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quinta-feira, 24 de julho de 2014
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Paraíso Revisitado – Roteiro Poético Alfacinha e Duriense
![Foto: “Paraíso Revisitado – Roteiro Poético Alfacinha e Duriense” de José Eduardo Rodrigues
«José Eduardo Rodrigues é pseudónimo de José Alves Ribeiro, engenheiro agrónomo e professor emérito da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Como o próprio título e subtítulo indicam, trata-se de um conjunto de poemas em que o Autor revisita lugares onde viveu e de algum modo o marcaram. Poesia eufónica, tem no intenso envolvimento emocional do Autor as suas melhores credenciais.» [Grémio Literário Vila-Realense]
LIBELINHA
Libelinha breve,
luzindo elegância,
revolteia incerta,
é um cibinho, um cisco,
um papel de lustro,
é uma transparência,
é uma chôina viva,
cintila na prata
de água cristalina,
jogando escondidas
na verde cortina
da folhagem fresca,
faísca na tarde
estremecendo a sesta...
rodopia e segue,
vai num corrupio,
na curva do rio
perdia-a de vista...
Amieiral – Rio Pinhão – Agosto de 1994
«A Dr.ª Hercília Agarez, estudiosa dos escritores durienses, começou a sua intervenção afirmando que “O Douro nunca sacia as pessoas que estão sedentas”, referindo-se à beleza e ao encanto das paisagens desta região. Este foi o mote para identificar José Eduardo Rodrigues como mais um poeta que “canta” o Douro, afirmando que este se aproxima ao registo poético de Miguel Torga O autor, visivelmente emocionado por esta recepção na sua terra natal, referiu que este livro é um diário em verso das suas vivências. É também uma homenagem ao Douro sofrido, ao homem e à mulher duriense que construíram os socalcos e a paisagem mundialmente reconhecida.» [Município de Alijó]
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível do autor os títulos: “Plantas Aromáticas em Portugal – caracterização e utilizações” de A. Proença da Cunha, José Alves Ribeiro, Odete Rodrigues Roque, “Viver e saber fazer. Tecnologias tradicionais na Região do Douro. Estudos preliminares” vários, “Plantas e Saberes – No Limiar da Etnobotânica em Portugal” vários]](https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xap1/t1.0-9/p370x247/10444752_530797940355298_7975904464430881247_n.jpg)
«José Eduardo Rodrigues é pseudónimo de José Alves Ribeiro, engenheiro agrónomo e professor emérito da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Como o próprio título e subtítulo indicam, trata-se de um conjunto de poemas em que o Autor revisita lugares onde viveu e de algum modo o marcaram. Poesia eufónica, tem no intenso envolvimento emocional do Autor as suas melhores credenciais.» [Grémio Literário Vila-Realense]
LIBELINHA
Libelinha breve,
luzindo elegância,
revolteia incerta,
é um cibinho, um cisco,
um papel de lustro,
é uma transparência,
é uma chôina viva,
cintila na prata
de água cristalina,
jogando escondidas
na verde cortina
da folhagem fresca,
faísca na tarde
estremecendo a sesta...
rodopia e segue,
vai num corrupio,
na curva do rio
perdia-a de vista...
Amieiral – Rio Pinhão – Agosto de 1994
«A Dr.ª Hercília Agarez, estudiosa dos escritores durienses, começou a
sua intervenção afirmando que “O Douro nunca sacia as pessoas que estão
sedentas”, referindo-se à beleza e ao encanto das paisagens desta
região. Este foi o mote para identificar José Eduardo Rodrigues como
mais um poeta que “canta” o Douro, afirmando que este se aproxima ao
registo poético de Miguel Torga O autor, visivelmente emocionado por
esta recepção na sua terra natal, referiu que este livro é um diário em
verso das suas vivências. É também uma homenagem ao Douro sofrido, ao
homem e à mulher duriense que construíram os socalcos e a paisagem
mundialmente reconhecida.» [Município de Alijó]
quarta-feira, 9 de julho de 2014
– Mas, então, se não é da Pampilhosa, de onde é?
