quinta-feira, 31 de outubro de 2013

                                 



Dário Moreira de Castro Alves, reuniu no livro “O Vinho do Porto na Obra de Eça de Queiroz”, tudo o que o escritor diz sobre o vinho fino do Douro.
Neste trabalho de pesquisa meticulosa, Dário Moreira de Castro Alves conduz-nos à região do Douro que o génio de Eça de Queiroz recriou no espaço mágico de Tormes: o rio e toda a vasta zona, que abrange a sua história e geografia, a cultura dos povos e lugares por onde passa, os seus recursos e potencialidades, o quotidiano das gentes que dele vivem.
Retrato vivo do país vinhateiro este líquido, e generoso, agarrado aos socalcos onde a cepa come pedra e bebe sol, ganhou há séculos, prestígio nacional e internacional.

«O autor, Dário Moreira de Castro Alves, conduz o leitor à região do Douro, que o gênio de Eça captou tão bem. E com ele viaja através do rio e toda sua vasta zona, abrangendo sua história, geografia e cultura.Na obra de Eça de Queirós encontra-se o retrato vivo do douro vinhateiro. Com Eça a gastronomia ganha assento na grande literatura e, com ela, as referência ao néctar proveniente do Douro. Ao longo da sua obra são mais de 4.500 as citações gastronômicas e 1.302 menções a bebidas alcoólicas. Como diz o autor “a grande e abundante colheita de vinhos na obra queirosiana é a dos vinhos de sua época, do seu século, fossem portugueses fosse franceses, espanhóis, alemães, italianos, húngaro e até chineses”. O autor analisa a obra de Eça, particularmente os títulos onde o vinho é referenciado: “A Tragédia da Rua das Flores”, “O Crime do Padre Amaro”, “A Relíquia”, apenas para citar alguns.
O livro em si, é sem dúvida, um bom pretexto para “beber” com imoderação a obra de Eça de Queirós.» [blogue Vino Divino Vino por Elmano Marques]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... |



Contos Para a Infância

                                                    Foto: “Contos Para a Infância” de Guerra Junqueiro

Abílio Manuel Guerra Junqueiro (1850-1923) notabilizou-se como político, deputado, jornalista, escritor e poeta. A sua poesia granjeou-lhe uma enorme popularidade, sobretudo a poesia panfletária que contribuiu para a implantação da República.
Nesta obra dedicada às crianças o autor afirma “reuni para ele tudo o que vi de mais singelo, mais gracioso e mais humano”. Escreveu a pensar na sensibilidade infantil e na descoberta da vida. São 44 pequenas histórias que convivem com a poesia dos pássaros e outros animais, com as árvores, as flores, os génios, as aventuras, onde se exalta a magia da vida.
“Contos para a Infância” é um documento importante para a história da literatura infantil em Portugal, iniciada por João de Deus ao dirigir-se especificamente às crianças como nos afirma no prefácio Júlia Nery. O próprio Guerra Junqueiro na abertura desta obra confessa: “Livros simples! Nada mais complexo.”

«Não deverá haver biblioteca escolar que se preze que não possua no seu acervo algumas das edições deste livrinho de Guerra Junqueiro, publicado pela primeira vez em 1877 - sob o título de CONTOS PARA A INFÂNCIA, a que é acrescentado, na página do rosto "Escolhidos dos melhores autores”- e reeditado desde então mais de uma dezena de vezes.
A 2ª edição da obra, em 1881, "aumentada e adornada de gravuras e aprovada pelo Conselho de Instrução Publica, para uso das escolas", parece com este aval permitir que se cumpra o objectivo que orientou o escritor na elaboração desta antologia. Com efeito, na 2ª edição, os contos são precedidos por "Duas Palavras", uma brevíssima introdução em que o autor expõe com lirismo a sua visão da educação ideal e do que entende ser a leitura mais adequada para as crianças.
"O leite é o alimento do berço, o livro o alimento da escola. Entre ambos devera existir analogia: pureza, fecundidade, simplicidade." escreve nessa introdução Guerra Junqueiro entre outras considerações. Já no seu poema "A Escola Portuguesa" (in A Musa em Férias, 1878), opinara sobre a “hedionda prisão”, a escola de então, e os “horríveis” versos e prosas que as crianças eram obrigadas a soletrar. Nada mais natural que reunisse na sua antologia alguns textos simples que pudessem colmatar a falta sentida: “Reuni para ele tudo o que vi de mais singelo, mais gracioso e mais humano” (ibidem).
Ao longo de gerações, os contos coligidos por Guerra Junqueiro foram e continuam a ser reproduzidos nos livros escolares (livros de leitura, compêndios, manuais). Atualmente até já há edições digitais da obra; entretanto, a sua visibilidade adquiriu um novo estatuto pois três das histórias - "O Fato Novo do Sultão", "Boa Sentença" e "João Pateta"- passaram a integrar a lista das obras de Iniciação à Educação Literária (para o 3º ano), das novas Metas Curriculares.
A boa estrela desta antologia tem inspirado alguns investigadores dedicados e é graças a eles que podemos ficar a conhecer a história desses contos.» Manuela D.L. Ramos

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial... 


«Não deverá haver biblioteca escolar que se preze que não possua no seu acervo algumas das edições deste livrinho de Guerra Junqueiro, publicado pela primeira vez em 1877 - sob o título de CONTOS PARA A INFÂNCIA, a que é acrescentado, na página do rosto "Escolhidos dos melhores autores”- e reeditado desde então mais de uma dezena de vezes.
A 2ª edição da obra, em 1881, "aumentada e adornada de gravuras e aprovada pelo Conselho de Instrução Publica, para uso das escolas", parece com este aval permitir que se cumpra o objectivo que orientou o escritor na elaboração desta antologia. Com efeito, na 2ª edição, os contos são precedidos por "Duas Palavras", uma brevíssima introdução em que o autor expõe com lirismo a sua visão da educação ideal e do que entende ser a leitura mais adequada para as crianças.
"O leite é o alimento do berço, o livro o alimento da escola. Entre ambos devera existir analogia: pureza, fecundidade, simplicidade." escreve nessa introdução Guerra Junqueiro entre outras considerações. Já no seu poema "A Escola Portuguesa" (in A Musa em Férias, 1878), opinara sobre a “hedionda prisão”, a escola de então, e os “horríveis” versos e prosas que as crianças eram obrigadas a soletrar. Nada mais natural que reunisse na sua antologia alguns textos simples que pudessem colmatar a falta sentida: “Reuni para ele tudo o que vi de mais singelo, mais gracioso e mais humano” (ibidem).
Ao longo de gerações, os contos coligidos por Guerra Junqueiro foram e continuam a ser reproduzidos nos livros escolares (livros de leitura, compêndios, manuais). Atualmente até já há edições digitais da obra; entretanto, a sua visibilidade adquiriu um novo estatuto pois três das histórias - "O Fato Novo do Sultão", "Boa Sentença" e "João Pateta"- passaram a integrar a lista das obras de Iniciação à Educação Literária (para o 3º ano), das novas Metas Curriculares.
A boa estrela desta antologia tem inspirado alguns investigadores dedicados e é graças a eles que podemos ficar a conhecer a história desses contos.» Manuela D.L. Ramos



Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 156
Editor: Lello Editores
Preço: 10,10€
 


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A Última Criada de Salazar – A vida doméstica e os dias do fim

                                                  Foto: “A Última Criada de Salazar – A vida doméstica e os dias do fim” de Miguel Carvalho

Em 1969, prestes a completar 14 anos, Rosália Araújo foi contratada para servir António de Oliveira Salazar. Durante anos, conheceu a vida doméstica do palacete de São Bento, liderada pela severa dona Maria, e o lado mais privado do Presidente do Conselho, com os seus hábitos, gostos, desgostos e segredos. No momento da sua morte, em 1970 foi a única empregada presente no quarto do ditador. 

A Última Criada de Salazar é o relato minucioso da decadência e dos dias do fim do homem que alcançou o poder em 1932 e só o perdeu três décadas mais tarde.

Após a morte do ditador, Rosália teve convites para ficar em Lisboa, mas regressou a Favaios. Casou, criou família, enviuvou. Padeira fora, padeira continuou. “Precisávamos de outro 25 de Abril”, diz, agora, a antiga criada de Salazar.

