diretamente envolvidas. Apesar deste trabalho não ter a pretensão de ser um exercício académico, nem uma incursão na história do conflito poderá contribuir, contudo, para a sua melhor compreensão ao proporcionar mais uma leitura dos acontecimentos.

Índice:

Dedicatória

Excertos de uma entrevista feita por Jacques Merlino a James Harff

Prefácio

Siglas e acrónimos

Agradecimentos

Introdução
Ulica Antunovac
Uma Semana em Zagreb
A Caminho da Bósnia
Sta Ima?
Mostar Leste
Esticando a corda
Barragens de artilharia na M17
Sector Soft
Ulica Ilica – A Ambientação
No Rescaldo da Operação Storm
Uma Descida Às Trevas
Atos de um Genocídio
Jihadistas na Bósnia
O Que Parece Não É!
Uma História Mal Contada
Uma Nota Introdutória
Os Combates e a Queda do Enclave
No Rescaldo da Operação
Para Além dos Factos. A Análise
Post-Scriptum
O Fim da Guerra na Bósnia
O Regresso à Pátria

Epílogo

À Guisa de Posfácio



AUTOR

Carlos Branco é Major-General do Exército na situação de reserva. Entre outras funções, foi observador militar da ONU no conflito da ex-Jugoslávia, entre agosto de 1994 e fevereiro de 1996. Ainda nesse ano, ao serviço da OSCE, desempenhou as funções de monitor eleitoral nas primeiras eleições realizadas na Bósnia após os acordos de Dayton. Ao serviço da ONU exerceu ainda funções na Divisão Militar do Secretariado da ONU, em Nova Iorque, para as quais foi selecionado, onde nas funções de Peacekeeping Affairs Officer foi desk officer das missões da ONU no Médio Oriente (Israel, Líbano, Síria e Iraque/Kuwait).
Foi igualmente selecionado para as funções de porta-voz do Comandante da Força da OTAN no Afeganistão; assim como para Diretor da Divisão de Cooperação e Segurança Regional do Estado-Maior Militar Internacional da OTAN, em Bruxelas, onde foi responsável pelo planeamento estratégico da cooperação militar da OTAN com os seus parceiros.
Foi também Subdiretor do Instituto de Defesa Nacional e do Instituto de Estudos Superiores Militares. Presentemente é investigador integrado na Universidade Autónoma de Lisboa onde lidera um projeto no âmbito das técnicas e métodos da Resolução de Conflitos.

Detalhes:

Ano: 2016
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 286
Formato: 23x16

sábado, 19 de novembro de 2016

               

"Sem navios, não existe marinha. Mas são, naturalmente, os homens (e agora também as mulheres) que a animam, cumprem a sua missão e às vezes deixam marca histórica. O binómio navios-marinheiros é a pedra-de-toque desta instituição."
O lançamento da obra será dia 23 de Novembro no Clube Militar Naval.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

                 


Provavelmente influenciada por textos de marca claramente anglo-saxónica, a autora desenrola uma trama narrativa densamente intrincada, onde as personagens surgem claramente envolvidas no fio da meada, em cenários e ambientes onde se fala a língua de Shakespeare. Através das acções, desejos e motivações de cada personagem, o leitor é confrontado com questões centrais do nosso tempo: a (in)finitude do amor, força humana que tanto pode ser destruidora como redentora, os preconceitos cerceadores da liberdade individual, a defesa da natureza, como elemento que a civilização humana deve incluir, partilhar e preservar, e, acima de tudo, os grandes sentimentos que estão na base do sucesso da raça humana entre os seres vivos, a amizade, a generosidade, o perdão, que, inelutavelmente, acabarão sempre por vencer a discriminação, a solidão e o egoísmo.
Escrito num estilo pouco habitual no nosso panorama ficcional, em que a acção das personagens suplanta claramente a importância do autor/narrador, "A música do rio" atrai-nos para uma realidade que, embora diferente, é também a nossa em qualquer parte do mundo.