– De Vila Real.
– O quê? É transmontana? – Luís fez um sorriso de orelha a orelha.
– Sou, mas porquê? – pergunta ela, não percebendo a razão de tamanho júbilo.
– Porque eu também sou transmontano. De Torre de Moncorvo.
– Não me diga! Tenho lá um primo de meus pais.
– Quem?
– O António Monteiro.
– O Monteiro? O engenheiro agrónomo, presidente da Cegtad?
– Sim, é engenheiro, o resto é que já não sei…
– Ah, mas sei eu. É um amigo de peito.
– E o que é isso da Cegtad?
– Confraria de Enófilos e Gastrónomos de Trás-os-Montes e Alto Douro.
– Nunca ouvi falar dela aos meus pais.
– Não é do tempo dos seus pais. Foi fundada há dezassete anos, em 1995.
− E tenho lá também um parente numa aldeia com um nome muito engraçado − Peredo dos Castelhanos. É um jornalista muito conhecido que vive em Lisboa.
− Não me diga que é o Rogério Rodrigues!
− Esse mesmo.
− Um grande senhor do jornalismo, o Rogério.
− E também poeta e dos melhores. − Mas isto são muitas surpresas para um só dia! Havemos de ir jantar com o Rogério ao Solar dos Presuntos.
Sinopse: A Mulher que Venceu Don Juan inclui no entrecho ficcional três personagens de fundo donjuanesco. Amaro Fróis, cirurgião plástico, procura nas mulheres a vingança de um passado tenebroso; Manaças, serial lover, recalca uma pulsão proibida; Joana colecciona os namorados das amigas.
Os três serão vencidos: o primeiro por uma mulher que subestimou; o segundo pelo verdadeiro objecto do desejo recalcado; a terceira por uma presidiária, cujo companheiro seduziu. A protagonista, Sara Dornelas, escapa à morte e encontra o amor, realizando, pelo estudo, um sonho antigo. Dois seres de eleição, a psicóloga Lúcia e Paulo, comissário da polícia, assumem um papel decisivo no desmantelamento de uma rede tentacular e no castigo dos criminosos, unidos por ignorados laços de sangue.
Travejada por diálogos vivos, ora dramáticos ora humorísticos, a acção decorre em múltiplos lugares, potenciando o efeito de real pela intrusão de figuras verídicas que interagem com as personagens ficcionais. Entretanto, Manuela, jovem doutoranda, prima de Doña Juana, prepara em Copenhaga, e defende com sucesso, uma tese sobre o Diário do Sedutor de Kierkegaard, duplicando, no plano teórico, os meandros do desejo, no plano da acção, e gerando uma atmosfera de suspense até ao último fio da intriga romanesca.
Teresa Martins Marques é doutorada em Literatura e Cultura Portuguesas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Actualmente, investigadora no CLEPUL e, entre 1992-1995, no Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Academia das Ciências de Lisboa.
Dirigiu a equipa de organização do Espólio Literário de David Mourão-Ferreira (Fundação Calouste Gulbenkian / Ministério da Educação, entre 1997-2004). Dirigiu e prefaciou a Edição das Obras Completas (13 volumes) de José Rodrigues Miguéis (Círculo de Leitores, 1994-1996).
Publicações de ensaio: colaboração em três dezenas de volumes colectivos.