«É um livro especial. Extraordinariamente bem escrito, com uma coerência narrativa e um ritmo absolutamente perfeitos, é o exemplo acabado do livro que se lê de um fôlego. Foi de facto o meu caso. Abri-o e só o pousei depois de terminar. O tema e as personagens ajudam, claro. Os últimos anos do regime de Salazar, observados a partir de um microcosmos que foi a sua residência oficial (S. Bento e o Forte de Sto. António do Estoril) e pelos olhos de quem o servia. A D. Rosália, um verdadeiro tesouro de memórias intactas, guia-nos pelo universo particular dos últimos anos da ditadura, com uma visão apolítica da casa onde residia o poder que comandava o, à altura, Império Português. De entre o flagrante contraste entre a dimensão do império até à pequenez do mundo privado do ditador, acompanhamos uma história que em qualquer contexto não deixa de ser uma portentosa tragédia clássica. A queda (e aqui esqueço o episódio da cadeira) de um mito. Toda a descrição dos últimos tempos de vida de Salazar, mas sobretudo a gigantesca encenação que é feita para manter as aparências, chega a parecer irreal. E de certa forma é. É uma realidade que não existe, em absoluto contraponto com um país pobre, pequeno e abandonado à sua sorte, onde apenas as elites contam. É neste equilíbrio delicado e que nunca abandona que o Miguel consegue dar uma imagem de um pais e de uma ditadura em queda, sem nunca cair no que seria fácil, o tomar partido. É um retrato de um homem incontornável no Séc. XX português, feito a partir de dentro. Um quadro pintado em proximidade.» [Ricardo, blogue Estante Acidental]

Miguel Carvalho nasceu no Porto em 1970 e é repórter da revista Visão desde dezembro de 1999. Em 1989, concluiu o Curso de Radiojornalismo do Centro de Formação de Jornalistas do Porto. Trabalhou no Diário de Notícias e no semanário O Independente. Recebeu o Prémio Orlando Gonçalves (Jornalismo), em 2008, e o Grande Prémio Gazeta, do Clube dos Jornalistas, em 2009. Algumas das suas reportagens têm merecido referência em títulos como The New York Times, El País, Daily Telegraph, Veja ou O Globo.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...


Em 1969, prestes a completar 14 anos, Rosália Araújo foi contratada para servir António de Oliveira Salazar. Durante anos, conheceu a vida doméstica do palacete de São Bento, liderada pela severa dona Maria, e o lado mais privado do Presidente do Conselho, com os seus hábitos, gostos, desgostos e segredos. No momento da sua morte, em 1970 foi a única empregada presente no quarto do ditador. 

A Última Criada de Salazar é o relato minucioso da decadência e dos dias do fim do homem que alcançou o poder em 1932 e só o perdeu três décadas mais tarde.

Após a morte do ditador, Rosália teve convites para ficar em Lisboa, mas regressou a Favaios. Casou, criou família, enviuvou. Padeira fora, padeira continuou. “Precisávamos de outro 25 de Abril”, diz, agora, a antiga criada de Salazar.

«É um livro especial. Extraordinariamente bem escrito, com uma coerência narrativa e um ritmo absolutamente perfeitos, é o exemplo acabado do livro que se lê de um fôlego. Foi de facto o meu caso. Abri-o e só o pousei depois de terminar. O tema e as personagens ajudam, claro. Os últimos anos do regime de Salazar, observados a partir de um microcosmos que foi a sua residência oficial (S. Bento e o Forte de Sto. António do Estoril) e pelos olhos de quem o servia. A D. Rosália, um verdadeiro tesouro de memórias intactas, guia-nos pelo universo particular dos últimos anos da ditadura, com uma visão apolítica da casa onde residia o poder que comandava o, à altura, Império Português. De entre o flagrante contraste entre a dimensão do império até à pequenez do mundo privado do ditador, acompanhamos uma história que em qualquer contexto não deixa de ser uma portentosa tragédia clássica. A queda (e aqui esqueço o episódio da cadeira) de um mito. Toda a descrição dos últimos tempos de vida de Salazar, mas sobretudo a gigantesca encenação que é feita para manter as aparências, chega a parecer irreal. E de certa forma é. É uma realidade que não existe, em absoluto contraponto com um país pobre, pequeno e abandonado à sua sorte, onde apenas as elites contam. É neste equilíbrio delicado e que nunca abandona que o Miguel consegue dar uma imagem de um pais e de uma ditadura em queda, sem nunca cair no que seria fácil, o tomar partido. É um retrato de um homem incontornável no Séc. XX português, feito a partir de dentro. Um quadro pintado em proximidade.» [Ricardo, blogue Estante Acidental]


Edição/reimpressão: 2013

Páginas: 272
Editor: Oficina do Livro
Preço: 15,90€

domingo, 27 de outubro de 2013

Jesus Cristo bebia cerveja, de Afonso Cruz


                                        
Costuma-se dizer que se Maomé não vai à montanha vai a montanha a Maomé. No centro do novo romance de Afonso Cruz está precisamente este aforismo. Há uma idosa alentejana cujo maior desejo é visitar a Terra Santa. Como a neta não a pode levar lá, é engendrada uma forma de trazer Jerusalém até ao Alentejo. É aqui que reside o aspeto cómico de um romance que se revela no entanto uma tragicomédia.

«É certo e sabido» - lê-se num dos últimos parágrafos - «que o final feliz é uma invenção humana, uma necessidade de obliterar a morte. A vida nunca acaba bem». No caso da vida de Rosa - a personagem principal, neta da tal idosa que queria ir a Jerusalém - a infância também já não foi auspiciosa. Viu o avô atirar-se a um poço, o pai enforcar-se e a mãe fugir de casa.
Cobiçada pelo olhar lúbrico dos homens, Rosa há-de descobrir no professor Borja um cúmplice, primeiro, e depois o objeto da sua trágica dádiva.
É o professor Borja, um erudito sem audiência nem reconhecimento, que há de preparar o cenário da falsa Jerusalém. Exigindo no entanto a fidelidade a detalhes importantes: entre eles, o facto de Jesus Cristo beber cerveja e não vinho.
Não se trata de uma liberdade ficcional mas de um aspeto que tem sido discutido pela História. O professor Borja é taxativo: «O que se bebia no espaço geográfico em que Cristo habitava era cerveja. O vinho era uma bebida de romanos, dos invasores. Cristo não iria beber a bebida dos ricos, dos opressores».

Prémios Time Out Lisboa 2012 - Livro do Ano
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 248
Editor: Alfaguara Portugal

sábado, 26 de outubro de 2013

Espaços de Lazer e de Turismo no Noroeste de Portugal

                                                      Foto: “Espaços de Lazer e de Turismo no Noroeste de Portugal” de Luís Saldanha Martins

«O turismo e o Noroeste de Portugal constituem as motivações nucleares deste estudo, no qual se tenta explorar a interligação incontornável, em termos conceptuais, entre o turismo e o lazer, assim como aprofundar o conhecimento da estrutura do território nordestino.  
Aqui é analisa não apenas a estrutura da oferta deste território, como também a base económica e o estatuto social, económico e cultural daqueles que procuram esta região para turismo e lazer. 
A base territorial deste trabalho é, pois, composta pelos distritos de Braga, Porto e Viana do Castelo.»

“O Sector do Turismo no Norte de Portugal” de Luís Delfim Santos e Rui Terrasêca

«O presente trabalho visa o estudo do sector do turismo do Norte de Portugal, essencialmente em duas vertentes: por um lado, a caracterização abrangente e global dos seus vectores estruturais e das suas especificidades; por outro lado, a análise do respectivo quadro global da evolução verificada entre 1991 e 1995.»

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também o seguinte título: “Patrimónios, Territórios e Turismo Cultural – recursos, estratégias e práticas” coordenação de Rui Jacinto, revista Iberografias 19]


«O turismo e o Noroeste de Portugal constituem as motivações nucleares deste estudo, no qual se tenta explorar a interligação incontornável, em termos conceptuais, entre o turismo e o lazer, assim como aprofundar o conhecimento da estrutura do território nordestino. 
Aqui é analisa não apenas a estrutura da oferta deste território, como também a base económica e o estatuto social, económico e cultural daqueles que procuram esta região para turismo e lazer. 
A base territorial deste trabalho é, pois, composta pelos distritos de Braga, Porto e Viana do Castelo.»

“O Sector do Turismo no Norte de Portugal” de Luís Delfim Santos e Rui Terrasêca

«O presente trabalho visa o estudo do sector do turismo do Norte de Portugal, essencialmente em duas vertentes: por um lado, a caracterização abrangente e global dos seus vectores estruturais e das suas especificidades; por outro lado, a análise do respectivo quadro global da evolução verificada entre 1991 e 1995.»