Patrícia Aires nasceu em França, mas veio viver para Portugal com apenas seis anos, residindo actualmente no concelho de Torre de Moncorvo, distrito de Bragança. Licenciou-se em Sociologia e desde então tem trabalhado em diversas áreas: autarquia, tribunal, museus. Desde cedo revelou inclinação para as letras, tendo ganho alguns concursos literários. “A música do rio” é a sua primeira obra publicada.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

terça-feira, 8 de novembro de 2016

                      
«Assiste-se nos livros de Inácio Pignatelli sobre o Douro a um constante diálogo entre dois seres que se amam, se respeitam e se completam. Porque, como diz Mestre Júlio Resende, em entrevista neste livro, o «Douro é um ser que respira. Que reflecte uma espécie de sentimento humano em tal dinâmica, que transmite o alegre e o trágico, a inocência e o presságio. Espelho do céu e do inferno. O seu trajecto iria impor uma enorme determinação vencendo obstáculos sem fim aos quais, afinal, o homem, respondeu num esforço hercúleo, para a sua sobrevivência». E são cerca de novecentos quilómetros desde o mistério do nascer entre meia dúzia de pedrinhas, no meio de uma pocinha de areia húmida, entre tufos de musgo, como uma pequena e tosca cruz de ferro a assinalar o lugar.» Júlio Couto, prefácio

sábado, 5 de novembro de 2016

Sobre a Medição da Volatilidade nos Mercados Bolsistas Internacionais evidência dos países do G 7





Colaboração com a entidade: Instituto Politécnico de Lisboa

14,00 €




Sinopse:

Esta obra tem como objectivo fornecer um contributo para a análise do comportamento da volatilidade dos mercados financeiros, a qual assume especial relevo em resultado da complexidade e incerteza que actualmente caracteriza aqueles mercados. Nesse sentido, apresenta-se uma abordagem inovadora, baseada num novo ramo da ciência – a Econofísica – que preconiza a utilização de conceitos oriundos da Física para explicar fenómenos de natureza económico-financeira. Deste modo, sugere-se a medida de entropia como alternativa ao desvio-padrão para descrever a volatilidade dos mercados financeiros, já que proporciona uma abordagem mais abrangente do que a anterior. Uma vez que a entropia de Shannon apenas se revela eficaz na descrição de sistemas em estado de equilíbrio discutem-se adicionalmente duas generalizações desta medida – a entropia de Renyi e a de Tsallis – que se revelam adequadas na descrição de sistemas anómalos, como parece ser o caso dos mercados financeiros. Mais concretamente, o que se compara nesta obra são os resultados da abordagem tradicional assente no desvio-padrão e em modelos econométricos de tipo ARCH – Autoregressive Conditional Heteroskedasticity Model, com os proporcionados pelas entropias mencionadas.

Índice:

1. Introdução

2. Volatilidade
2.1 Relevância do tema
2.2 Conceito de volatilidade
2.3 Medidas estatísticas
2.4 Modelação da volatilidade condicionada
2.4.1 Modelo ARCH
2.4.2 Modelo GARCH
2.4.3 Modelo IGARCH
2.4.4 Modelo FIGARCH
2.5 Síntese do capítulo

3. Entropia
3.1 Principais tendências no domínio da econofísica
3.2 Conceito de entropia
3.2.1 Origem do conceito de entropia
3.2.2 Evolução do conceito de entropia
3.3 Entropia de Shannon
3.3.1 Propriedades da entropia de Shannon
3.4 Entropia de Renyi
3.4.1 Propriedades da entropia de Renyi
3.5 Entropia de Tsallis
3.5.1 Propriedades da entropia de Tsallis
3.6 Entropia de Renyi versus entropia de Tsallis
3.7 Síntese do capítulo


4. Descrição e análise estatística dos dados
4.1 Recolha e tratamento de dados
4.2 Evolução dos índices bolsistas internacionais
4.3 Estudo das rendibilidades dos índices bolsistas
4.3.1 Análise descritiva das rendibilidades
4.3.2 Análise da distribuição empírica das rendibilidades
4.4 Síntese do capítulo

5. Resultados da modelação da volatilidade condicionada
5.1 Especificação da equação da média condicionada
5.2 Análise aos resíduos do modelo AR(p)
5.3 Estimação dos modelos
5.4 Escolha do modelo adequado
5.5 Síntese do capítulo

6. Resultados da estimação da entropia
6.1 Método de estimação da entropia
6.2 Valores da entropia de Tsallis, Renyi e Shannon
6.3 Comparação entre os resultados da entropia e os valores do desvio padrão e do coeficiente de variação
6.4 Síntese do capítulo

7. Conclusões

Bibliografia 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Angola – Sonho e Pesadelo (3.ª edição)

   




Autoria: Adolfo Maria

15,00 €




Sinopse:

Este livro é o testemunho comovente e dramático de um homem de convicções coagido a viver consigo próprio numa total solidão, submetido à angústia e à incerteza desgastantes, com uma força de vontade psicológica que procurava dominar o corpo e o espírito, para guardar o equilíbrio físico e mental face ao sofrimento e à iminência da morte. Para o leitor que, como me aconteceu, provavelmente devorará de um fôlego estas páginas emocionantes, um dos momentos mais angustiantes talvez seja aquele em que, já amnistiado, foi ainda submetido – como Sísifo na sua montanha – ao suplício de interrogatórios repetitivos e cruéis, ainda que sem violência física, que não tinham qualquer justificação ou lógica que não fosse a de uma vingança mesquinha da polícia política que se sentia “ridicularizada” por ele ter escapado à sua fúria assassina durante mais de dois anos e meio. Antes de ser um documento histórico ou um exercício literário, aliás de evidente qualidade, este livro é, entre o sensível e o inteligível, o testemunho dilacerante de um ser a lutar desesperadamente pela sua vida, sem nunca ceder à adversidade e à solidão. Afinal de contas também estamos perante um verdadeiro manual de sobrevivência. Durante a sua leitura ocorreu-me pensar em Kafka e até no conde de Monte Cristo (mas sem um tesouro no fim, nem desejos de vingança...). A analogia talvez se justifique... [Adelino Torres (Professor Catedrático Jubilado do ISEG - UTL]

Índice:

Prefácio

Capítulo I – As Mil Solidões

Capítulo II – Factos e Fantasmas

Capítulo III – Para Memória Futura

Capítulo IV – Acasos e Consequências

Capítulo V – Quantos Recomeços tem uma Vida

Anexos (documentos e fotos)

Intervenção de Francisca Van Dunem
                    
       

Conhece a origem da mudança da hora legal em Portugal? O livro "O Relógio da República", de Fernando Correia de Oliveira, revela-nos as razões, entre outros factos. Partilhamos este artigo, alusivo ao tema, publicado na Rádio Condestável.
http://www.radiocondestavel.pt/radio/index.php/noticias/24016-serta-cabecudo-pai-da-hora-legal-em-portugal-e-do-cabecudo


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

                
"Este livro é uma forma de resistência ao esquecimento da memória do povo a que pertencemos e um contributo importante para recuperar e preservar essa memória. É também uma homenagem aos homens e às mulheres das “nossas terras”, que experimentaram a dureza da vida nos anos 50 a 70 do século passado."

terça-feira, 18 de outubro de 2016

           


«A bacia do rio forma parte da rede de afluentes durienses portugueses perpendiculares ao Douro. Os efeitos ambientais desta disposição dos cursos fluviais tributários do Douro são notórios, gerando a intrincada variabilidade climática própria da região duriense em Portugal. Inserido nesta rede natural de vales, o do Corgo é especialmente interessante pois junta dois caracteres geomorfológicos determinantes na geração de variabilidade ambiental: intervalos altitudinais muito alargados, por um lado e largura da bacia, pelo outro. Do lado oeste, a bacia do rio Corgo possui uma das barreiras montanhosas mais elevadas de Portugal, a cadeia Alvão-Marão, com intervalos altitudinais próximos aos 1400 m entre o ponto mais baixo e o mais alto deste vale. Juntamente com esta exuberante parede lateral, a bacia corguense é uma das bacias auxiliares do Douro mais estreitas, pois a largura máxima que esta chega a alcançar é pouco superior aos 20 Km. 

Com estas condicionantes naturais, acompanhadas de um igualmente complexo sistema de controlo termopluviométrico resultante da proximidade deste vale ao mar, o vale do rio Corgo é sem qualquer dúvida um dos tesouros naturais que faz do Douro português um universo de vida por descobrir. O Jardim Botânico da UTAD, com a colaboração da Câmara Municipal de Vila Real, pretende com este guia de campo contribuir para dar a conhecer a importância biológica, neste caso florística, contida nesta singular sub-região duriense. 

Este é um manual dirigido para o excursionista e amante da natureza. De modo gráfico, o manual mostrará como diferenciar os principais habitats que surgem nesta paisagem, como identificar a sua riqueza florística e como percorrer este pequeno grandioso vale duriense.»




sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Já está disponível a 2.ª edição da Gramática Básica de Russo

                  
Este livro dirige-se a todas as pessoas que estão a aprender russo e querem enriquecer as suas competências neste idioma. Esta gramática explica de forma simples tudo o que se precisa saber sobre a língua de Dostoievsky e Tolstoi e ser-lhe-á da maior utilidade para entender os processos linguísticos, as particularidades e o funcionamento do russo.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

terça-feira, 27 de setembro de 2016

OS FILHOS DO (IN)FORTÚNIO, de Lídia Machado dos Santos

                                           