Livros: Si On Parle du Silence de la Mer (1985); O Eu em Régio: A Dicotomia de Logos e Eros (Prémio de Ensaio José Régio -1989), 1.ª ed. 1993; 2.ª ed. 1994; O Imaginário de Lisboa na Ficção Narrativa de José Rodrigues Miguéis – 1.ª ed. 1994; 3.ª ed. 1997; Leituras Poliédricas (estudos sobre Cesário Verde, Gomes Leal, Raul Brandão, J. Régio, José R. Miguéis, V. Nemésio, Eugénio Lisboa et alii) – 2002; Clave de Sol – Chave de Sombra. Memória e Inquietude em David Mourão-Ferreira (2011); Ficção: Carioca de Café (conto) – 2009; A Mulher que Venceu Don Juan – primeiro romance-folhetim português publicado no Facebook (2012- 2013), sendo a presente uma nova versão, revista e aumentada.
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«Chegado ao fim este excelente romance, não temos dúvidas em dizer qual foi A Mulher que Venceu Don Juan: Teresa Martins Marques.
Não falhou uma única semana e foi tendo um diálogo com os cada vez mais numerosos e entusiasmados leitores, ouvindo-os, ‘provocando-os’, estimulando-os e deixando-se envolver de modo muito próximo; e venceu o preconceito do FB mostrando como este meio de divulgação pode ser excelentemente aproveitado.
Encheu o folhetim com excesso de realidade, não por ter lá colocado o nome de muitos leitores, entre os quais me incluo, não; o excesso de realidade consiste em ter enfrentado problemas que são cancros de hoje, como a violência, quer doméstica [com a divulgação da APAV e do seu trabalho] quer de uma sociedade que muito assenta no sofrimento infligido aos mais fracos sob diversas formas; o excesso de realidade mostrando como o crime mais hediondo não escolhe classes, antes se acoita entre psicopatas que podem ocupar o expoente da nossa sociedade; o excesso de realidade de que existe uma sociedade solidária, que não desiste, que não cede às maiores dificuldades, que persiste muitas vezes para além do suportável e encarnando em pessoas que só na aparência são fracas; o excesso de realidade de que o amor é tão vário que pode exigir a separação quando do convívio só resulta dor; o excesso de realidade de que o donjuanismo é afinal a camuflagem do seu contrário, que se reprime.
Tudo isto foi servido numa linguagem simples e rigorosa, com grande respeito pelos leitores, na imensa cultura em que assenta, num ritmo que prendeu ao longo de muitas semanas, sem medo de apresentar reflexões profundas e originais sobre diversos temas sem nunca ser cansativa, em particular sobre Kierkegaard, e com muito humor à mistura. Não posso deixar de dizer algo que me é muito querido: é um folhetim que trata o mirandês com o respeito devido a uma língua milenar e ao povo que a fala, que o divulga e dá a conhecer, o que é a primeira vez que acontece numa obra literária.» Amadeu Ferreira [Comentário no Facebook]
domingo, 6 de julho de 2014
Dicionário de Ditados (Provérbios) e frases feitas
- Para cada ocasião tenha um provérbio sempre à mão
- Água mole em pedra dura tanto dá até que fura
- Ao menino e ao borracho põe-lhe Deus a mão por baixo
- Casa de ferreiro espeto de pau
- O que os olhos não vêem o coração não sente
- Para grandes males, grandes remédios
- A mulher e a sardinha quer-se da mais maneirinha
- Fia-te na virgem e não corras...
- Água mole em pedra dura tanto dá até que fura
- Ao menino e ao borracho põe-lhe Deus a mão por baixo
- Casa de ferreiro espeto de pau
- O que os olhos não vêem o coração não sente
- Para grandes males, grandes remédios
- A mulher e a sardinha quer-se da mais maneirinha
- Fia-te na virgem e não corras...
Para que não se percam saberes ancestrais com valores e significados
sempre actualizados do ponto de vista da nossa língua, tanto na forma
como no conteúdo, a autora reuniu nesta obra aproximadamente 24.000
ditados dispostos por ordem alfabética. Frases que sintaxicamente
encerram verdadeiras lições de filosofia adaptadas às circunstâncias da
nossa vivência diária, em que cada um poderá rever conceitos de
sabedoria popular e erudita. (José Branquinho)
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sexta-feira, 4 de julho de 2014
Contas que a minha mãe me contava...