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

                                            Foto: “O Coração da Terra” de António Modesto Navarro

Jornal Nordeste (J.N.) – Orgulha-se de ser transmontano?
Modesto Navarro (M.N.) Orgulho-me de ser transmontano e duriense. Como me orgulho de ser português e cidadão do mundo. As minhas raízes mais profundas e valiosas estão na Terra Quente transmontana e em Trás-os-Montes. Saí de Vila Flor para Lisboa com 21 anos e a minha formação continua assente em princípios e realidades da nossa terra, caldeados com outras experiências que vivi em Portugal e em África. (...)
J.N. – O seu último livro intitula-se de “O coração da Terra”. Porquê este título?
M.N. – “O Coração da Terra” veio corporizar um velho sonho meu, de organizar um livro com contos e textos sobre Vila Flor e o concelho, publicados em livros, desde “Libelo Acusatório” até “Histórias do Nordeste”, e com contos ainda inéditos. Resultou também de uma sugestão de Artur Vaz Pimentel, um velho amigo e Presidente da Câmara Municipal de Vila Flor. “O Coração da Terra” é a síntese possível do meu amor à casa onde nascemos onze irmãos, onde nasceu o meu pai e os seus irmãos e para onde vieram morar os meus avós paternos quando casaram. A casa foi destruída, depois de uma perseguição ignóbil de “autarcas locais” a dois velhos, os meus pais. Aí está, na memória e nos livros. Mas o mais importante são as pessoas da vila e do concelho que estão nas histórias e nas fotografias, nos acontecimentos reais e inventados, a marcarem o que não esqueço e o que faz parte do sonho de uma vida diferente e melhor para todos os que trabalham e sofrem. [Jornal Nordeste]

O escritor e ensaista Domingos Lobo afirmou na apresentação de O Coração da Terra, que «a vila que emerge é a que o autor constrói sobre a desordem dos olhares esquivos, das feridas invisíveis, de um subterrâneo caos a instalar-se como regra na estratificação classista da sociedade que a habita. O olhar do cronista (esse impressivo olhar da juventude) percorre, numa escrita lenta e sinuosa, trespassada por uma ténue nostalgia, os cafés, a praça, a avenida, a casa do cinema, a igreja, a oficina, as ruas, as casas. E por dentro das casas, quem nas habita, gente que sonha, que ama, que contempla, que aguarda, que se autodestrói.» [jornal Avante!]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também do autor o título: “Seis Mulheres Na Madrugada”]
O escritor e ensaísta Domingos Lobo afirmou na apresentação de O Coração da Terra, que «a vila que emerge é a que o autor constrói sobre a desordem dos olhares esquivos, das feridas invisíveis, de um subterrâneo caos a instalar-se como regra na estratificação classista da sociedade que a habita. O olhar do cronista (esse impressivo olhar da juventude) percorre, numa escrita lenta e sinuosa, trespassada por uma ténue nostalgia, os cafés, a praça, a avenida, a casa do cinema, a igreja, a oficina, as ruas, as casas. E por dentro das casas, quem nas habita, gente que sonha, que ama, que contempla, que aguarda, que se autodestrói.»

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Colheita de Incertezas

                      Foto: “Colheita de Incertezas” de Armando Sena

E se hoje, após vinte anos, descobrissem um segredo seu?
Sob um suspense contínuo, criado especialmente para aqueles que acham que a vida não é monocromática, que entre o cinzento e o negro há uma paleta infinita de cores, Armando Sena faz desfilar a vida de cinco personagens, vista de um ângulo com janela aberta para o Douro.
As vinhas e o vinho como pano de fundo, o rio, o seu vale e as encostas, escondem segredos, alimentam paixões, são testemunhas de amores, traições e desencontros.
Nesse palco, vão-se desfiando histórias, digladiando anseios, desenhando frustrações e, do meio do cinzento, emerge o segredo que desvenda a colheita. A certeza de que a persistência é a melhor arma para expiar as agruras do mundo real.
Assim, tal como o rio no seu leito de inquietação encontra a foz, também os sentimentos desaguam num mar de plenitude e serenidade.

Armando Sena nasceu em 1968, em Trás-os-Montes.
“Colheita de Incertezas” é o seu segundo romance. Após a sua primeira obra, “Na Demanda do Ideal” e a participação na antologia “Eu digo Não ao Não”, surge agora com um novo livro centrado nas relações humanas, nos objetivos e frustrações de cada ser e, acima de tudo, o triunfo da persistência como um elogio ao reconhecimento das qualidades intrínsecas de cada um. 
O ser humano é, por natureza bom. Maus são, por vezes, os caminhos por ele percorridos.

"Em gestos lentos, saboreados, sacou a rolha da garrafa. Serviu o vinho no copo até meio. Sem prova, não era necessário, o aroma libertado pelo néctar era suficiente, invadia-lhe as entranhas, subia-lhe à cabeça, aquecia-lhe a alma.
Bem, agora sim, era altura da imersão em água fria. Pousou o copo num dos cantos da banheira, entrou então ela, primeiro um pé, depois outro. Sentou-se, tremeu com o primeiro contacto da água fria na pele quente. Com as mãos em concha, cheias de água, levou-as à altura da cabeça e deixou que a água lhe escorresse pelo rosto.
Começava a sentir-se melhor, pegou então no copo e virou-o contra a luz. Um vermelho rubi, uma cor poderosa, baixou o copo e sentiu um leve aroma frutado, não muito, que o vinho era encorpado e com algum estágio, a colheita de 2005 tinha sido excelente. Lentamente, com prazer, alheia a tudo, Margarida ingeriu o primeiro golo. Potente, penetrante, percorreu-lhe todas as veias, estimulou-lhe o corpo, libertou-a..."

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também disponível do autor o título: “Na Demanda do Ideal”]

Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 152

Editor: Lua de Marfim
15,00€


E se hoje, após vinte anos, descobrissem um segredo seu?
Sob um suspense contínuo, criado especialmente para aqueles que acham que a vida não é monocromática, que entre o cinzento e o negro há uma paleta infinita de cores, Armando Sena faz desfilar a vida de cinco personagens, vista de um ângulo com janela aberta para o Douro.
As vinhas e o vinho como pano de fundo, o rio, o seu vale e as encostas, escondem segredos, alimentam paixões, são testemunhas de amores, traições e desencontros.
Nesse palco, vão-se desfiando histórias, digladiando anseios, desenhando frustrações e, do meio do cinzento, emerge o segredo que desvenda a colheita. A certeza de que a persistência é a melhor arma para expiar as agruras do mundo real.
Assim, tal como o rio no seu leito de inquietação encontra a foz, também os sentimentos desaguam num mar de plenitude e serenidade.

Armando Sena nasceu em 1968, em Trás-os-Montes.
“Colheita de Incertezas” é o seu segundo romance. Após a sua primeira obra, “Na Demanda do Ideal” e a participação na antologia “Eu digo Não ao Não”, surge agora com um novo livro centrado nas relações humanas, nos objetivos e frustrações de cada ser e, acima de tudo, o triunfo da persistência como um elogio ao reconhecimento das qualidades intrínsecas de cada um. 
O ser humano é, por natureza bom. Maus são, por vezes, os caminhos por ele percorridos.

"Em gestos lentos, saboreados, sacou a rolha da garrafa. Serviu o vinho no copo até meio. Sem prova, não era necessário, o aroma libertado pelo néctar era suficiente, invadia-lhe as entranhas, subia-lhe à cabeça, aquecia-lhe a alma.
Bem, agora sim, era altura da imersão em água fria. Pousou o copo num dos cantos da banheira, entrou então ela, primeiro um pé, depois outro. Sentou-se, tremeu com o primeiro contacto da água fria na pele quente. Com as mãos em concha, cheias de água, levou-as à altura da cabeça e deixou que a água lhe escorresse pelo rosto.
Começava a sentir-se melhor, pegou então no copo e virou-o contra a luz. Um vermelho rubi, uma cor poderosa, baixou o copo e sentiu um leve aroma frutado, não muito, que o vinho era encorpado e com algum estágio, a colheita de 2005 tinha sido excelente. Lentamente, com prazer, alheia a tudo, Margarida ingeriu o primeiro golo. Potente, penetrante, percorreu-lhe todas as veias, estimulou-lhe o corpo, libertou-a..."