OS FILHOS DO (IN)FORTÚNIO

Tudo o que sou claramente não é daqui. Mas tudo o que sou obscuramente pertence a este chão. A minha vida é uma corda de viola esticada entre dois mundos. No outro, oiço-lhe a música; neste sinto-lhe as vibrações.
Miguel Torga, Diário X
A vida na cidade nunca fora apenas uma opção. Fora a opção. A única realidade que haviam conhecido até então desde os tempos das diabruras mais feias na casa de uma tia tão tia cujo nome já se tinha perdido no tempo. Por essa altura, o mês de agosto, e só esse, era passado algures num parque remoto do país que nem parecia o seu. Chamavam-lhe Montesinho e ficava a dias de viagem de Lisboa. Pelo menos para os mais jovens da família, a viagem, no início dos anos 80, parecia ter a duração de uma eternidade.
Aquela viagem tinha sabor a aventura. Chica e o irmão Rodrigo preparavam-se durante semanas para receberem o cheiro a verde e a silêncio que o campo exalava.
Aos quinze anos, e já no final daquela década, a padecer das primeiras borbulhas, Chica passara a Francisca e recusara-se a deixar o ar cada vez mais putrefacto da cidade durante o verão por não acontecer, segundo ela, nada de moderno na montanha. Lá não havia as festas da moda, as pessoas exuberantes, os lugares requintados. O irmão seguira-lhe o raciocínio, a vontade e o exemplo. Afinal, ela era a mais velha e tinha sempre todas as respostas. Instalar-se-ia uma luta entre eles, os pais e a tia Montesinho, como era conhecida na família. Vencê-la-iam os dois petizes depois de algum tempo, de resto.
Um dia, porém, a opção seria definitivamente outra e ver-se-iam obrigados a regressar munidos de armas e bagagem. Sobretudo bagagem. A montanha contemplá-los-ia do alto da sua imensa pacatez e sabedoria e ensiná-los-ia a viver de novo na simplicidade de quem tudo tem e nada anseia.

A reviravolta seria total. Sem os pais e a maior parte da família para os apoiar, ou até mesmo a tia enrugada dos prados longínquos a quem recorrer, sem os amigos íntimos, chegados, os que estavam lá em casa com convite e sem ele, sem os empregos e empregados, as lojas e os restaurantes de luxo, Rodrigo voltaria a sentir o cheiro dos prados nas suas narinas. E talvez Francisca se resignasse.
A hora havia chegado. Teriam de mudar todos os caminhos. As suas vidas teriam de ser reformuladas. Até a Delta Q imaculada, imponentemente
implantada em lugar de destaque na cozinha chique a valer e sem cujo café se haviam recusado sair de casa centenas manhãs antes, deixaria de fazer sentido e seria barbaramente substituída pela velha cafeteira sem asa da tia Montesinho, a mesma que tinham deixado para trás trinta anos antes, algures num lugar ermo do concelho de Vinhais.
E Francisca? A mana negar-se-ia com toda a garra, gritos e punhados de cabelo a aceitar a mudança, inevitável, que, de mansinho, se ia instalando nas suas vidas. Resistiria até a última gota do perfume mais caro se enxugar no fundo do frasco.
Até quando conseguiriam ter motorista e pagar a exorbitância do condomínio do quinto andar das Amoreiras para morarem num luxo que já sabia a catástrofe financeira? Até quando conseguiriam passear calmamente na avenida da Liberdade e ignorar aqueles que lhes estendiam a mão?
Enfim, talvez fosse tudo uma questão de opções, gavetas, pó, cheiros e caminhos.
Agora, o campo, o isolamento, a aridez e o ermo, ofereciam-se-lhes como a única saída viável, embora dificílima. Para Francisca seria quase como regredir em termos civilizacionais. Não conseguia entender por completo como é que aquelas pessoas eram capazes de viver um quotidiano de pedra, madeira, terra e trabalho braçal. Como é que conseguiam encontrar algum conforto num sítio onde tudo tinha de ser produzido e não simplesmente adquirido? Como se sentiam os aldeãos realizados e satisfeitos vivendo numa povoação com uma rua e quatro ruelas, duas delas conducentes a estábulos? Sem lojas, cafés ou hipermercados? Sem um cinema, um quiosque ou simplesmente rede de telemóvel?
Os (des)encantos de Montouto instalar-se-iam gradualmente no seu coração. Devagar, mas firmemente, como a flor do castanheiro, na primavera, se instala vagarosamente nos ramos ainda queimados pela geada de março…