![Foto: “Contas que a minha mãe me contava...” de Antonio Cangueiro, ilustrações de Sara Cangueiro
Esta obra regista um conjunto de contos e orações que António Cangueiro ouvia da mãe, Maria Joaquina Garcia, na infância, preservando o património oral da família e da comunidade. De origens humildes, o autor, pais e irmãos viviam com poucos recursos, numa casa pequena, «mas morava lá muito riso e alegria. Cantava-se e contavam-se muitas histórias.» São essas recordações, esse património imaterial, que o autor reúne neste livro: «Tantas vezes me estribei nestas histórias para viajar na minha imaginação... Viajei no mar que nunca tinha visto e que mais tarde experimentei de profissão, marinheiro fui, e senti o furor das suas ondas. História onde apurei os sentidos para a humanização ou malvadez da condição humana. […] Rezar era conversar com quem te suavizava as agruras da vida e Deus acalmava os teus medos e tuas ansiedades. As trovoadas amedrontavam-te e logo ouvido o primeiro trovão ou visto o primeiro relistro, a candeia do azeite acendias, o postigo quase cerravas para a luz não entrar com tanta vontade, ajoelhavas-te e começavas a rezar: “Santa Bárbara Bendita que no céu está escrita…”»
António Cangueiro nasceu a 30 Abril de1957, na freguesia de Bemposta, concelho de Mogadouro, onde viveu até aos 21 anos.
Em 1978 é incorporado na Marinha de Guerra Portuguesa. Cumpre o serviço militar obrigatório de 2 anos na especialidade de comunicações. Em 1981, após frequentar o Curso Complementar de Comunicações, ingressa nos Quadros Permanentes da Marinha. Prestou serviço em várias unidades em terra e navais. Mantém-se ao serviço até 2003.
Em 2005, licenciou-se em Controlo Financeiro pelo ISCAL – Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa.
Traduziu, em colaboração, da língua mirandesa para português, a obra poética de Fracisco Niebro “Ars Vivendi Ars Moriendi” e, de português para mirandês, o álbum de banda desenhada de José Ruy “João de Deus – A Magia das Letras”.
Maria Joaquina Garcia, doméstica, nasceu a 4 de Março de 1925, na freguesia de Bemposta, concelho de Mogadouro, filha de Carlos Garcia e Teresa Benito Montes.
Casou a 14 de Setembro de 1946 com José Cangueiro, sapateiro.
Tiveram três filhos, Francisco, António e Emília.
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...](https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfp1/t1.0-9/p350x350/10501600_790141857684341_8321161535959203901_n.jpg)
Esta obra regista um conjunto de contos e
orações que António Cangueiro ouvia da mãe, Maria Joaquina Garcia, na
infância, preservando o património oral da família e da comunidade. De
origens humildes, o autor, pais e irmãos viviam com poucos recursos,
numa casa pequena, «mas morava lá muito riso e alegria. Cantava-se e
contavam-se muitas histórias.» São essas recordações, esse património
imaterial, que o autor reúne neste livro: «Tantas vezes me estribei
nestas histórias para viajar na minha imaginação... Viajei no mar que
nunca tinha visto e que mais tarde experimentei de profissão, marinheiro
fui, e senti o furor das suas ondas. História onde apurei os sentidos
para a humanização ou malvadez da condição humana. […] Rezar era
conversar com quem te suavizava as agruras da vida e Deus acalmava os
teus medos e tuas ansiedades. As trovoadas amedrontavam-te e logo ouvido
o primeiro trovão ou visto o primeiro relistro, a candeia do azeite
acendias, o postigo quase cerravas para a luz não entrar com tanta
vontade, ajoelhavas-te e começavas a rezar: “Santa Bárbara Bendita que
no céu está escrita…”»
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