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

“Roteiros Turísticos do Património Mundial – No Norte de Portugal – Douro Vinhateiro e Vale do Côa” + mapa “A Tourist’s Guide to World Heritage Sites – In the North of Portugal – Douro Wine Region and the Côa Valley” + map “Guías Turísticas del Patrimonio Mundial – Em el Norte de Portugal – El Duero Vinatero y el Valle del Côa” + mapa

Foto: “Roteiros Turísticos do Património Mundial – No Norte de Portugal – Douro Vinhateiro e Vale do Côa” + mapa
“A Tourist’s Guide to World Heritage Sites – In the North of Portugal – Douro Wine Region and the Côa Valley” + map
“Guías Turísticas del Patrimonio Mundial – Em el Norte de Portugal – El Duero Vinatero y el Valle del Côa” + mapa

A Paisagem do Douro Vinhateiro e os Sítios Arqueológicos do Côa, assim como os territórios onde se enquadram, são representativos do interior da região. A cidade de Vila Real, a uma escassa hora do Porto, pode ser vista como uma porta de entrada para estes territórios. A serra do Marão quebra a influência atlântica e aqui prevalece a cultura mediterrânica. Tratando-se de territórios imensos, pouco povoados, por vezes com acessibilidades condicionadas, reclamam uma visita de natureza diferente da dos centros urbanos. No Douro, a visita leva a privilegiar o automóvel ou então o barco, já que é possível navegar no Douro, transpondo as eclusas de navegação das sucessivas barragens. Mas visitar o Douro implica, também, parar nos miradouros, conhecer as quintas, os Museus do Douro e do Côa, as aldeias, os centros históricos, passear nas vinhas, visitar as adegas. Assim, podemos partir à descoberta e contar prioritariamente com visitas pedonais.
Os Sítios de Arte Rupestre situam-se ao longo do rio Côa, um importante afluente na margem direita do rio Douro, que corre por territórios agrestes, com fraca presença humana. Formam o mais vasto conjunto de arte do Paleolítico, um património de valor universal, reconhecido pela UNESCO como obra-prima do génio criador da humanidade e um testemunho excecional da vida material, social, económica e espiritual dos nossos mais antigos antepassados.
Este património, que inclui mais de 70 sítios diferentes onde se podem observar gravuras na pedra de cariz fortemente naturalista, representando maioritariamente animais e ainda contornos de figura humana, insere-se no Parque Arqueológico do Vale do Côa, entidade responsável pela gestão de cerca de vinte mil hectares, distribuídos por quatro municípios. O Museu do Côa é um local de visita incontornável e pode ser um ponto de partida para os núcleos principais acessíveis ao visitante: a Canada do Inferno, a Ribeira de Piscos, a Penascosa e o Fariseu. Mas, uma visita ao Côa não se esgota nas gravuras, pois a paisagem é também única, assim como os povoados que circundam o Parque (Muxagata, Almendra, Castelo Melhor). É, também, um local de grande importância para a conservação da natureza (trata-se de uma Zona de Proteção Especial ao abrigo da Diretiva Aves da União Europeia). É um sítio mágico e de contrastes, ora observado do alto de São Gabriel ora dos vinhedos em Ervamoira, ora junto ao Côa. 
O Vale do Côa convida a interiorizar.
A Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro corresponde a uma área de cerca de 25.000 ha, ao longo das duas margens do rio Douro e distribuída por treze municípios. É considerada uma área representativa da vasta Região Demarcada do Douro (cerca de 250.000 ha), a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo, conseguindo concentrar dentro de si o que de mais autêntico possui o Alto Douro enquanto paisagem cultural evolutiva e viva. Trata-se de uma paisagem de beleza singular, para a qual concorrem, também, fatores efémeros como a luz, a cor e o silêncio. A manhã, a tarde ou a noite no Douro, tal como as estações do ano, não são a mesma coisa. O Alto Douro Vinhateiro combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes, prioritariamente xistosas e de solos pobres, com a ação ancestral e contínua do Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrânico, que a região suporta e que se caracterizam, também, pela escassez da água. Esta relação íntima entre a atividade humana e a natureza adquiriu uma manifestação de profunda sabedoria através de um conhecimento atento e apaixonado da videira, planta robusta de raízes profundas, abundante crescimento dos ramos, fecunda em fruto… As encostas estão esculpidas – armadas em socalcos e terraços – qual obra de arte coletiva e anónima, sem data. Aqui se produz o famoso Vinho do Porto, principal vetor de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia locais. Mas o Douro não é só vinhas, é também o cenário da amendoeira, da oliveira, da figueira, do medronheiro, do sobreiro… O Douro convida a olhar, a cheirar, a saborear, a escutar, a celebrar e apaixona!


The landscape of the Douro Wine Region and the Côa Archaeological Sites, together with the territories in which they are situated, are representative of the interior of the region. The city of Vila Real, a mere hour away from Porto, can be seen as the gateway to these territories. The Marão mountain range breaks the Atlantic influence, and here a Mediterranean climate prevails. These territories cover vast areas of low density population and sometimes are not easy to reach, demanding a different kind of visit than the urban centres do. In the Douro, a car is a must - or a boat. One can sail up and down the River Douro, passing the locks at the successive dams. However, visiting the Douro also implies stopping at the viewing points, getting to know the Quintas, the Douro and Côa Museum, the villages, the historic centres, strolling in the vineyards, visiting the wineries. In this way, we can set off on foot on our voyages of discovery.
The Rock Art Sites are situated along the River Côa, an important tributary on the right bank of the River Douro, which flows through wild countryside with little in the way of human presence. They constitute the biggest grouping of Palaeolithic art, a heritage of universal value that has been recognised by UNESCO as a masterpiece of human creative genius and an exceptional testament to the material, social, economic and spiritual life of our oldest ancestors.
This heritage, which includes over 70 different sites where one can see strongly naturalistic engravings in the rocks, mainly of animals and also the outlines of human figures, falls within the Côa Valley Archaeological Park, with this body being responsible for managing the around twenty thousand hectare area, spread over four sub-districts. A visit to the Côa Museum is a must and can provide the starting point to get to know the main centres accessible to tourists: Canada do Inferno, Ribeira de Piscos, Penascosa and Fariseu. However, a visit to Côa is not exhausted with the engravings, as the landscape is also unique, as are the towns and villages around the Park (Muxagata, Almendra, Castelo Melhor). It is also of great significance in terms of nature conservation, being a Special Protection Zone under the EU Birds Directive. It is a magical place of contrasts, now seen from the height of São Gabriel, now from the vineyards in Ervamoira, now from the banks of the Côa. The Côa Valley invites you to interiorize.
The Cultural Landscape of the Alto Douro Wine Region corresponds to an area of around 25,000 hectares, along the two banks of the River Douro and distributed over thirteen municipalities. It is deemed to be a representative area of the vast Douro Demarcated region (around 250,000 hectares), the oldest regulated wine region in the world, and represents a distillation of all that constitutes the most authentic in the Alto Douro as a living and evolving cultural landscape. This is a landscape of singular beauty, to which other ephemeral factors also contribute, such as the light, the colour and the silence. Morning, afternoon and evening in the Douro, just like the different seasons, are never alike. The Alto Douro Wine Region combines the monumental nature of the Douro River Valley, made of steep, mainly schist, stony slopes with the action of man, over the ages adapting the land to the Mediterranean style agricultural requirements supported by the region, and suited also to the shortage of water. This intimate relationship between nature and human activity has resulted in a particular manifestation of profound expertise arising from avid dedication to understanding the vine, a robust plant with deep roots, abundant top growth and heavy fruiting… The slopes have been sculpted – formed into terraces and landings – like a collective, anonymous, undated work of art. Here, the famous Port Wine is produced, the main stimulus for technology, culture, local economy and traditions. However, the Douro is more than just vineyards: it is also the landscape of almond trees, olive trees, fig trees, arbutus trees, cork oaks… The Douro invites you to look, smell, and savour, listen, celebrate and fall in love!


El Paisaje del Duero Viñatero y los Sitios Arqueológicos del Côa, así como los territorios en los que se encuentran, son representativos del interior de la región. La ciudad de Vila Real, a una hora escasa de Oporto, puede considerarse una puerta de entrada a estos territorios. La sierra de Marão rompe la influencia atlántica. Aquí prevalece la cultura mediterránea. Al tratarse de territorios inmensos, poco poblados y, en ocasiones, con una accesibilidad limitada, reclaman una visita de naturaleza diferente a la de los centros urbanos. En el Duero, la visita lleva a dar prioridad al automóvil o incluso al barco, ya que es posible navegar el río superando las esclusas de las sucesivas presas. Pero visitar el Duero implica también detenerse en los miradores, conocer las quintas, los museos del Duero y del Côa, los pueblos, los centros históricos, pasear por los viñedos y visitar las bodegas. De este modo, podemos lanzarnos a descubrir y dar prioridad a las visitas a pie.
Los Sitios de Arte Rupestre se encuentran a lo largo del río Côa, un importante afluente, situado en el margen derecho del Duero, que corre por territorios agrestes de escasa presencia humana. Forman un vastísimo conjunto de arte del Paleolítico, un patrimonio de valor universal reconocido por la UNESCO como una obra maestra del genio creador de la Humanidad y como un testimonio excepcional de la vida material, social, económica y espiritual de nuestros antepasados más antiguos.
Este patrimonio incluye más de 70 sitios diferentes en los que se pueden observar pinturas rupestres en piedra. Claramente naturalistas, representan sobre todo animales y siluetas de figuras humanas y se enmarca en el Parque Arqueológico del Valle del Côa, entidad responsable de la gestión de casi 20.000 hectáreas repartidas entre cuatro municipios. El Museo del Côa, lugar de obligada visita, puede ser el punto de partida hacia los principales núcleos accesibles al visitante: Canada do Inferno, Ribeira de Piscos, Penascosa y Fariseu. Pero una visita al Côa no e limita a las pinturas rupestres, ya que el paisaje es también único, así como los pueblos que rodean el Parque (Muxagata, Almendra, Castelo Melhor). Es también un lugar de gran importancia para la conservación de la naturaleza, ya que se trata de una Zona de Protección Especial en virtud de la Directiva de Aves de la Unión Europea. Se trata de un sitio mágico y de contrastes, ya sea observado desde el alto de San Gabriel o desde los viñedos de Ervamoira, o junto al Côa.
El Valle del Côa invita a reflexionar.
El Paisaje Cultural del Alto Duero Viñatero se corresponde con una superficie de casi 25.000 hectáreas situada a lo largo de las dos orillas del río Duero y repartida entre trece municipios. Se considera una zona representativa de la vasta Región Demarcada del Duero (casi 250.000 hectáreas), la más antigua región vitícola regulada del mundo, que encierra lo más auténtico del Alto Duero en cuanto a paisaje cultural evolutivo y vivo. Se trata de un paisaje de singular belleza en el que confluyen también factores efímeros como la luz, el color y el silencio. En el Duero, la mañana, la tarde y la noche son distintas, y lo mismo sucede con las estaciones del año. El Alto Duero Viñatero combina la naturaleza monumental del valle del río Duero, formado por escarpadas laderas —principalmente de esquistos y suelos pobres—, con la acción ancestral y continua del hombre, que adapta el espacio a las necesidades agrícolas de tipo mediterráneo que la región sustenta, caracterizadas también por la escasez de agua. Esta íntima relación entre la actividad humana y la naturaleza desembocó en la manifestación de una profunda sabiduría gracias al conocimiento atento y apasionado de la vid, planta robusta, de hondas raíces y ramas frondosas, fecunda en frutos... Las laderas están esculpidas —armadas en paratas y terrazas— como una obra de arte colectiva y anónima, sin fecha. Aquí se produce el famoso vino de Oporto, principal vector de dinamización de la tecnología, la cultura, las tradiciones y la economía locales. Pero el Duero no es sólo viñas. Es también el escenario del almendro, del olivo, de la higuera, del madroño, del alcornoque... El Duero invita a mirar, a oler, a saborear, a escuchar, a celebrar... y a enamorarse de él.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os seguintes guias: “Guia de Portugal” – Vol. IV – Entre Douro e Minho I – Douro Litoral | Vol. V – Trás-os-Montes e Alto-Douro I – Vila Real, Chaves e Barroso | Vol. V – Trás-os-Montes e Alto-Douro II – Lamego, Bragança e Miranda, autores: direcção de Raúl Proença; “Douro – Viagens e Histórias” (versão portuguesa), “Le Douro – voyages et histoires” (versão francesa), “Douro Valley – journeys and stories” (versão inglesa), “Duero – viajes e historias” (versão castelhana), “Douro – reisen und geschichten” (versão alemã) de Pedro Veloso, Susana Fonseca, Sérgio Fonseca; Douro – Guia Turístico – “Douro singular, Douro universal”, coordenação e concepção: José Moreira, idiomas disponíveis: português, inglês, francês, espanhol; “Douro – O Rio do Vinho” de José A. Salvador; “Douro Religioso” guia + mapa, coordenação Varico da Costa Pereira; “Douro – Guia Turístico da Natureza – paisagem, geologia, fauna, flora, turismo” coordenação Samuel Tapada;  “Roteiro Vale do Côa e Além Douro / Ruta Vale do Côa y más allá del Duero” coordenação científica António dos Santos Queirós e Jorge Rodrigues Paiva; “Património Geológico Transfronteiriço na Região do Douro – ROTEIROS / Geological Cross-border Heritage in the Douro Region – ITINERARIES” coordenação M. Elisa Preto Gomes e Ana Maria P. Alencoão; “São Salvador do Mundo – santuário duriense”, sob a coordenação do arqueólogo J. A. Gonçalves Guimarães; “Norte de Portugal e Galiza” – Guia American Express; “Mapa de Arquitectura de Vila Real / Plano de Arquitectura / Architectural Map-Guide” fotografia e coordenação editorial Filipe Jorge; “Guia de Aves”, texto e mapas Lars Svensson, ilustrações e legendas Killian Mullarney e Dan Zetterström]

A Paisagem do Douro Vinhateiro e os Sítios Arqueológicos do Côa, assim como os territórios onde se enquadram, são representativos do interior da região. A cidade de Vila Real, a uma escassa hora do Porto, pode ser vista como uma porta de entrada para estes territórios. A serra do Marão quebra a influência atlântica e aqui prevalece a cultura mediterrânica. Tratando-se de territórios imensos, pouco povoados, por vezes com acessibilidades condicionadas, reclamam uma visita de natureza diferente da dos centros urbanos. No Douro, a visita leva a privilegiar o automóvel ou então o barco, já que é possível navegar no Douro, transpondo as eclusas de navegação das sucessivas barragens. Mas visitar o Douro implica, também, parar nos miradouros, conhecer as quintas, os Museus do Douro e do Côa, as aldeias, os centros históricos, passear nas vinhas, visitar as adegas. Assim, podemos partir à descoberta e contar prioritariamente com visitas pedonais.
Os Sítios de Arte Rupestre situam-se ao longo do rio Côa, um importante afluente na margem direita do rio Douro, que corre por territórios agrestes, com fraca presença humana. Formam o mais vasto conjunto de arte do Paleolítico, um património de valor universal, reconhecido pela UNESCO como obra-prima do génio criador da humanidade e um testemunho excecional da vida material, social, económica e espiritual dos nossos mais antigos antepassados.
Este património, que inclui mais de 70 sítios diferentes onde se podem observar gravuras na pedra de cariz fortemente naturalista, representando maioritariamente animais e ainda contornos de figura humana, insere-se no Parque Arqueológico do Vale do Côa, entidade responsável pela gestão de cerca de vinte mil hectares, distribuídos por quatro municípios. O Museu do Côa é um local de visita incontornável e pode ser um ponto de partida para os núcleos principais acessíveis ao visitante: a Canada do Inferno, a Ribeira de Piscos, a Penascosa e o Fariseu. Mas, uma visita ao Côa não se esgota nas gravuras, pois a paisagem é também única, assim como os povoados que circundam o Parque (Muxagata, Almendra, Castelo Melhor). É, também, um local de grande importância para a conservação da natureza (trata-se de uma Zona de Proteção Especial ao abrigo da Diretiva Aves da União Europeia). É um sítio mágico e de contrastes, ora observado do alto de São Gabriel ora dos vinhedos em Ervamoira, ora junto ao Côa. 
O Vale do Côa convida a interiorizar.
A Paisagem Cultural do Alto Douro Vinhateiro corresponde a uma área de cerca de 25.000 ha, ao longo das duas margens do rio Douro e distribuída por treze municípios. É considerada uma área representativa da vasta Região Demarcada do Douro (cerca de 250.000 ha), a mais antiga região vitícola regulamentada do mundo, conseguindo concentrar dentro de si o que de mais autêntico possui o Alto Douro enquanto paisagem cultural evolutiva e viva. Trata-se de uma paisagem de beleza singular, para a qual concorrem, também, fatores efémeros como a luz, a cor e o silêncio. A manhã, a tarde ou a noite no Douro, tal como as estações do ano, não são a mesma coisa. O Alto Douro Vinhateiro combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes, prioritariamente xistosas e de solos pobres, com a ação ancestral e contínua do Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrânico, que a região suporta e que se caracterizam, também, pela escassez da água. Esta relação íntima entre a atividade humana e a natureza adquiriu uma manifestação de profunda sabedoria através de um conhecimento atento e apaixonado da videira, planta robusta de raízes profundas, abundante crescimento dos ramos, fecunda em fruto… As encostas estão esculpidas – armadas em socalcos e terraços – qual obra de arte coletiva e anónima, sem data. Aqui se produz o famoso Vinho do Porto, principal vetor de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia locais. Mas o Douro não é só vinhas, é também o cenário da amendoeira, da oliveira, da figueira, do medronheiro, do sobreiro… O Douro convida a olhar, a cheirar, a saborear, a escutar, a celebrar e apaixona!

sábado, 19 de outubro de 2013

Sendin – Tierra de Miranda – Geografia e toponímia

                                                 Foto: “Sendin – Tierra de Miranda – Geografia e toponímia” de Carlos Ferreira

Este é um trabalho de geografia regional que tem como objectivo principal analisar a evolução da paisagem na freguesia de Sendin – Tierrade Miranda. Paralelamente consideramos dois outros que são colaterais: ensaiar um método de abordagem geotoponímica sobre um espaço relativamente restrito, tendo em conta a sua aplicação futura a uma área regional mais vasta; mostrar como uma abordagem geográfica de perspectiva complexa é imperativa para encarar problemas de compreensão e consequente desenvolvimento de regiões com uma carga histórica e de intervenção humana muito fortes, mas economicamente deprimidas por falta de um modelo adequado de desenvolvimento.
Cada topónimo guarda na sua designação o tipo de actividades agrícolas, industriais, de povoamento, de conquistas e reconquistas e outras desenvolvidas pelo homem e pela natureza dentro desse espaço e, quando não temos registos históricos escritos, podemos utilizar as designações de topónimos como verdadeiros documentos, como verdadeiras fontes históricas, que nos podem fornecer informações riquíssimas e da mais variada natureza, e por isso a tese incorpora um anexo sobre a toponímia maior e menor da freguesia.

Carlos do Nascimento Ferreira nasceu em Sendim, em 1961. Licenciou-se em Geografia e Planeamento Regional na Universidade Nova de Lisboa, em 1986. Concluiu o Programa de Doutoramento da Universidade de Salamanca, “El médio ambiente natural y humano en las ciências sociales”, cuja tese de Grado defendida em 2003 agora se publica. Desde 2009 que é Administrador-Delegado do produto turístico Natureza na Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.

«Na sequência de abordagens geográficas genéricas, como a de Virgílio Taborda, esta é a primeira visão geográfica de pormenor que conhecemos quanto ao Planalto Mirandês e, em especial, relativamente a Sendim e ao seu termo.
A abordagem feita por Carlos Ferreira reveste-se de grande novidade, pois não se limita aos aspectos tradicionalmente abordados pela Geografia física ou humana, mas incorpora e estuda à luz do método geográfico e de outras ciências relevantes, elementos que entre nós têm sido ignorados pelos estudiosos, com particular relevo para a toponímia. Com efeito, esta assume um papel central na economia deste trabalho que, também por isso, se reveste de um pioneirismo que, embora não lhe conheçamos continuadores até agora, se reveste de grande importância para a compreensão dos micro espaços físicos e das micro sociedades humanas a que, desde a Idade Média, damos o nome de aldeias. (...)
Na sua investigação, Carlos Ferreira palmilhou todo o terreno de estudo munido de um instrumento que já Orlando Ribeiro considerava essencial, a saber, ele calçou as botas e foi a todo o lado, correndo o território em análise até aos seus capilares, nenhum recanto lhe sendo estranho. Através deste método conseguiu reunir uma imensa informação, muita dela com carácter de novidade, aspecto essencial para que o conhecimento possa avançar. A toponímia também o ajudou nesse primeiro e necessário conhecimento, nomeadamente devido à descrição de cada uma das pequeníssimas parcelas que mereceram ser designadas por um topónimo, algo que até agora nunca tinha sido feito, pelo menos em relação ao Planalto Mirandês. Penso que este método não pode ser abandonado, apesar dos modernos e sofisticados meios de abordagem virtual da realidade, devendo o geógrafo e o interessado em conhecer aprofundadamente a realidade sujar e gastar as suas botas, sentir o cheiro da terra e encher os olhos de horizonte onde se recorte a orografia, a flora, sinta o cantar das águas na primavera e os cortantes ventos de inverno, avalie o mudar sazonal das cores das culturas e nelas adivinhe o fluir da vida e da sobrevivência em sociedade ao longo de muitos séculos. Devido à minúcia e ao rigor da sua descrição, fruto do método seguido, estou certo que este trabalho se transformará num clássico a que será necessário recorrer para conhecer uma realidade que está em transformação tal que, dentro de pouco tempo, ninguém conhecerá em profundidade, em consequência do abandono dos campos e das transformações nos métodos de cultivo, da alteração dos meios de transporte ou das mudanças na apropriação dos solos.» Amadeu Ferreira, do Prefácio

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos: “Sendim – Planalto Mirandês – Valores em Mudança no Final do Século XX” de Ana Isabel Afonso, “Falar(es) do Zoio – Uma aldeia bragançana em meados do séc. XX” de António Afonso Evangelista]


Este é um trabalho de geografia regional que tem como objectivo principal analisar a evolução da paisagem na freguesia de Sendin – Tierrade Miranda. Paralelamente consideramos dois outros que são colaterais: ensaiar um método de abordagem geotoponímica sobre um espaço relativamente restrito, tendo em conta a sua aplicação futura a uma área regional mais vasta; mostrar como uma abordagem geográfica de perspectiva complexa é imperativa para encarar problemas de compreensão e consequente desenvolvimento de regiões com uma carga histórica e de intervenção humana muito fortes, mas economicamente deprimidas por falta de um modelo adequado de desenvolvimento.
Cada topónimo guarda na sua designação o tipo de actividades agrícolas, industriais, de povoamento, de conquistas e reconquistas e outras desenvolvidas pelo homem e pela natureza dentro desse espaço e, quando não temos registos históricos escritos, podemos utilizar as designações de topónimos como verdadeiros documentos, como verdadeiras fontes históricas, que nos podem fornecer informações riquíssimas e da mais variada natureza, e por isso a tese incorpora um anexo sobre a toponímia maior e menor da freguesia.

Carlos do Nascimento Ferreira nasceu em Sendim, em 1961. Licenciou-se em Geografia e Planeamento Regional na Universidade Nova de Lisboa, em 1986. Concluiu o Programa de Doutoramento da Universidade de Salamanca, “El médio ambiente natural y humano en las ciências sociales”, cuja tese de Grado defendida em 2003 agora se publica. Desde 2009 que é Administrador-Delegado do produto turístico Natureza na Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.

«Na sequência de abordagens geográficas genéricas, como a de Virgílio Taborda, esta é a primeira visão geográfica de pormenor que conhecemos quanto ao Planalto Mirandês e, em especial, relativamente a Sendim e ao seu termo.
A abordagem feita por Carlos Ferreira reveste-se de grande novidade, pois não se limita aos aspectos tradicionalmente abordados pela Geografia física ou humana, mas incorpora e estuda à luz do método geográfico e de outras ciências relevantes, elementos que entre nós têm sido ignorados pelos estudiosos, com particular relevo para a toponímia. Com efeito, esta assume um papel central na economia deste trabalho que, também por isso, se reveste de um pioneirismo que, embora não lhe conheçamos continuadores até agora, se reveste de grande importância para a compreensão dos micro espaços físicos e das micro sociedades humanas a que, desde a Idade Média, damos o nome de aldeias. (...)
Na sua investigação, Carlos Ferreira palmilhou todo o terreno de estudo munido de um instrumento que já Orlando Ribeiro considerava essencial, a saber, ele calçou as botas e foi a todo o lado, correndo o território em análise até aos seus capilares, nenhum recanto lhe sendo estranho. Através deste método conseguiu reunir uma imensa informação, muita dela com carácter de novidade, aspecto essencial para que o conhecimento possa avançar. A toponímia também o ajudou nesse primeiro e necessário conhecimento, nomeadamente devido à descrição de cada uma das pequeníssimas parcelas que mereceram ser designadas por um topónimo, algo que até agora nunca tinha sido feito, pelo menos em relação ao Planalto Mirandês. Penso que este método não pode ser abandonado, apesar dos modernos e sofisticados meios de abordagem virtual da realidade, devendo o geógrafo e o interessado em conhecer aprofundadamente a realidade sujar e gastar as suas botas, sentir o cheiro da terra e encher os olhos de horizonte onde se recorte a orografia, a flora, sinta o cantar das águas na primavera e os cortantes ventos de inverno, avalie o mudar sazonal das cores das culturas e nelas adivinhe o fluir da vida e da sobrevivência em sociedade ao longo de muitos séculos. Devido à minúcia e ao rigor da sua descrição, fruto do método seguido, estou certo que este trabalho se transformará num clássico a que será necessário recorrer para conhecer uma realidade que está em transformação tal que, dentro de pouco tempo, ninguém conhecerá em profundidade, em consequência do abandono dos campos e das transformações nos métodos de cultivo, da alteração dos meios de transporte ou das mudanças na apropriação dos solos.» Amadeu Ferreira, do Prefácio


Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 584
Editor: Âncora Editora


Preço de capa: 25,00€

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

DICIONÁRIO DE FALARES DO ALENTEJO, NO PRELO


Um cheirinho do nosso Dicionário



TALOCA, s.f. 1 Toca, buraco (Elvas). 2 Pequena cova feita no chão para alguns jogos de rapazes (Montemor-o-Novo – PJ). 3 Caule duro e oco (Beja - MJD).
TALOCADA, s.f. Pancada dada com taloca (Beja - MJD).
TALOCHO, s.m. Tabuleiro raso, no qual os pedreiros colocam a massa para rebocar as paredes (Barrancos).
TALOCO (Ô), s.m. Talo da couve (Mértola).
TALONQUEIRAS, s.f.pl. Defeitos, faltas encobertas (JPM).
TALOUCADA, s.f. Pancada (Portalegre - DB).
TAL  OU QUÊ, loc. adv. Assim-assim, nem bem nem mal.
TALUDO, adj. Crescido, grande, forte (Serpa).
TAMALAVEZ, adj. De algum modo, de alguma maneira; dificilmente (S. Geraldo - Montemor-o-Novo).
TAMARÊS, s.f. Casta de uva branca (Elvas – TP).
TAMBAQUE, s.m. 1 Metal de qualidade inferior com que se imita o ouro em objectos de enfeite; coisa sem valor (GAS). 2 Peça da roda do oleiro (Évora).
TAMBOLARÃO, s.m. Tambor grande (Elvas - TP).
TAMBOR, s.m. Indivíduo fraco em quem toda a gente bate ou diz mal.
TAMEIRA (Á), s.f. Esconderijo para a espera da caça; tabana (Castro Verde).
TAMIÇAS, s.m. Homem muito fraco (GAS).
TAMOEIRO, s.m. 1 Bico no meio do arco da canga. 2 Peça de couro que segura o cabeçalho ou o timão do arado à canga (Elvas). 3 Tumefacção dura (Évora – MGF).
TANAZ, s.f. O m.q. tenaz (Cuba).
TANCHÃO, s.m. 1 Estaca de azinho com que se segura a rede que veda o recinto onde o gado dorme, ao ar livre (JPM). 2 Espécie de alvião (JPM).
TANCHAR, v. tr. e int. 1 Dar bicadas num pião com o bico de outro pião. 2 Espetar (Baixo Alentejo).
TANCHOEIRA, s.f. Espécie de alvião (GAS).
TANGALHÃO, s.m. Pau mal jeitoso (Elvas – TP).
TANGANHADA, s.f. Aperto de mão, mãozada (Baixo Alentejo).
TANGANHO, s.m. 1 Varapau (Elvas – TP). 2 Pl. Pequenos ramos secos; cavacos (Baixo Alentejo). 3 Os dedos da mão (Baixo Alentejo).
TANGANHONA, adj. Diz-se da mulher desajeitada, nada atraente (Escusa – Marvão – MFS).
TANGLOMANGO, s.m. Doença súbita, normalmente atribuída a bruxaria.
TANGO, s.m. Trabalho de lavoura e, em especial, o manejo do arado (Elvas - TP).
TANGURINO, s.m. Almece (Mina da Juliana – Aljustrel – MJD).
TANIÇA, s.f. e s. 2 gén. 1 Cordel delgado (JPM). 2 Pessoa muito magra (JPM).
TAPA-CU, s.m. Pedaço de pele ou de couro para cobrir as nádegas no vão deixado pelos safões (Alandroal - LV).
TAPADA, s.f. 1 Lago (Mina de S. Domingos - Mértola). 2 Propriedade rural, relativamente pequena, a pouca distância da povoação, murada (Arronches).
TAPIÇO, s.m. 1 Tudo o que serve para tapar. 2 Almofada em que assenta a canga (Sta. Vitória do Ameixial – Estremoz – LC).
TAPILHO, s.m. O m.q. caniço (Alandroal – LV).
TAPINO, s.m. Pequena tampa, rolha (Barrancos – MJD).
TAPUM, s.m. Tapume, parede, bardo (Moura).
TAQUINHO, s.m. Pequeno cálice de whisky, etc. (Salvada - Beja).
TARABECOS, s.m.pl. Trastes caseiros, tarecos; mobiliário de pouco valor (Alandroal - LV).
TARALHONA, s.f. Automotora (Baixo Alentejo).
TARAMELO, s.m. Espécie de doença dos porcos.
TARANTA, adj. Aparvalhada (Elvas – TP).
TARARA, s.f. Pequena máquina, provida de ventoinhas, com que se limpam, a braços, cereais e legumes (Elvas – JSP).
TARASCA, adj. Coscuvilheiro (Portalegre).
TARDÃO, s.f. Aquele que, montado na besta, transportava a comida para os ceifeiros (Elvas - FG).
TARECA, s. 2. gén. Pessoa que disparata por tudo e por nada (GAS).
TARECO, s.m. Chocalho pequeno (Gavião – PJ).
TAREFA, s.f. 1 Vasilha para água, azeite, etc. (Vila Viçosa). 2 Bilha grande, quase pote (Mourão – AMS). 3 Trabalho. 4 Pedaço de madeira fininha (Aljustrel).
TAREIA, s.f. Empreitada (Aljustrel).
TARELHO (Ê), s.m. Burro pequeno, que ainda mama (Montemor-o-Novo - PJ).
TARIMBA, s.f. 1 Porca velha. 2 Cama tosca (Baixo Alentejo).
TARIMBECOS, s.m.pl. O m.q. tarabecos (Elvas).
TAROCADA, s.m. Pancada com taroco (Baixo Alentejo).
TAROCHO, adj. Feio (Grândola).
TAROCO (Ô), s.m. Pedaço de lenha; bocado de madeira velha; pau (Baixo Alentejo).
TAROLA, s.f. Cabeça, juízo (Ourique).
TAROLEIRO, adj. Que não tem juízo (Baixo Alentejo).
TAROLO (Ô), s.m. O m.q. taroco.
TARONGO, s.m. Pequeno bolo oblongo de farinha dos restos da amassadura (MJD).
TARONJO, adj. e s. 2 gén. Pessoa apatetada, amalucada (Reguengos - MGF).
TARRABÁZIA, s.f. Algazarra, confusão (Serpa - PJ).
TARRAÇADA, s.f. Grande quantidade de comida ou bebida (Beja).
TARRACEAR, v. tr. 1 Comer, petiscar. 2 Conversar (Baixo Alentejo).
TARRACHO, adj. Diz-se do indivíduo muito feio (Alcácer do Sal).
TARRACO, s.m. 1 Homem baixo, atarracado. 2 Tarro grande. 3 Coisa ou utensílio sem préstimo (Beja).
TARRAÇO, s.m. Tarro grande. Objecto; qualquer utensílio (Barrancos – MJD).
TARRADA, s.f. Quantidade de líquido ou alimento que o tarro pode conter (Alentejo Central).
TARRAFA, s.f. Rede de rio; o m.q. atarrafa (Estremoz; Marvão).
TARRAFADA, s.f. 1 Acto súbito de lançar a tarrafa. 2 Pancada.
TARRAFEIRA, s.f. Tamargueira.
TARRAFIAS, s.f.pl. Diabruras, maus tratos (Évora – MGF).
TARRECA, s.f. TARRECO, s.m. Pequena panela ou vasilha de barro.
TARRETA (Ê), s.f. O m.q. tarro; porém nalguns sítios designa meio tarro ou tarro pequeno (JPM).
TARRETO, s.m. O m.q. tarro (JPM).
TARRINCAR, v. int. Ranger os dentes (Alandroal). Observação: este vocábulo também é de uso frequente em Trás-os-Montes.
TARRO, s.m. 1 Marmita de cortiça, com tampa e asa, em que se conserva a comida quente (Alandroal). 2 Recipiente de barro ou de metal para o leite (Mourão - AJF).
TARROTE, s.m. Lata ou latão onde se aquece água para a barrela (Moura).
TARSALHO, s.m. Pedaço, bocado (Mora – GAS).
TARTADIO, adj. Atrasado, demorado (JPM).
TARTANA, s.f. Carroção ou carro de canudo, com toldo e aberto nos dois topos (JPM).
TARTANHA, s.f. O m.q. tartana (GAS).

TARTARANHÃO-CAÇADOR, s.m. Espécie de falcão (Castro Verde).

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

DOURO


Georges Dussaud oferece-nos neste livro, «através de um olhar exterior e contemporâneo, uma outra proposta de leitura da singularidade da região duriense.
Registando a beleza da paisagem e as particularidades das suas quintas, esta coleção de fotografias constitui mais uma evocação do Douro.
A incorporação de novas interpretações artísticas do território torna-se, simultaneamente, elemento da sua vivência e garantia da sua perenidade.» Elisa Pérez Babo, Presidente da Fundação Museu do Douro

«O trabalho de Georges Dussaud sobre o Douro emerge de um fascínio único pela paisagem e quotidiano do Homem Duriense. (...)
Este trabalho fotográfico, iniciado em abril de 1985, capta não só o Douro das «paisagens vertiginosas» mas os rostos de quem a trabalha, de quem deixou a sua marca nas palavras ou no vinho, como é o caso de Miguel Torga ou José António Rosas. Lembra-nos que são as pessoas que fazem os lugares, as identidades e as memórias.
A sensibilidade da visão do fotógrafo, projetada nas captações do sentir os espaços, as tradições e as vivências, os rostos e os gestos das pessoas que viajam por estas imagens, providencia o encontro com realidades sociais e psicológicas da época perante a influência de um olhar analítico e reinterpretativo, de uma maneira própria de olhar o mundo, de um humanismo inabalável.» Exposição de Fotografia "O Douro de Georges Dussaud", Museu do Douro


                                        Foto: “Douro” de Georges Dussaud

Georges Dussaud oferece-nos neste livro, «através de um olhar exterior e contemporâneo, uma outra proposta de leitura da singularidade da região duriense.
Registando a beleza da paisagem e as particularidades das suas quintas, esta coleção de fotografias constitui mais uma evocação do Douro.
A incorporação de novas interpretações artísticas do território torna-se, simultaneamente, elemento da sua vivência e garantia da sua perenidade.» Elisa Pérez Babo, Presidente da Fundação Museu do Douro

«O trabalho de Georges Dussaud sobre o Douro emerge de um fascínio único pela paisagem e quotidiano do Homem Duriense. (...)
Este trabalho fotográfico, iniciado em abril de 1985, capta não só o Douro das «paisagens vertiginosas» mas os rostos de quem a trabalha, de quem deixou a sua marca nas palavras ou no vinho, como é o caso de Miguel Torga ou José António Rosas. Lembra-nos que são as pessoas que fazem os lugares, as identidades e as memórias.
A sensibilidade da visão do fotógrafo, projetada nas captações do sentir os espaços, as tradições e as vivências, os rostos e os gestos das pessoas que viajam por estas imagens, providencia o encontro com realidades sociais e psicológicas da época perante a influência de um olhar analítico e reinterpretativo, de uma maneira própria de olhar o mundo, de um humanismo inabalável.» Exposição de Fotografia "O Douro de Georges Dussaud", Museu do Douro

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[disponível também o seguinte título: “A Rota do Vinho do Porto” de J.M. Ferreira]

domingo, 13 de outubro de 2013

Agora, Nós


São estas as crónicas, mais ou menos efémeras, mas jamais desprovidas de valores e mensagens, que aqui vos deixo, escritas com a liberdade que se exige a quem escreve para si a falar de nós, impondo-se ao objectivo de ser útil ao leitor e à sociedade, aos que concordam e, sobretudo, aos que discordam de uma forma de dizer ou de pensar as coisas que encontramos nas esquinas da realidade, ou, por qualquer razão nos entram pela existência adentro.

«Gosto muito da escrita de José Braga-Amaral. O cuidado que põe na escrita possui algo de extremoso, porque resulta de um acto de amor e de uma demonstração de grandeza. Amor pela língua, grandeza em a desposar no imemorial leito da criação.»

José Braga – Amaral nasceu em Paranhos – Porto em 20/02/1959. Filho do médico duriense Manuel Costa Amaral, desde muito cedo começou com a sua actividade literária no e sobre o Douro, que conheceu a partir dos onze anos de idade, onde nunca deixou de residir, não obstante a sua passagem pela cidade do Porto por razões académicas, vivendo e convivendo em casa do ilustre médico e filósofo Leonardo Coimbra (filho), durante a sua adolescência e juventude. É quando vai viver para a cidade de Braga (1991/1995), que se torna colaborador do diário Correio do Minho, onde desempenha as funções de cronista semanal, que a mesma editora se propôs mais tarde publicar em livro. Em Braga, J. Braga – Amaral assume a sua condição de escritor e aposta nas suas primeiras publicações sobre o Douro e o Minho. O seu sortilégio é, no entanto, duriense, e do Douro fala a maior parte da sua obra. Autor de ensaios sobre João de Araújo Correia, Miguel Torga, Guedes de Amorim, entre outros durienses. Tem cerca de 19 obras publicadas de poesia, crónicas, contos, romance e teatro. Desempenhou as funções de Assessor Cultural e para a Comunicação Social do Presidente da Câmara Municipal de Peso da Régua, bem como a coordenação do gabinete de imagem da autarquia e a coordenação da revista municipal Villa Regula. Foi membro do Gabinete de Projecto do Museu do Douro, liderado pelos professores Gaspar Martins Pereira e Teresa Soeiro, entre 2000 e 2004. É desde 1995 encenador e fundador da companhia de teatro Roga D’Arte – Teatro do Alto Douro. É fundador e membro da Confraria da Palavra Dita. Em 2002 funda, com mais alguns confrades, a Tertúlia de João de Araújo Correia, na cidade de Peso da Régua. Desde 2003, é fundador da Garça Editores, e director – adjunto, jornalista e editor da revista Tribuna Douro; é ainda escritor da editora «Campo das Letras». Desde 2005 é Técnico Profissional de Arquivos/Arquivista.

                             Foto: “Agora, Nós” de josé braga-amaral

São estas as crónicas, mais ou menos efémeras, mas jamais desprovidas de valores e mensagens, que aqui vos deixo, escritas com a liberdade que se exige a quem escreve para si a falar de nós, impondo-se ao objectivo de ser útil ao leitor e à sociedade, aos que concordam e, sobretudo, aos que discordam de uma forma de dizer ou de pensar as coisas que encontramos nas esquinas da realidade, ou, por qualquer razão nos entram pela existência adentro.

«Gosto muito da escrita de José Braga-Amaral. O cuidado que põe na escrita possui algo de extremoso, porque resulta de um acto de amor e de uma demonstração de grandeza. Amor pela língua, grandeza em a desposar no imemorial leito da criação.»

José Braga – Amaral nasceu em Paranhos – Porto em 20/02/1959. Filho do médico duriense Manuel Costa Amaral, desde muito cedo começou com a sua actividade literária no e sobre o Douro, que conheceu a partir dos onze anos de idade, onde nunca deixou de residir, não obstante a sua passagem pela cidade do Porto por razões académicas, vivendo e convivendo em casa do ilustre médico e filósofo Leonardo Coimbra (filho), durante a sua adolescência e juventude. É quando vai viver para a cidade de Braga (1991/1995), que se torna colaborador do diário Correio do Minho, onde desempenha as funções de cronista semanal, que a mesma editora se propôs mais tarde publicar em livro. Em Braga, J. Braga – Amaral assume a sua condição de escritor e aposta nas suas primeiras publicações sobre o Douro e o Minho. O seu sortilégio é, no entanto, duriense, e do Douro fala a maior parte da sua obra. Autor de ensaios sobre João de Araújo Correia, Miguel Torga, Guedes de Amorim, entre outros durienses. Tem cerca de 19 obras publicadas de poesia, crónicas, contos, romance e teatro. Desempenhou as funções de Assessor Cultural e para a Comunicação Social do Presidente da Câmara Municipal de Peso da Régua, bem como a coordenação do gabinete de imagem da autarquia e a coordenação da revista municipal Villa Regula. Foi membro do Gabinete de Projecto do Museu do Douro, liderado pelos professores Gaspar Martins Pereira e Teresa Soeiro, entre 2000 e 2004. É desde 1995 encenador e fundador da companhia de teatro Roga D’Arte – Teatro do Alto Douro. É fundador e membro da Confraria da Palavra Dita. Em 2002 funda, com mais alguns confrades, a Tertúlia de João de Araújo Correia, na cidade de Peso da Régua. Desde 2003, é fundador da Garça Editores, e director – adjunto, jornalista e editor da revista Tribuna Douro; é ainda escritor da editora «Campo das Letras». Desde 2005 é Técnico Profissional de Arquivos/Arquivista.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[disponível também do autor os seguintes títulos: “à conversa com João de Araújo Correia” “Cinco histórias num instante”, ilustrações de Helena Lobo; “O Contador de Histórias dos Jardins Suspensos”, desenhos de Fernando Guichard; “Por Debaixo da Pele do Douro”, pinturas de Odete Marília; “quartos de lua e folhas de outono”, fotografias do autor; “lápis, pincel e almas...”, desenhos de Helena Lobo; “na pele do rio”, óleos de Odete Marília; “palavras que o Douro tece – antologia de textos durienses contemporâneos” organização e coordenação]